A Conquista Normanda é o nome dado à conquista da Inglaterra, em 1066, por Guilherme, duque da Normandia. O duque, conhecido como Guilherme, o Conquistador, atravessou com um exército normando o Canal da Mancha e invadiu a Inglaterra após a vitória na Batalha de Hastings.
Antecedentes
Guilherme era vassalo do rei da França. Esperava suceder a seu primo, Eduardo, o Confessor, como rei da Inglaterra. Ele afirmava que Eduardo o havia nomeado seu sucessor.
Seu principal rival na disputa pelo trono inglês era Haroldo, conde de Wessex. Mas Guilherme dizia também que Haroldo, que havia naufragado na costa normanda em 1064, havia jurado solenemente apoiar sua pretensão ao trono.
Em 1066, o rei Eduardo morreu e o Grande Conselho anglo-saxão elegeu Haroldo como rei.
A Batalha de Hastings
Ao saber da morte de Eduardo, Guilherme imediatamente declarou seu direito ao trono. Obteve o apoio do Papa e formou um exército de cerca de 5 mil homens. Guilherme desembarcou na Inglaterra, em Pevensey, perto de Hastings, sem encontrar resistência.
Enquanto desembarcavam, os normandos foram ajudados por um acontecimento fortuito. Durante o tempo em que aguardou a chegada dos normandos, Haroldo foi informado de que uma força norueguesa havia desembarcado no norte da Inglaterra. Ele seguiu, pois, às pressas para o norte e derrotou os noruegueses. Entretanto, Guilherme desembarcava suas tropas na costa desprotegida. Haroldo voltou do norte e atacou o exército normando perto de Hastings, em 14 de outubro de 1066. Este episódio ficou conhecido como a Batalha de Hastings, que estabeleceu o domínio normando na Inglaterra.
O rei Haroldo foi vencido e morto. Guilherme marchou para Londres, onde foi coroado rei da Inglaterra no Natal de 1066. O Conquistador levou vários anos para subjugar os saxões, embora, de início, tentasse conquistar apenas a simpatia dos nobres que se opunham a ele obstinadamente.
As consequências para a Inglaterra
Guilherme estabeleceu um domínio normando estável na Inglaterra. Não hesitou em adotar medidas que aumentaram o poder da Coroa. Tomou as terras da maioria da nobreza inglesa que se opunha ao seu poder.
Em alguns casos, porém, foi generoso e não privou os rebeldes de suas posses territoriais ou dos seus títulos.
A terra confiscada foi então dividida entre os seguidores normandos de Guilherme. O rei obrigou esses proprietários de terras a lhe jurarem lealdade direta. Desse modo, colocou sob seu controle direto todos os senhores ingleses.
Para conhecer a situação na Inglaterra, o Conquistador orientou a preparação de um livro cadastral de todas as terras do reino, o Livro do Dia do Juízo.
Os descendentes dos normandos tornaram-se a classe dominante na Inglaterra e, durante algum tempo, mantiveram-se distantes dos anglo-saxões, tratando-os como um povo conquistado. Mas, com os anos, as duas raças se misturaram.
Os normandos eram um povo conquistador, dotado de talento para as leis e a administração. Eles souberam governar a Inglaterra com grande habilidade. A língua, a literatura e a arquitetura inglesas lhes devem muito. Inicialmente, esse povo falava francês. Mais tarde, o francês normando misturou-se à língua germânica dos anglo-saxões, originando assim o inglês.