A malária foi e continua sendo um dos grandes flagelos da humanidade. Trata-se de uma das parasitoses que mais influenciaram o curso da História, pela quantidade de vítimas que já provocou.
Também é conhecida como impaludismo, febre terçã, febre quartã, terçã maligna, maleita, sezão, febre palustre e outros nomes regionais. No mundo todo, são mais de 400 milhões de pessoas afetadas.
Os possíveis agentes etiológicos, todos eles protozoários do gênero Plasmodium: P. falciparum, P. vivax, e P. malarie. Mais de 95% dos casos são provocados pelas duas primeiras espécies. Todos pertencem ao grupo dos esporozoários.
O Vetor
A malária é transmitida pela picada da fêmea do mosquito-prego (Anopheles darlingii) Apenas as fêmeas são hematófagas e têm importância no ciclo da doença. Os machos são fitófagos. No Brasil, esse inseto é abundante na floresta Amazônica.
O Ciclo Evolutivo
O Plasmodium é um parasita com dois hospedeiros. O homem é o seu hospedeiro intermediário, e o mosquito, o hospedeiro definitivo. Quando o mosquito pica um doente, ingere parasitas junto com o sangue. No estômago do inseto ocorre a fecundação e a formação do zigoto, que penetra na parede do estômago, onde se desenvolvem os oocistos.
Quando maduros, os oocistos se rompem e liberam os parasitas maduros, que alcançam as glândulas salivares do mosquito. Ao picar uma outra pessoa, o Anopheles introduz saliva no local da picada, introduzindo os parasitas nessa outra pessoa.
Os parasitas invadem os glóbulos vermelhos da pessoa, onde se multiplicam até arrebentarem a célula.
Com a ruptura do glóbulo vermelho, mais parasitas são lançados na circulação e novos glóbulos vermelhos serão invadidos. O momento da ruptura das células vermelhas do sangue corresponde aos picos de febre que ocorrem a cada 2 ou 3 dias e que são a característica mais marcante da malária.
Sintomas da malária
Os ataques de febre que se repetem a cada 48 ou 72 horas indicam a ocorrência da doença. São acompanhados por calafrios, tremores generalizados, delírios, dor de cabeça e vômitos. Geralmente, os casos provocados pelo P. falciparum são mais graves que os causados pelo P. vivax.
Prevenção
O principal ponto da profilaxia da malária é o combate ao vetor: destruição dos criadouros, obras de drenagem de alagadiços, uso de inseticidas, etc. Também é útil a colocação de telas nas janelas, medida que protege as pessoas apenas dentro do ambiente doméstico. O tratamento dos doentes evita a disseminação dos parasitas e também é essencial.
Os desmatamentos têm trazido consequências desastrosas para o combate da malária, por levar as pessoas doentes até as regiões que são hábitat naturais do inseto vetor. As populações indígenas têm sido uma vítima indefesa da malária, com a invasão de suas terras por garimpeiros, por exemplo, que levam o Plasmodium para áreas nas quais só havia o vetor.
Por: Renan Bardine