Frida Kahlo (1907-1954) foi uma das figuras mais marcantes da história mexicana. Dedicou-se à fotografia, influenciada por seu pai e seu avô materno, ambos fotógrafos, e à pintura.
Frida, durante toda a sua vida, teve uma saúde debilitada. Na infância, contraiu poliomielite, doença que deixou sequelas; adolescente, sofreu um acidente de ônibus e passou um longo período no hospital; algum tempo depois, precisou amputar a perna.
No longo período que passou na cama, apesar de deprimida, começou a pintar incessantemente, com um espelho à sua frente, e dizia: “Para que preciso de pés se tenho asas para voar”, dando início à pintura e aos seus autorretratos, 55 ao todo.
Buscando inspiração no Surrealismo, sobre eles dizia: “Pinto a mim mesma porque sou sozinha e porque sou o assunto que conheço melhor”.
Seus autorretratos representam um terço de sua obra. Casou-se com o pintor mexicano Diego Rivera e assim teve início uma das relações mais conturbadas e extravagantes da história das artes plásticas. Sua forma exagerada de se vestir, seus adornos e seu comportamento chamavam a atenção de todos, ganharam exposição e viraram livro.
Dona de um estilo único, inspira muitas pessoas até hoje. A forma exótica e única como se vestia não era para chamar a atenção, mas era, sim, uma forma de esconder sua deficiência física.
Sempre apaixonada pelas tradições mexicanas, exibia em suas obras influência da arte indígena local e elementos da cultura popular. Além de seus autorretratos, pintou naturezas-mortas, cenas imaginárias e algo sobre seu amor incondicional pelo marido, sempre usando cores fortes e vivas que refletiam os sofrimentos, as angústias e as superações vividas por ela.
Tornou-se um símbolo do feminismo, ao defender os direitos das mulheres, qubrava tabus frequentemente e não se importava com padrões estéticos, dizia que retratava em suas obras a sua realidade, e não sonhos.
Em novembro de 2012, quase 60 anos após sua morte, a revista Vogue México estampou uma imagem da artista na capa; pela primeira vez, uma revista de moda deixava de estampar modelos para exibir a imagem de Frida Kahlo como um ícone. O mundo da moda sempre encontrou uma forma de homenagear a artista e seu estilo inconfundível por meio de duas de suas características marcantes: as grossas sobrancelhas e os adornos de flores que usava em seus cabelos.
Frida foi a primeira pintora mexicana a ter suas obras expostas no Museu do Louvre. Considerada uma das maiores pintoras do século XX, somente em 1953, conseguiu realizar uma exposição com suas obras no México. Frida perpetuou-se no tempo não só por sua história de vida, mas por ser revolucionária, comunista, patriota e feminista.
Viveu os últimos anos de sua vida em sua casa no México, chamada de Casa Azul, que foi transformada em museu, em 1958, em homenagem a ela. A morte, para ela, parecia algo tranquilo, já que tivera uma vida sofrida e conturbada. Em seu diário, suas últimas palavras: “Espero a partida com alegria… e espero nunca mais voltar… Frida.”.