Diferentemente da pintura medieval, rígida, simbólica e bidimensional, a Renascença iniciou um movimento artístico que integrava o natural, o humano e sobretudo o espaço tridimensional, dando a impressão de profundidade.
Na Itália, o Renascimento Artístico foi beneficiado pela profusão de estátuas, monumentos e ruínas clássicos, que os artistas do período puderam tomar como modelos.
O mecenato, já analisado, difundiu-se por grande parte da Itália (o Sul, agrário e semifeudal, permaneceu à margem desse processo), atraindo inúmeros artistas que buscavam tanto a glória do reconhecimento como uma boa remuneração para seu trabalho.
Equilíbrio, elegância e rigor nos detalhes são algumas características da arte renascentista. Inspirando-se nas obras greco-romanas, os artistas exploravam temas religiosos e cenas do cotidiano. Exibindo o homem como um todo, os mestres da arte renascentista retratavam também a vida luxuosa dos mecenas, decoravam o interior das igrejas e das residências, além de projetarem construções.
Florença
Sob a proteção dos Médicis, que governavam Florença, o Renascimento Italiano produziu suas primeiras obras de destaque. O aperfeiçoamento da técnica da perspectiva, a importância da paisagem e a precisão do desenho foram as contribuições mais significativas dos pintores florentinos. Destacam-se nesse período, conhecido como Quattrocento (ou seja, o século XV), Masaccio, Mantegna e Botticeffi.
Roma
O apogeu do Renascimento em Roma deu-se no século XVI (que os italianos chamam de Cinquecento), quando a Cidade Eterna, graças ao mecenato papal de Júlio II e Leão X, superou Florença.
Michelangelo Buonarroti, um dos maiores escultores de todos os tempos, foi também pintor e arquiteto. Começou sua carreira em Florença, sob os Médicis; em seguida transferiu-se para Roma, onde serviu a seis papas (seu principal protetor foi Júlio II).
Michelangelo Projetou a cúpula da Basílica de São Pedro, em Roma. Pintou os afrescos no teto da Capela Sistina, sendo uma das principais cenas A criação de Adão. Considerava-se muito mais um escultor do que um pintor e produziu as célebres estátuas de Moisés, Davi e Pietà.
Também em Roma, Rafael Sanzio procurou transmitir em suas pinturas a calma e a serenidade, contrapondo-se ao vigor patético e ao sentido trágico de Michelangelo. Tornou-se célebre por ter pintado diversas Madonas, representações da Virgem Maria com o menino Jesus. Além disso, a pedido dos papas Júlio II e Leão X, pintou diversos afrescos para decorar o palácio do Vaticano.
Veneza e Milão
Em Veneza viveu um grupo de pintores (Beilini, Tidano, Veronese, Tintoretto) que salientaram a luz e as cores brilhantes e contrastantes.
Leonardo Da Vinci, o mais completo gênio de seu tempo, produziu pinturas notáveis, entre elas a Mona Lisa (ou Gioconda) e a Santa Ceia. Embora nascido em Florença, viveu grande parte de sua vida em Milão; morreu na França, como protegido do rei Francisco I. Também atuou em vários campos do conhecimento humano, como arquitetura, escultura, música, matemática, física, astronomia, química e geologia.
Arquitetura
O progresso da arquitetura durante o Renascimento Italiano foi admirável. A construção de palácios, igrejas e monumentos inspirava-se na Antiguidade, cabendo aos arquitetos renascentistas (Bramante, Vignole, Paliadio) adaptar o estilo clássico às necessidades da época.
Colunas, frontões e cúpulas tornaram-se elementos essenciais da nova arquitetura. A construção mais grandiosa do Renascimento foi a Basílica de São Pedro, projetada por Bramante, mas cuja cúpula, de enormes dimensões, é obra de Michelangelo.
O Renascimento Artístico fora da Itália
Da Itália, o Renascimento difundiu-se para outros países, adquirindo em cada um deles características próprias. Na França, os arquitetos Lescot e Delorme construíram belos castelos às margens do Rio Loire. Entre os escultores, destacaram-se Goujon e Pilon. A inclinação de reis e aristocratas franceses para o luxo estimulou a arte decorativa.
Michelangelo foi considerado o maior gênio do Renascimento Artístico, destacando-se entre suas obras a escultura de Moisés.
Nos Países Baixos, Brueghel mostrou em suas pinturas as paisagens e os costumes de sua terra. Na Alemanha, Holbein retratou alguns dos personagens mais importantes de seu tempo; e Durer produziu gravuras que ainda hoje causam profunda impressão. Na Espanha, El Greco pintou cenas religiosas com dramático misticismo.
A Renascença também se fez sentir no campo musical, inclusive adaptando a música religiosa medieval às novas formas de expressão instrumental. O principal compositor renascentista foi o italiano Palestrina.
Bibliografia:
CARAMELLA, Elaine. História da arte. Fundamentos semióticos. Bauru: Edusc, 1998.
Veja também:
- Renascimento Comercial e o surgimento da burguesia
- Renascimento Urbano
- Renascimento Científico
- Características do Renascimento