A maioria dos romanos tinha alimentação simples e comia apenas uma vez ao dia. No campo eles se dedicavam ao pastoreio e às tarefas agrícolas, ao passo que, na cidade, suas principais atividades eram o comércio e o artesanato. O lazer era um importante aspecto de sua vida diária.
Alimentação e vestuário
A alimentação da maioria dos romanos era frugal, constituída basicamente de pão, azeitonas, lentilhas e peixes. Seus pratos eram regados com azeite de oliva, e sua bebida favorita era o vinho. Costumava-se comer só uma vez ao dia, por volta do meio-dia. Apenas os cidadãos muito ricos promoviam grandes festins à noite.
Os homens vestiam uma túnica até os joelhos, enquanto as mulheres usavam uma túnica comprida sem mangas e cobriam suas cabeças com um manto. Ambos calçavam sandálias.
O trabalho
A jornada de trabalho dos romanos dependia do grupo social ao qual pertenciam e do lugar onde habitavam (o campo ou a cidade).
Em geral, levantavam-se cedo. Depois de lavar-se e de tomar o desjejum, realizavam seus trabalhos:
- No campo, os homens cuidavam dos rebanhos, ao passo que as mulheres se ocupavam da casa, de confeccionar as roupas e preparar os alimentos. Ambos dividiam as tarefas agrícolas. Os camponeses eram muito pobres.
- Os habitantes das cidades dedicavam-se fundamentalmente a duas atividades: o artesanato e o comércio. Os homens mais ricos eram advogados, políticos ou administravam grandes negócios. Contudo, vários artesãos e outros trabalhadores, como os marceneiros, os ceramistas, os cesteiros e os carpinteiros, viviam na pobreza. A maioria das mulheres ficava em casa, cuidando do lar e dos filhos, enquanto algumas poucas trabalhavam como parteiras ou gerenciavam barracas comerciais e tavernas. As crianças iam à escola, embora a maioria já trabalhasse desde pequena.
Os escravos eram encarregados de realizar tarefas domésticas nas casas dos cidadãos mais ricos, e se ocupavam dos trabalhos mais duros e difíceis nas minas e nos campos.
Diversões e formas de lazer
A jornada de trabalho encerrava ao meio-dia, hora em que os romanos faziam sua refeição. Os romanos dedicavam o restante de seu tempo a descansar, o que faziam especialmente nas termas. Além disso, eles assistiam aos espetáculos públicos, como o teatro, as corridas de cavalo no circo e os combates de gladiadores no anfiteatro.
Os espetáculos mais concorridos eram as lutas de gladiadores e as corridas de quadrigas, carros puxados por quatro cavalos. Os jogos circenses duravam entre seis e oito dias e eram iniciados por uma luxuosa procissão, da qual participavam os aurigas (condutores de bigas ou quadrigas), as vítimas dos sacrifícios e os atletas.
As termas
Todas as cidades romanas contavam com termas. Pontos de encontro, as termas dividiam-se em dois recintos: a sala de exercícios esportivos e os banhos públicos. As pessoas podiam tomar banhos de água fria no frigidarium e de água quente no caldarium, ou descansar na sala temperada, chamada de tepidarium.
As termas de Caracala, em Roma, podiam abrigar cerca de 1 600 pessoas ao mesmo tempo.
O anfiteatro
No anfiteatro ocorriam combates entre gladiadores, entre gladiadores e feras, e entre as próprias feras. Muitos imperadores ofereciam esses espetáculos brutais ao povo gratuitamente. O mais importante de todos os anfiteatros foi o Coliseu de Roma, com capacidade para mais de 80 mil pessoas.
O circo
No circo realizavam-se as corridas de carros, das quais os romanos eram aficionados. O mais grandioso foi o Circo Máximo de Roma, que comportava aproximadamente 150 mil espectadores.
O teatro
O teatro romano seguia o modelo grego, embora houvesse edificações no palco. Um exemplo de teatro romano bem preservado até os dias de hoje é o teatro de Mérida, na Espanha (antiga Hispânia).
As moradias
A maior parte da população vivia em insulae (“ilhas”), edifícios com vários andares formados por pequenos cômodos com poucas janelas.
No campo, existiam as vilas romanas, extensas propriedades agrícolas que pertenciam a um só dono. Dentro delas havia uma grande casa, na qual vivia a família do proprietário, e pequenas cabanas (choças) destinadas aos camponeses e escravos.
Nas cidades, as famílias mais residiam em casas chamadas domus, que em geral tinham apenas um piso. Não dispunham de janelas para a rua e eram construídas ao redor de um pátio central, por onde entrava a luz do sol. Eram residências luxuosas, comumente decoradas com afrescos e esculturas.
As cidades romanas
Nas províncias romanas formaram-se cidades nas quais se tentava imitar a vida em Roma, capital e maior cidade do Império.
A estrutura das cidades
As cidades romanas obedeciam quase sempre ao mesmo modelo. Tinham uma planta retangular com mas paralelas que se organizavam ao redor de dois eixos principais: o cardo, que ia do norte ao sul, e o decumanus (decúmano), que ia do leste ao oeste. No cruzamento de ambos, encontrava-se o fórum, praça central na qual se desenrolava a vida política, cultural e social.
O fórum era cercado por pórticos e decorado com as estátuas dos imperadores e cidadãos mais ilustres. Nele situavam-se os edifícios mais importantes: a cúria, onde se reuniam os senadores que governavam a cidade; o capitólio, principal santuário da cidade; a basílica, onde ocorriam os intercâmbios comerciais e a justiça era administrada. Nos limites do fórum, estavam localizados os mercados e as oficinas dos artesãos, barbeiros, sapateiros e tecelões.
As cidades romanas eram equipadas com todo tipo de serviços: termas, teatros, anfiteatros, circos, aquedutos, fontes e cloacas. Entre os aquedutos mais famosos destaca-se o Pont du Gard, no sudeste da França. Muitas das construções como essas eram pagas pelos dirigentes e cidadãos mais influentes.
Apesar de terem estrutura similar, as cidades do império eram muito menores que Roma, que chegou a contar com 1 milhão de habitantes. Sevilha e Mérida, as maiores da península Ibérica, aproximavam-se dos 20 mil habitantes. Um número significativo de cidades da Europa e do norte da África teve sua origem nas antigas cidades romanas.
Roma
A Roma antiga impressionava: além de ser repleta de belas casas, palácios, arcos, templos, bibliotecas e teatros, ainda contava com vários tribunais.
A cidade tinha uma vida social agitada. Em geral, as ruas eram estreitas e ruidosas, mas o trânsito de carros era proibido do anoitecer até o amanhecer. Nos tempos de Nero, em 64 d.C, Roma foi consumida por um terrível incêndio. Em sua reconstrução foram feitas ruas mais largas e edificações mais sólidas.
Os arquitetos romanos eram grandes engenheiros e urbanistas. Para evitar as inundações provocadas pela chuva e pelo transbordamento do rio, construíram um sistema de canais de escoamento de águas e esgotos subterrâneos semelhante ao existente nas cidades atuais. A maior rede de esgoto era a Cloaca Máxima, construída no ano 500 a.C, no centro de Roma. Tinha seiscentos metros de extensão e desaguava no rio Tibre, o que ocorre até hoje.
Por: Paulo Magno da Costa Torres