Principal potência econômica da Europa, a Alemanha é o maior ponto de contato entre o ocidente desenvolvido e os países do Leste Europeu. Seu território está em terras férteis e cultiváveis e tem uma economia fortemente industrializada – com destaque para as áreas farmacêutica, química e de motores.
É o berço de escolas políticas e filosóficas, de grandes músicos, escritores e artistas. Desde sua unidade nacional, no final do século XIX, é um país-chave no cenário internacional. Derrotada em duas guerras mundiais, a nação foi dividida por 40 anos em Alemanha Ocidental e Oriental. A queda do Muro de Berlim, em 1989, reunificou o país e rompeu o equilíbrio geopolítico estabelecido no pós-guerra. Enfrenta dificuldades econômicas que pesam sobre toda a União Europeia, da qual faz parte
Introdução
A língua alemã e o sentimento de pertença à nação alemã existe há mais de mil anos, mas o país conhecido agora como Alemanha só foi unificado em 1871 em Versalhes, quando o império alemão, dirigido pela Rússia, foi constituído. A Alemanha permaneceu um império com povos de diferentes origens nacionais por mais 50 anos. Este foi o segundo “reich” alemão. “Reich” é traduzido geralmente por “império” mas pode também significar “reino”.
A Alemanha é um estado federal da Europa central pertencente à União Europeia. A Alemanha é limitada a norte pelo Mar do Norte, pela Dinamarca e pelo Mar Báltico, a leste pela Polônia e pela República Checa, a sul pela Áustria e pela Suíça e a oeste pela França, Luxemburgo, Bélgica e Holanda. A capital da Alemanha é Berlim. A língua nacional é o alemão.
Território
A Alemanha tem uma superfície de 357.000 Km2, que se estende de altas montanhas a cordilheiras médias e terras baixas.
Os principais rios são o Reno, o Danúbio, o Elba, o Veser e o Mosela e o pico mais alto é o Zugspitze (2963 m) nos Alpes.
A capital é Berlim (3,4 milhões de habitantes), mas a sede do governo é em Bona .
A República Federal da Alemanha está situada no coração da Europa. Os nove países vizinhos são a Dinamarca a norte, os Países Baixos, a Bélgica, o Luxemburgo e a França a oeste, a Suíça e a Áustria a sul, e a República Checa e a Polônia a leste. Esta situação central viu-se reforçada com a unificação alemã ocorrida em 1990
População
A Alemanha conta com 81,2 milhões de habitantes ; a densidade média da população é de 225 habitantes por km2 (1992).
Os protestantes representam 43% da população e os católicos romanos 43,4 %.
A grande Berlim, cujo ritmo de crescimento tem vindo a aumentar rapidamente desde a unificação alemã, conta atualmente com 3 400 000 habitantes e prevê-se que atinja 8 milhões no final do milênio.
O número de residentes estrangeiros eleva-se a 6 900 000. Os turcos, cujo número se eleva a 1 850 000, constituem, de há muito, a maior comunidade de residentes estrangeiros, seguidos dos residentes originários dos estados que faziam parte da ex-Jugoslávia, cujo número – um milhão – só é possível calcular de forma aproximativa devido aos numerosos refugiados de guerra. Seguem-se os italianos, os gregos, os polacos, os austríacos, os romenos e os espanhóis. A Alemanha deve muito aos trabalhadores e empresários estrangeiros, que dão uma ampla contribuição para o crescimento econômico, acrescentando anualmente cerca de 100 000 milhões de marcos ao produto nacional bruto do país.
A língua oficial é o alemão, embora existam numerosos dialetos. As diferenças entre estes últimos podem ser de tal forma acentuadas que se um alemão originário da Frísia, outro de Meclemburgo e outro ainda da Baviera decidissem conversar entre si nos respectivos dialetos, teriam grandes dificuldades em se entenderem.
Economia
A Alemanha é a terceira economia mundial em termos de PIB (Produto Interno Bruto) (depois dos EUA e do Japão). A economia alemã é uma economia de mercado. A segurança social tem um peso muito grande na economia e os alemães têm direitos sociais muito extensos. Atualmente, o governo Social Democrata está a tentar reformar a segurança social com o objetivo de reduzir o seu peso sobre a economia. A reunificação teve um impacto significativo no crescimento da parte ocidental da Alemanha.
Atualmente, a Alemanha está a viver um período de ajustamento para eliminar as enormes disparidades econômicas entre a parte oriental e a parte ocidental do seu território, principalmente as disparidades em termos salariais e de nível de vida. A Alemanha tem uma economia social de mercado. A indústria automóvel é uma das mais importantes, a par das indústrias de engenharia mecânica e elétrica, bem como das indústrias química e farmacêutica. As indústrias metalúrgica e siderúrgica também desempenham um papel importante na economia.
Política
A República Federal da Alemanha é constituída por 16 Länder (estados). Cada Land dispõe de uma constituição, de um órgão legislativo e de um governo próprios. O país tem um regime parlamentar com duas câmaras.
A Câmara Alta ou Bundesrat tem 68 lugares. Em função da população, o número de representantes de cada Land varia entre três e seis. O período de legislatura depende das datas das eleições nos diferentes Länder.
O principal órgão legislativo é a Câmara Baixa, denominada Bundestag (Assembleia Federal), a qual tem 672 deputados eleitos por um período de quatro anos, por sufrágio universal direto, segundo um sistema proporcional.
O poder executivo é exercido pelo Governo federal, dirigido pelo Chanceler federal, que é eleito por maioria absoluta do Bundestag e que nomeia em seguida os outros ministros.
O Presidente federal é eleito pela Bundesversammlung (uma Convenção federal) convocada exclusivamente para o efeito e composta pelos membros do Bundestag e por igual número de deputados eleitos pelos parlamentos dos Länder. O Presidente é, em termos constitucionais, o Chefe de Estado, mas tem reduzida influência a nível do governo.
Cada Land possui a sua assembleia legislativa com competência para aprovar legislação em todos os domínios, exceto nos da defesa, dos assuntos externos e das finanças, os quais são da competência exclusiva do Governo federal.
O dia da comemoração da unidade alemã, festejado em 17 Junho até 1990, foi substituído pelo dia da Unificação alemã, festejado a 3 de Outubro.
Fatos Históricos
As origens da identidade nacional alemã remontam ao século X a.C., quando tribos teutônicas se instalam no atual território da Alemanha. A região é conquistada por Júlio César em 53 a.C. e sofre invasões dos hunos no século V.
Entre 772 e 802, o imperador francês Carlos Magno anexa a Saxônia, a Baviera, a Renânia e outras terras germânicas aos domínios do Sacro Império Romano. Os germanos são convertidos ao cristianismo.
O domínio franco encerra-se em 911 com a eleição, pelos duques germânicos, de Konrad I como primeiro rei da Alemanha. Em 962, Otto I torna-se imperador do Sacro Império Romano-Germânico (1º Reich). Entre os séculos XI e XII, os domínios germânicos se expandem a leste, mas lutas entre os príncipes e conflitos com o Vaticano enfraquecem a monarquia.
Em 1517, Martinho Lutero provoca um cisma com o Vaticano ao liderar a Reforma Protestante. A Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) divide a Alemanha em pequenos reinos e principados.
Unificação
No século XVIII, sob Frederico II, o Grande, a Prússia torna-se o mais poderoso principado germânico. O Exército prussiano revela-se fundamental para a derrota de Napoleão Bonaparte. O Congresso de Viena, em 1815, cria a Confederação Germânica, unindo 39 Estados. A maioria deles forma uma união aduaneira em 1834.
As revoluções populares de 1848 levam à formação do primeiro Parlamento germânico. Em 1862, Otto von Bismarck torna -se chanceler da Prússia. Quatro anos mais tarde, depois de derrotada pela Prússia, a Áustria é excluída da Confederação Germânica.
Em 1871, Bismarck derrota os franceses na Guerra Franco-Prussiana e, apoiado pelos Estados do norte, declara a unificação da Alemanha. Guilherme I é proclamado kaiser (imperador) do 2º Reich alemão. A partir de 1880, o país conhece uma fase de expansão econômica e colonial.
Sob a política militarista de Guilherme II, a Alemanha apoia o Império Austro-Húngaro contra a Rússia, o que acaba levando o país à 1ª Guerra Mundial (1914-1918). A derrota alemã provoca o estabelecimento da República, proclamada em 1919 na cidade de Weimar. O Tratado de Versalhes proíbe o rearmamento da Alemanha, impondo também perdas territoriais e pesadas reparações de guerra. A República de Weimar (1919-1933) vive graves crises econômicas.
Nazismo
Em 1933, Adolf Hitler torna-se chanceler e em pouco tempo transforma a Alemanha numa ditadura dominada pelo Partido Nacional-Socialista. Hitler inicia o rearmamento do país. Em 1938, a Áustria e os Sudetos, região alemã na Tchecoslováquia, são anexados por Hitler.
A invasão da Polônia pelos alemães, em 1939, dá início à 2ª Guerra Mundial (1939-1945). A Alemanha alia-se à Itália e ao Japão, formando a coligação militar conhecida como Eixo. Em 1940, as tropas alemãs ocupam a França e no ano seguinte invadem a URSS.
No auge de sua expansão, em 1942, a Alemanha e seus aliados controlam todo o continente europeu, com exceção das ilhas britânicas, de uma parte da URSS e de alguns poucos países neutros, como Suíça e Portugal.
Os nazistas criam campos de concentração na Europa Oriental, nos quais pelo menos 6 milhões de judeus são assassinados. A partir da derrota alemã diante dos soviéticos na Batalha de Stalingrado, em 1943, o 3º Reich começa a ser expulso dos territórios que havia ocupado. Tropas aliadas invadem a Alemanha em 1945. Em maio, o país se rende incondicionalmente à URSS, EUA, Reino Unido e França. Pelos acordos de Yalta e Potsdam, a Alemanha é dividida pelos aliados: os ocidentais ocupam o oeste e a URSS, o leste do país. A Alemanha perde territórios para a Polônia e Rússia.
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Guerra Fria
Em 1949, são criadas a República Federal da Alemanha (RFA, ou Alemanha Ocidental), de regime capitalista, e a República Democrática Alemã (RDA, ou Alemanha Oriental), socialista. Durante o governo do chanceler (primeiro-ministro) democrata-cristão Konrad Adenauer (1948-1961), a Alemanha Ocidental conhece um período de prosperidade, principalmente em função da ajuda econômica norte-americana do Plano Marshall.
A Alemanha torna-se o centro do conflito entre EUA e URSS durante a Guerra Fria. Em 1948, os soviéticos ordenam o bloqueio de Berlim, que é rompido por uma gigantesca ponte aérea dos EUA. Uma revolta de trabalhadores em Berlim Oriental é esmagada pelo Exército soviético em 1953.
Em 1955, a Alemanha Ocidental ingressa na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar ocidental. A Alemanha Oriental reage ingressando, no mesmo ano, no Pacto de Varsóvia, a aliança militar liderada pela URSS. Em 1961, as autoridades orientais constroem o Muro de Berlim para deter o fluxo de refugiados para o Ocidente.
O processo de aproximação entre as duas Alemanhas tem início no final da década de 60, estimulado pelo chanceler ocidental Willy Brandt, do Partido Social-Democrata. Em 1973, RDA e RFA entram na Organização das Nações Unidas (ONU) e se reconhecem mutuamente no ano seguinte. Na Alemanha Ocidental, os democrata-cristãos voltam ao poder em 1982 com a eleição de Helmut Kohl, que substitui o social-democrata Helmut Schmidt. O anúncio da instalação de mísseis nucleares norte-americanos na Alemanha Ocidental, em 1983, provoca grandes protestos pacifistas.
Fim do Muro de Berlim
O dirigente alemão-oriental Erich Honecker, no poder desde 1971, resiste à onda de liberalização no bloco comunista deflagrada em 1985 pelo dirigente soviético Mikhail Gorbatchov.
Em 1989, milhares de alemães-orientais passam para a Alemanha Ocidental através da Hungria e da Áustria. Em outubro, manifestações pró-democracia em Leipzig levam o Partido Comunista alemão-oriental a substituir o linha-dura Honecker por Egon Krenz.
Em novembro, a queda do Muro de Berlim abre o processo de reunificação: são marcadas as primeiras eleições livres da RDA. Em 1990, a
Aliança pela Alemanha, favorável à unificação, vence as eleições; Lothar de Mazière é o primeiro-ministro da Alemanha Oriental.
Impulsionada por Kohl, é realizada a unificação monetária em julho de 1990. Em outubro, ocorre a unificação política. O exército alemão-oriental é extinto e o Parlamento unificado ratifica o tratado da União. Kohl torna-se o chanceler na Alemanha unificada.
Alemanha unificada
A Alemanha paga um preço alto pela unificação. A desmontagem do parque industrial da parte oriental provoca desemprego maciço, que repercute em todo o país. As altas taxas de juros fixadas pelo Bundesbank (banco central) provocam recessão. Num clima social tenso, os imigrantes sofrem atentados de grupos neonazistas. Em 1993, o Parlamento restringe o direito de asilo político. As garantias sociais, que eram o orgulho da DGB – mais forte central sindical da Europa –, são questionadas em nome da melhoria da competitividade da indústria alemã no cenário mundial. As dificuldades da Alemanha repercutem nos adiamentos sucessivos de medidas de maior homogeneização econômica entre os membros da União Europeia, como é o caso da moeda única (adiada para 1999).
Em 1994, Helmut Kohl e o CDU (União Democrata-Cristã) permanecem no poder, em coligação com o CSU (União Social-Cristã) e o FDP (Liberal-Democrata). Os social-democratas do SPD, segundo partido do país, não conseguem se afirmar como alternativa à coligação de centro-direita. Em maio de 1994, as duas casas do Bundestag (Parlamento) elegem Roman Herzog, do CDU, como presidente. Em outubro, mesmo perdendo votos, a coligação de Kohl é reeleita pela quarta vez consecutiva.
Uma onda de greves metalúrgicas, iniciada em janeiro de 1995, leva a um acordo nacional em março: os empregadores concedem um aumento anual de 4% (o sindicato IG Metall exigia 6%) e a redução progressiva da jornada de trabalho para 35 horas semanais até 1º de outubro.
Em junho de 1995, o Bundestag aprova lei que passa a considerar o aborto ilegal, salvo se praticado nos primeiros três meses de gravidez.
Dados gerais
Nome oficial: República Federal da Alemanha (Bundesrepublik Deutschland)
Nacionalidade: alemã
Capital: Berlim, Bonn (sede do governo)
Idioma: alemão (oficial), dialetos locais
Religião: cristianismo (católicos e protestantes)
Área: 356.945 km²
Localização: centro-norte da Europa
Limites: mares Báltico e do Norte, Dinamarca (N), Polônia (L), República Tcheca (SE), Áustria, Suíça (S), França, Bélgica, Luxemburgo e Holanda (Países Baixos) (O)
Características: planície baixa e alagada (N), relevo ondulado, grandes lagos e vales (centro), cadeias montanhosas, Alpes Bávaros e Floresta Negra (S)
Clima: temperado
Hora local (em relação a Brasília): +4h
População (1995): 81,6 milhões hab.
Densidade demográfica (hab./km²): 228,61
Crescimento demográfico: 0%
População no ano de 2025: 76,4 milhões hab.
Natalidade (por 1.000 hab.): 10
Mortalidade infantil (por 1.000 hab.): 6
Fertilidade (nº de filhos por mulher): 1,3
Expectativa de vida (H/M): 73,5/79,8
Regime de governo: república parlamentarista
Divisão administrativa: 16 Estados
Chefe de Estado: presidente Roman Herzog (desde 1994)
Chefe de governo: chanceler Helmut Kohl (desde 1982, reeleito após unificação do país em 1991 e 1994)
Principais partidos: União Democrata-Cristã, União Social-Cristã, Social-Democrata, Democrático Livre, Verde, Democrático Socialista, Unidade Socialista da Alemanha
Organização do Legislativo: bicameral – Conselho Federal, com 68 membros eleitos por representatividade proporcional para mandatos iguais aos do Estado que representam, e Assembleia Federal, com 662 membros eleitos por voto direto para mandatos de 4 anos
Constituição em vigor: Lei Básica de 1949 para Alemanha Ocidental, revalidada em 1990, após unificação (19 emendas)
Moeda: marco alemão
Cotação (para 1 US$): 1,44 (1995)
PIB: US$ 1.910.760 milhões
PNB per capita: US$ 23.560
Agricultura: 1% do PIB
Indústria: 38% do PIB
Manufatura: 27% do PIB
Serviços: 61% do PIB
Inflação anual: 2,8%
Circulação de jornais (por 1.000 hab.): 329
Representação diplomática: SES – Avenida das Nações, lote 44, CEP 70415-900, Brasília, DF, tel. (061) 244-7273, fax (061) 244-6063
Conclusão
Apesar da grande destruição sofrida durante a II Guerra Mundial, a Alemanha ressurgiu na década de 1960. A reunificação foi um golpe muito duro; a Alemanha Ocidental tem suportado as custas das melhorias na infra-estrutura, no meio ambiente e na indústria da parte oriental, embora muitas empresas do Leste tenham falido, a Alemanha continua a ser uma potência na economia mundial devido à forte competência da Alemanha Ocidental.
Bibliografia:
Livro: Super estudante
Autor: Vários
Editora: D’livros