Angola, estado independente no sudoeste da África; limitado ao norte e a leste pela República Democrática do Congo (antigo Zaire), a leste pela Zâmbia, ao sul pela Namíbia e a oeste pelo oceano Atlântico.
O território angolano é dividido por uma faixa do antigo Zaire que vai até o mar, deixando separado o pequeno enclave de Cabinda, que é limitado ao norte pela República do Congo, a leste e sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo oceano Atlântico. O território foi anteriormente conhecido pelo nome de África Ocidental Portuguesa e sua atual denominação é República de Angola. Possui uma superfície de 1.246.700 quilômetros quadrados. A capital é Luanda.
TERRITÓRIO
O país divide-se em três grandes regiões: a planície costeira, uma área de transição e um extenso planalto interior. As maiores altitudes estão nas montanhas da parte central. O clima é tropical. A corrente fria de Benguela modera as temperaturas da região costeira e reduz as chuvas, especialmente no sul.
POPULAÇÃO E GOVERNO
A população é composta por mais de 90 grupos étnicos. Os quatro mais representativos são os umbundu, os bakongo (kongo), os kimbundu e os chokwe-lunda. Segundo dados de 1995, a população total, predominantemente rural, é de 10.765.000 habitantes. A capital e maior cidade é Luanda, com uma população de 1,46 milhões de habitantes, segundo dados de 1991. De acordo com dados de 1993, outras grandes cidades são Huambo, com 203 mil habitantes, Benguela, com 155 mil habitantes, Lobito, com 150 mil habitantes, e Lubango, com 105 mil habitantes. O português é a língua oficial. Mais do 90% da população fala línguas bantas (ver Línguas africanas). No início da década de 1990, 53% da população era cristã. O restante era praticante das religiões tradicionais. Segundo a Constituição adotada depois da independência em 1975 e posteriormente modificada, Angola é uma república unipartidária, governada pelo Movimento Popular de Liberação de Angola – Partido do Trabalho.
ECONOMIA
A economia tem sofrido severos retrocessos desde a independência. O desenvolvimento foi interrompido devido à falta de trabalhadores qualificados e à guerra civil. A produção de quase todos os bens, com exceção do petróleo bruto, foi paralisada ou foi reduzida. A intensificação da guerra civil no fim da década de 1980 e início década de 1990 interrompeu drasticamente a produção agrícola. Em 1996, o Banco Mundial calculou o produto interno bruto de Angola em 3,72 bilhões de dólares, resultando em um PIB anual per capita de aproximadamente 410 dólares. O petróleo representa 90% das exportações do país. Os diamantes são o segundo mineral em importância. O ferro bruto é o terceiro, porém não tem sido comercialmente produzido desde 1975. O desenvolvimento do setor industrial sofreu limitações. Os principais bens manufaturados são produtos alimentícios. A moeda básica é o novo kwanza.
HISTÓRIA
Tudo que se sabe sobre a história antiga é que os caçadores e agricultores originários da região foram substituídos pela cultura dos bantos por volta do século VII d.C. No século XIV, os bantos tinham se organizado em proto-estados que assumiram a estrutura de reinos semiindependentes como os de Cakongo, na atual Cabinda, Matamba e Imbangwala, na região da fronteira com a república Democrática do Congo, Ndongo e Mbundo, no vale do rio Cuanza, Ovimbundo (entre o Cuanza e a costa) e Lunda, nas atuais províncias do mesmo nome.
Em geral, esses reinos eram tributários do reino do Congo, o mais poderoso da região, formando uma espécie de federação que reconhecia o Manicongo (soberano do Congo) como rei ou árbitro. Os portugueses chegaram a Angola em 1483, mas Portugal não obteve o controle completo do país até inícios do século XX. Sua tentativa de penetrar rumo ao interior, no século XVI, encontrou a resistência ferrenha da rainha Nzinga de Ndongo, que obrigou os portugueses a voltar ao sistema de feitorias costeiras. Posteriormente, foi governada pelo denominado Regime Indígena, um sistema colonial no qual a exploração econômica, o abandono cultural e a repressão política vigoraram até 1961. Em 1951, o status oficial de Angola passou de colônia a província de ultramar. Durante a década de 1950, surgiu um movimento nacionalista.
Em 1961, iniciou-se um confronto guerrilheiro contra os portugueses e, em 11 de novembro de 1975, Angola conseguiu sua independência. Dois governos declararam ser os representantes do novo Estado: um deles formado pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e o outro pela União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). As superpotências envolveram-se na guerra civil.
A antiga União Soviética e tropas cubanas apoiaram o MPLA, enquanto a UNITA recebeu o apoio da África do Sul, dos Estados Unidos e do Zaire, além de outras potências ocidentais. Em maio de 1991, o governo central assinou o cessar fogo supervisionado pelos observadores da ONU, que consagrou a retirada das tropas cubanas e sul-africanas do país. Em 1992, depois das eleições em que venceu José Eduardo dos Santos, do MPLA, intensificaram-se as lutas entre as tropas governamentais e as da UNITA, cujo líder Jonas Savimbi não reconheceu o resultado eleitoral.
Um novo projeto de paz, com o apoio da ONU, foi negociado em Lusaka (Zâmbia) em 1994, estabelecendo um cronograma para o desarmamento das forças rebeldes, sob o controle de uma força militar internacional, e a criação de um governo de união nacional sob o comando do presidente dos Santos. No entanto, Savimbi se negou a cooperar com o novo governo e o ritmo do desarmamento foi tão lento que obrigou a renovar o mandato das forças das Nações Unidas. Em 1998, o governo angolano declarou suspensas as negociações com a UNITA, preparando-se para o reinicio das hostilidades.