Na classe dos insetos, pertencente ao filo dos artrópodes, existe cerca de um milhão de espécies conhecidas. O sucesso evolutivo desses animais se deve à grande capacidade de adaptação que eles possuem.
Isso ocorre, principalmente, devido a dois fatores: o exoesqueleto quitinoso, que protege o corpo, e a presença de asas na maioria das espécies. A capacidade de voar permite aos insetos um melhor deslocamento, captura de alimentos, fuga dos predadores e também possibilita que eles encontrem ambientes apropriados para a sobrevivência.
Estrutura dos insetos
O corpo dos insetos é dividido em três partes: cabeça, tórax e abdômen. Em sua cabeça, localizam-se duas antenas (díceros) que atuam como órgãos sensoriais do olfato e do tato. Na cabeça, também existem dois olhos compostos, formados por diversas unidades visuais denominada omatídeos e três olhos simples (ocelos) que servem provavelmente para detectar luz e sombra. Esse sistema visual é muito eficaz, pois aumenta o campo de visão dos insetos, permitindo que eles enxerguem melhor os seus predadores e as suas presas.
Os insetos possuem aparelhos bucais diferentes, sendo que cada tipo está adaptado ao alimento consumido. No caso do gafanhoto, que come folhas, o aparelho bucal é do tipo mastigador. Já nas abelhas é lambedor, nos mosquitos, picador, e nas borboletas é sugador.
Com seu aparelho bucal do tipo picador, o mosquito Aedes aegypti retira o sangue de uma pessoa.
O tórax desses animais é formado por três segmentos, cada um deles com um par de patas. Por isso, são chamados hexápodes, pois possuem três pares de pernas.
Além dos membros locomotores, existe um ou dois pares de asas inseridas no tórax. Alguns insetos não possuem asas, como é o caso das traças, pulgas e piolhos; em outros, apenas um dos sexos possui, por exemplo, nas formigas e nos cupins, os machos têm asas somente na época da reprodução. No entanto, a maioria dos insetos possui dois pares de asas (tetrápteros).
No abdômen localizam-se as vísceras dos insetos. Na região terminal, as fêmeas possuem o ovopositor, para a postura de ovos. Em cada segmento abdominal, observa-se a presença de pequenos orifícios laterais, denominados estigmas ou espiráculos. Essas aberturas permitem a respiração dos insetos.
Digestão
O sistema digestório é do tipo completo, com boca, faringe, glândulas salivares, papo, estômago mecânico (proventrículo) estômago químico, intestino e ânus.
Circulação
O sistema circulatório dos insetos é do tipo aberto ou lacunar, pois do coração saem alguns vasos que terminam em lacunas. Então, a hemolinfa (sangue) mistura-se aos líquidos intercelulares. A hemolinfa é incolor sem pigmentos respiratórios, atuando no transporte de água, nutrientes e excretas, no entanto, não transporta os gases respiratórios.
Respiração
A respiração é traqueal. Cada traqueia é um fino tubo, com muitas ramificações, que transportam o oxigênio das aberturas do abdômen (estigmas) até os órgãos internos e deles retiram o gás carbônico. Por dentro das traqueias de um inseto existe um reforço de quitina em formato de anéis, o que impede deformações e obstruções do sistema respiratório por pressões de fora do corpo.
Devido à grande eficiência das traqueias, o sangue não atua no transporte dos gases respiratórios, como ocorre em outros animais. Portanto, a circulação não está relacionada com a respiração.
Excreção
A eliminação de resíduos metabólicos e substâncias em excesso, ou seja, a excreção, é realizada por meio de tubos de Malpighi. Em toda a extensão do corpo de um inseto, as paredes desses tubos retiram as excretas das lacunas corporais. Com isso, o ácido úrico é transportado até o intestino, de onde é eliminado junto com as fezes.
Sistema nervoso
Os insetos possuem um sistema nervoso do tipo ganglionar ventral. Vários gânglios da cabeça se unem, formando uma massa cerebral denominada gânglio cerebroide.
Os órgãos táteis e olfativos estão localizados nas antenas.
É fácil perceber que os insetos dependem muito das antenas. É só olhar para algumas formigas, besouros ou qualquer outro inseto e observar que o par de antenas está sempre em movimento, captando os estímulos sensoriais. Nas mariposas, os machos podem sentir o cheiro das fêmeas a mais de um quilômetro de distância. Esses odores (feromônios) são captados pelas antenas. |
Reprodução
Quanto à reprodução, os insetos são dioicos (sexos separados) e a fecundação é interna. São quase todos ovíparos. Alguns sofrem metamorfose, que é um conjunto de mudanças graduais que ocorrem no corpo. Por isso, os insetos são divididos em ametábolos (sem metamorfose), hemimetábolos (com metamorfose incompleta) e holometábolos (com metamorfose completa). Alguns mosquitos têm desenvolvimento larvário na água. Isso explica a multiplicação de tais insetos em terrenos alagados.
Por: Paulo Magno da Costa Torres