Arquitetura

Arquitetura Islâmica

A partir da Hégira (fuga de Maomé de Meca para Medina em 622), em um intervalo de aproximadamente cem anos, o islamismo cria um dos maiores impérios que já se viu. Estendia-se pela Síria, Egito, Iraque, Pérsia, Ásia Menor, parte do norte da África, Espanha e Sicília. A diversidade dos povos que o compunham determinou o aparecimento de diversos estilos, porém com uma estética própria.

A construção típica da arquitetura islâmica é a mesquita, espaço destinado à congregação dos fiéis para a oração. Seu plano básico é simples, compreende: um grande pátio (zam) com um chafariz central (sabil), para abluções; uma grande sala (baram), que por seu formato longitudinal utiliza muitas colunas, orientada para Meca, a parede do fundo (qibla) tem no centro um nicho (mirhab) e ao lado do mirhab ergue-se um púlpito (mimbar). Outra característica marcante são os minaretes ou almenaras, torres de onde o almuadem convoca os fiéis.

Na síria encontram-se os exemplos mais importantes da primeira etapa da arte islâmica, época da dinastia oméia (661-750). Na então capital Damasco, ocupam a grande basílica de São João e a transformam em mesquita, assim como em Jerusalém a mesquita de al – Aqsa e junto a ela a Cúpula da Rocha. Nelas verifica-se a influência dos modelos bizantinos, como a abobada de pingentes, a arcada contínua e os mosaicos intrincados. Da Pérsia sassânida deriva grande parte da arquitetura islâmica, já nesta primeira etapa inicia-se a construção de palácios com influências sassânidas, o uso do tijolo na construção das abóbadas, a decoração geométrica, o arco pontiagudo e a ornamentação em estalactite. São desta época o palacete de Qusair Amra, nas margens do Mar Morto, o palácio de Qasr al – Hair, entre Palmira e Damasco, e o grande palácio de Khirbat al – Mafdjar.

Arquitetura islâmica

A sede islâmica muda-se para Bagdad (Iraque) e lá floresce em cidades como Rakka, século VIII, e Samarra, século IX, com mesquitas como a de Mutawakkil (847-861), quase totalmente destruída. São desta época grandes palácios como os de Uhaydir e Balkuwara. No Egito a mesquita mais antiga é a de Amr, século VII, em Fustat, a qual já demonstra influência mesopotâmica em virtude da transferência para Bagdad. O general turco Ahmad ibn Tulun torna o Egito independente por algum tempo, seu legado é a mesquita que leva seu nome, a qual é inspirada na mesquita de Samarra e demonstra influência das construções espanholas.

No século X tem início a dinastia dos fatímidas, que criam uma nova capital ao norte de Fustat, a origem da atual Cairo, al – Qahirah. Em 1012 terminou-se a segunda grande mesquita fatímida, a do sultão al – Hakim.

A partir do século IX, a arte mesopotâmica perde influência em detrimento da arte persa. Na Pérsia a arquitetura monumental é derivada da antiga arte iraniana, lá surge o liwam (câmara abobadada), que pode ser visto na mesquita de Ispahan. Suntuosos palácios são erguidos, como o de Ispahan, onde é feita uma decoração com faiança policromada, um azulejo primitivo.

Na Índia a arquitetura islâmica também se adapta às formas tradicionais, durante a dinastia mongul (XVI – XVII) são construídas obras esplêndidas como os palácios de Delhi, Agra, Fatehpur, Sikri, Lahore e Udaipur, que eram divididos em partes públicas e privadas. As mesquitas são de influência persa. Mas é na arquitetura mortuária que se encontra o maior esplendor da arquitetura islâmica indiana, como o de Mahmud, em Bijapur, mas sobretudo pelo famoso Taj Mahal, erguido pelo imperador Shah Jahan entre 1631 e 1633 em memória de sua esposa Mumtaz-i-Mahal.

Exemplo da arquitetura islâmica africana é a mesquita de Kairouan, Tunísia, construída em 670 e reconstruída em 836. Lá surge uma nova forma, a maksoura, espaço coberto com uma cúpula e fica em frente ao mirhab. Esta arquitetura reflete-se na arquitetura espanhola (Sevilha, La Giralda), onde as mais belas casas e palácios são obras de arquitetura mourisca como em Alhambra, Granada.

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