Instrumento óptico capaz de ampliar a imagem dos corpos celestes pela combinação de lentes ou espelhos, base dos estudos astronômicos, os telescópios têm como princípio básico concentrar o máximo de luz numa lente ou espelho para obter imagens nítidas, permitindo aos astrônomos estudar estrelas e planetas, por exemplo.
História
O telescópio foi desenvolvido por fabricantes de lentes holandeses no final do século XVI. Os primeiros telescópios eram refratores. Utilizavam duas lentes nas extremidades de um tubo oco.
A primeira pessoa que se serviu do telescópio para realizar observações astronômicas foi Galileu Galilei (1564-1642), físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano.
No início do século XVII, com um telescópio que proporcionava um aumento de cerca de trinta vezes. Galileu descobriu montanhas na Lua, mostrou que Júpiter tinha quatro satélites girando ao seu redor, observou manchas solares e descobriu que a Via Láctea era formada, na realidade, por milhares de estrelas que não podiam ser vistas por observação a olho nu.
Os telescópios refratores apresentavam um defeito conhecido como aberração cromática devido ao fato de que o índice de refração de um vidro é diferente para cada cor. Para solucionar esse problema, Isaac Newton construiu um telescópio refletor na segunda metade do século XVII. Nele, um espelho primário, com forma parabólica, concentra a luz procedente de uma estrela em um foco no qual se situa um segundo espelho menor, que envia a luz para a ocular.
Os projetos de telescópios foram sendo modificados, e esses instrumentos se tornaram cada vez mais compactos, obtendo imagens mais detalhadas, dentre outras melhorias
A partir da década de 60, já no século XX, surgem os telescópios espaciais, que orbitando a Terra, conseguem captar imagens mais nítidas porque não sofrem interferência da atmosfera. Os telescópios espaciais enviam à Terra dados e imagens via satélite.
O mais ambicioso projeto nessa área é o Telescópio Espacial Hubble, lançado pelos EUA em 1990 para fotografar galáxias e estrelas. Possui alcance de 14 bilhões de anos-luz (1 ano-luz equivale a cerca de 9,5 trilhões de km) e “enxerga” 350 vezes mais que um telescópio comum. Ele é capaz de focalizar objetos tão pequenos como uma das estrelas da bandeira brasileira a 4.800 km ou detectar a luz de um vaga-lume a 16.000 Km.
Classificação
Os telescópios podem ser classificados em refratores ou lunetas, que usam lentes para ampliar a imagem, e refletores, que utilizam espelhos.
TELESCÓPIO REFRATOR
A luz chega a uma lente, a objetiva, que a envia para outra lente, a ocular. Trocando-se as oculares, podem-se obter aumentos maiores ou menores. A desvantagem dos telescópios refratores é que eles apresentam aberração cromática, isto é, podem apresentar imagens falsamente coloridas. Muitos aficionados utilizam telescópios refratores.
TELESCÓPIO REFLETOR
A luz é refletida no espelho primário. Em seguida, é refletida no espelho secundário e enviada para a ocular, uma lente que amplia a imagem. Usando diferentes oculares, podem-se obter imagens com aumentos maiores ou menores. Os telescópios profissionais são refletores.
Características dos telescópios
A qualidade da imagem proporcionada por um telescópio depende, principalmente, do diâmetro da objetiva. Se o objeto é pequeno, não se podem utilizar oculares que proporcionem um aumento muito grande, pois a luz recolhida pela objetiva é muito difundida, e não se consegue, por isso, observar detalhes da imagem.
O tamanho do telescópio é essencial para que boas imagens dos corpos celestes sejam obtidas. Espelhos com mais de cinco ou seis metros, no entanto, se deformam, e por essa razão opta-se por utilizar espelhos menores que se acoplem, formando um instrumento maior.
A óptica ativa corrige as deformações do espelho e consegue imagens bem focadas. Já a óptica adaptativa corrige parcialmente as deformações causadas pela atmosfera, o que permite observar as imagens obtidas com mais detalhe.
Nos telescópios profissionais, podem ser acoplados outros instrumentos com o objetivo de mostrar as imagens (câmera), medir a quantidade de luz que chega (fotômetro) e obter o espectro de um astro (espectroscópio).
Radiotelescópios são telescópios que detectam ondas de rádio do espectro eletromagnético. Possuem o aspecto de uma grande antena e são conectados a uma sala onde se registram os dados para análise posterior.
O maior radiotelescópio do mundo está em Arecibo (Porto Rico), e sua antena tem 300 m de diâmetro.
Por: Paulo Magno da Costa Torres
Veja também
- Microscópio
- Instrumentos Ópticos
- Espelhos planos, esféricos, côncavos e convexos
- Reflexão, Difusão e Refração da luz