Doenças

Balantidíase

Denomina-se balantidíase a infecção do homem e de animais pelo Balantidium coli (cosmopolita). A infecção humana quase sempre está ligada à atividade do indivíduo, no contato com porcos, criadores, trabalhadores em matadouros, açougueiros, etc., que tem maior possibilidade de ingerir os cistos do protozoários, em bebidas ou alimentos contaminados. O homem é muito resistente a infecção e o número de casos descritos na literatura alcança umas poucas centenas, se bem que o número de portadores assintomáticos pode atingir alguns milhares.

No homem o Balantidium coli pode viver no intestino grosso sem causar dano algum, mas algumas vezes, o ciliado penetra pela mucosa, coloniza-se na submucosa que se mostra espessada e com infiltrado linfoplasmocitário. Com a necrose da mucosa, formam-se pequenas úlceras que confluindo dão ao conjunto o mesmo aspecto visto na amebíase. Ao exame microscópico dos tecidos é muito fácil identificar-se o parasita, não só pelo tamanho, mas também pela cor escura do macronúcleo, em forma de rim.

A sintomatologia é pouco significativa. Outras vezes alcança intensidade dramática, com enterorragia, prolapso do reto e morte. Comumente, porém, existe diarreia, com 5 ou 6 evacuações diárias, dores abdominais, cefaléia, astenia, tenesmo, meteorismo; este quadro clínico superpõe-se àquela da amebíase, devendo o clínico incluir sempre a balantidíase no diagnóstico diferencial com a amebíase.

Vários antibióticos tem sido usados com sucesso: aureomicina, terramicina e bacitracina. O metronidazol, dado oralmente na dose de 600 a 1200 mg, diariamente, durante 10 dias, curou 94% dos doentes, Nuti e col. (1980).

Na profilaxia recomenda-se os mesmos processos em amebíases, pois são os mesmos mecanismos de transmissão, lembrando porém que os suínos, como hospedeiro natural, são as principais fontes de infecção da coletividade.

Autoria: Denis Soares