Informática

Robô

O nome robô, derivado do tcheco robota, que significa trabalho forçado, é aplicado a máquinas automáticas com aparência humana em obras literárias e cinematográficas de ficção científica desde 1920. Nessa época, o dramaturgo tcheco Karel Capek expôs, na peça teatral R.U.R., uma sociedade dependente de androides mecânicos, chamados robôs, capazes de substituir o homem em todo tipo de trabalho físico e mental.

Robô é o nome que se dá a qualquer máquina de operação automática que substitua o homem na execução de trabalhos. Sua aparência e a forma de executar tarefas não se assemelham necessariamente às dos seres humanos. Os robôs da atualidade descendem de duas linhas de evolução: os antigos brinquedos mecânicos denominados autômatos e máquinas industriais progressivamente inovadas e especializadas.

A invenção do robô, tentada desde tempos muito remotos, se enquadra nos esforços das sociedades humanas para livrar-se dos trabalhos mecânicos ou penosos. Resultado do mesmo espírito de construção das máquinas que ganhou vulto e se acelerou a partir da revolução industrial, o robô se diferencia das máquinas fundamentalmente por sua capacidade de funcionar automaticamente, sem a intervenção permanente do homem.

História.

O ancestral mais primitivo dos atuais robôs industriais é possivelmente a clepsidra, ou relógio de água, que, graças ao emprego do sifão, oferecia sobre a ampulheta a vantagem substancial de permitir a reciclagem automática da água, cujo fluxo constante media o tempo. Esse dispositivo inventado pelos gregos data de 250 a.C. Os relógios e máquinas de pêndulo, inventados durante a Idade Média, se enquadram na tradição da primitiva engenharia automática. Seguiu-se a invenção dos relógios de mola, no século XVIII, época em que também se introduziram formas rudimentares de máquinas automáticas destinadas a melhorar o rendimento em determinadas fases da produção na indústria têxtil.

A revolução industrial incentivou a invenção de robôs para aperfeiçoar a produção de energia. Criou-se um regulador para a máquina a vapor, acionado por pesos rotatórios que, quando a uma carga pesada fazia com que diminuísse a velocidade da máquina, o dispositivo provocava aumento do fluxo de vapor. Da mesma forma, o fluxo diminuía quando a carga era mais leve. A realização mais notável dessa fase foi, no século XIX, a invenção do motor de combustão interna, dotado de pistões que retornam à posição inicial depois de cada ciclo.

No fim do século XIX e início do século XX proliferaram os engenhos automáticos e semi-automáticos, acionados em parte pelo homem e destinados às operações industriais. Progressivamente se idealizaram máquinas nas quais a intervenção humana tendia a reduzir-se à ação inicial e à posterior tarefa de vigilância sobre a atuação da máquina, com pequena participação direta no processo. As máquinas automáticas de ciclo repetitivo, como as lavadoras de roupa, as de ajuste e medida, de aplicação na indústria têxtil, e os elevadores automáticos, parcialmente programáveis, fora as principais conquistas da primeira metade do século XX.

Robótica e automatização.

O vertiginoso progresso da tecnologia eletrônica e da informática a partir da década de 1960 associou-se, no plano industrial, a uma evolução paralela da robótica, entendida como ciência e engenharia de concepção e projeto de maquinaria altamente automatizada. A indústria automobilística, por exemplo, introduziu em suas linhas de montagem dispositivos controlados por computador, por meio dos quais se simulam as articulações dos braços e mãos humanos, a fim de erguer, soldar e pintar as armações dos veículos.

Os primeiros modelos, chamados robôs de primeira geração, careciam de receptividade sensorial própria e realizavam sua tarefa, normalmente repetitiva, mediante um programa de computador de escassa complexidade. Os engenhos mecânicos de primeira geração, amplamente utilizados nos trabalhos de menor precisão da indústria automobilística, executam seus movimentos por ordens diretas de seus programas e inclusive na ausência de objetos externos sobre os quais aplicá-los. A programação desses braços mecânicos se faz mediante a realização física dos movimentos desejados. Os diferentes movimentos são gravados na memória do computador que posteriormente guiará sua repetição precisa por um número ilimitado de vezes.

As primeiras indústrias de automóveis e as empresas de aviação passaram a exigir sistemas de maior precisão, capazes de tomar decisões adequadas dentro de um contexto determinado, em função das condições particulares de um momento dado. Esses engenhos, denominados de segunda geração, possuem instrumentos e sensores próprios e programação informática dotada de meios de autocorreção frente a estímulos externos variáveis. Os sensores utilizados pelos sistemas robóticos de segunda geração são muitas vezes equipados com câmaras eletrônicas digitais que convertem a imagem luminosa recebida em impulsos elétricos que são comparados a modelos armazenados num pequeno núcleo de memória informática. Também dispõem de instrumentos táteis de alta sensibilidade e de detecção de pesos e tensões.

Os robôs de terceira geração, em fase experimental nas últimas décadas do século XX, empregam avançados métodos informáticos conhecidos como sistemas de inteligência artificial e procedimentos de recepção multissensorial. Tais engenhos imitam características do comportamento humano, pois são capazes de “perceber” a realidade do ambiente que os cerca, de vários pontos de vista, e de utilizar programas que regem sua própria atuação de modo “inteligente”. Os robôs de terceira geração compreendem diretamente a linguagem humana e utilizam-na para comunicar-se com o homem.

A união das tecnologias informática e automática no mundo industrial e científico se materializa na robótica. Baseada em avançados princípios da eletrônica e da mecânica, essa tecnologia busca no modo de funcionamento do corpo e do cérebro humanos os fundamentos para o projeto de androides com possibilidades físicas e intelectuais semelhantes à do próprio homem.

Autoria: André dos Santos Mira