A crosta terrestre é constituída por um “mosaico” de grandes peças que se encaixam, denominadas placas tectônicas. Esses grandes pedaços de rocha estão situados sobre a camada pastosa do manto superior, a astenosfera, o que lhes confere mobilidade ao longo do tempo. Essa movimentação ocorre de maneira bastante lenta e constante.
As regiões dos continentes próximas ou sobre áreas de encontro de placas tectônicas permite-nos compreender por que esses locais são mais propícios a fenômenos como terremotos, tsunamis, vulcanismo e outros. Por meio dos estudos geológicos, podemos recontar a história de movimentação das placas tectônicas, demonstrando que os continentes tinham outras distribuições e que, no futuro, estarão em outras posições.
Teoria da tectônica de placas
No início da década de 1960, os geólogos Robert Dietz (1914-1995) e Harry Hess (1906-1969) propuseram que as estruturas que formam o fundo oceânico estariam relacionadas a processos de convecção no manto. Na época, porém, essa ideia não foi aceita por muitos geólogos.
Em 1965, o geólogo canadense John Tuzo Wilson (1908-1993) descreveu, pela primeira vez, a intensa movimentação de “placas” rígidas sobre a superfície terrestre.
No final de 1968, foram estabelecidos os elementos básicos da teoria da tectônica de placas, a qual prevê que o movimento dessas placas causa fenômenos geológicos responsáveis pela formação dos relevos da superfície terrestre e pela disposição dos continentes.
A litosfera (crosta terrestre) está dividida em aproximadamente 20 placas rígidas. As placas têm uma espessura média de 30 a 40 km, sendo mais fina sob os oceanos – onde o material rochoso é mais denso – e mais espessa nos continentes, onde as rochas são menos densas. Os limites entre as placas se caracterizam como zonas de grande atividade sísmica e vulcânica.
Quando se formulou a teoria foram consideradas 7 grandes placas: Eurásia, Africana, Norte-americana, Sul-americana, Indo-australiana, Antártica e Pacífica. Na atualidade, estão identificadas outras placas e algumas das mais importantes são a de Nazca, a do Caribe e a das Filipinas. As demais são consideradas microplacas.
Movimento das placas tectônicas
As placas tectônicas estão em contínua renovação: criando-se pelo acréscimo de material magmático nas dorsais oceânicas, migrando lateralmente e se destruindo nas zonas de subduccão.
Assim, elas se inter-relacionam de várias formas: separando-se, chocando-se ou deslizando lateralmente. Como consequência desse movimento relativo entre elas, produzem-se três tipos de bordas ou limites. Em cada tipo de limite desenvolvem-se processos geológicos característicos:
As placas tectônicas apresentam três principais movimentos:
- Convergentes: as placas chocam-se ou colidem entre si, isto é, uma contra a outra. São locais que proporcionam terremotos com grande magnitude, tsunamis e cadeias montanhosas ou terciárias (dobramentos modernos). A formação da Cordilheira dos Andes pelas placas de Nazca e Sul-Americana e a formação da Cordilheira do Himalaia pelas placas Indo-Australiana e Eurasiana constituem importantes exemplos.
A convergência de placas pode determinar a formação de zonas de subducção, quando uma das placas desloca-se de baixo da outra, como ocorre entre uma placa oceânica densa que mergulha ou afunda sob uma placa continental mais leve, como ocorre na Cordilheira dos Andes. A zona de obducção ocorre entre bordas de duas placas continentais, nesse caso, por serem mais leves, não ocorre a subducção e sim o empilhamento das placas, o que favorece a formação de montanhas, como ocorre no Himalaia. - Divergentes: as placas afastam-se uma da outra, favorecendo a emergência do magma para a superfície. A separação das placas Sul-Americana e Africana e a consequente formação da Dorsal Mesoatlântica (Cordilheira Meso-Oceânica) constituem excelentes exemplos.
- Transformantes: as placas deslocam-se ou deslizam uma ao lado da outra formando as falhas geológicas e provocando importantes terremotos com grandes magnitudes. A falha de San Andreas, Califórnia, no sudoeste dos EUA, é o principal exemplo.
Ao longo do tempo geológico, tem variado o número, forma, tamanho e situação das placas tectônicas. Isso se deve ao fato de seus limites poderem modificar-se quando respondem às forças originadas no manto subjacente.
Por: Renan Bardine