Em todo instrumento musical podem-se distinguir três partes principais: a que reproduz o som, que pode ser um tubo, corda, membrana etc.; a parte que ressoa, amplificando o som, que pode ser uma caixa harmônica ou todo o instrumento; e o mecanismo ou parte do instrumento que modifica o som de acordo com a vontade do músico: chaves, orifícios, válvulas, teclas e outros.
Os instrumentos musicais classificam-se, segundo o modo de produção do som, em cinco grandes tipos: cordofones, aerofones, idiofones, membranofones e eletrofones.
Cordofones
Os instrumentos cordofones são aqueles em que o som é produzido pela vibração de cordas tensionadas. Quanto maior o comprimento e a espessura da corda, mais grave é o som. As cordas podem ser de diferentes materiais. Antigamente, usavam para sua fabricação crinas de cavalo, fios de seda e tripas de animais; hoje, são usados o náilon ou fios de metal enrolados.
O som pode ser produzido friccionando-se as cordas com um arco, como no violino; golpeando-se as cordas com algum mecanismo, como os martelos recobertos de feltro, no caso do piano; ou dedilhando, como no violão.
O som é modificado encurtando o comprimento das cordas ao pressioná-las com os dedos, como no violino ou no violão, ou usando cordas de tamanhos diferentes que são percutidas por teclas diferentes, como acontece no caso do piano.
Aerofones
Nos instrumentos aerofones, o som é produzido pela vibração de uma coluna de ar. Atualmente, são fabricados de madeira ou metal e a maioria é de sopro, ou seja, é o próprio instrumentista quem proporciona o sopro ou ar necessário, ainda que alguns, como o órgão ou o acordeom, sejam de fole mecânico.
Nesses instrumentos, o som é modificado encurtando ou alongando a coluna de ar por meio de orifícios que são tapados com os dedos, como na flauta, ou por tubos, válvulas ou varas.
A parte do instrumento por onde sopra o instrumentista chama-se bocal. Existem diferentes tipos de bocais. Nos metais, como o trompete, há um bocal sobre o qual o instrumentista põe diretamente os lábios. Nas madeiras pode haver embocadura de chanfro ou de palheta. O chanfro é uma abertura que corta o sopro produzindo o som, como nas flautas.
Os instrumentos de palheta podem ser de palheta simples, como o clarinete e o saxofone, ou dupla, como o oboé. A palheta dupla é formada de duas finas lâminas talhadas em madeira de cana. Em ambos os casos, a palheta, presa à boquilha, vibra, pondo por sua vez em vibração a coluna de ar no interior do instrumento.
Idiofones
Esses instrumentos, também chamados autorressonadores, produzem sons por sua própria vibração ao ser percutidos. São instrumentos idiofones: claves, castanholas, pratos, triângulo, xilofone, metalofone etc.
Membranofones
Nesses instrumentos, o som é produzido pela vibração de uma membrana tensa, ao ser percutida, raspada ou friccionada. A membrana pode ser de couro ou de plástico. Pertencem a essa classe de instrumentos: tímpanos, tambores, bongôs, caixas, pandeiros etc.
Eletrofones
Nos instrumentos eletrofones o som é produzido por meio de uma corrente elétrica, irradiando-se por meio de alto-falantes. Pode-se distinguir entre instrumentos tradicionais amplificados eletricamente, como a guitarra, e instrumentos de invenção nova, como o sintetizador.
Os instrumentos eletrofones são os mais característicos da música popular da atualidade. Hoje, nenhuma família instrumental foge da eletrônica; são fabricados violinos eletrônicos, amplificam-se eletricamente os instrumentos de sopro e os percussionistas usam almofadas (pads) que, ao ser percutidas, produzem sinais elétricos modificados por meio de um amplificador ou usam caixas de ritmo (beatboxes) que permitem a interpretação automática de sequências de percussão programadas e que substituem em muitos grupos o próprio percussionista.
Por: Paulo Magno da Costa Torres