Maomé nasceu em Meca, em 570, e pertencia ao ramo pobre da tribo dos coraixitas, que dominava o comércio na cidade e era a guardiã do Templo da Caaba.
Órfão ainda criança, foi criado por parentes, no deserto, onde teve contato com as dificuldades dos beduínos para sobreviver.
Mais tarde, retornou a Meca e passou a trabalhar como condutor de caravanas, aproveitando sua experiência no deserto. Além disso, destacou-se pela habilidade militar contra os constantes ataques de beduínos.
Passou a trabalhar para uma viúva rica, Khadidja, proprietária de caravanas e camelos.
Aos vinte e cinco anos de idade, Maomé casou-se com Khadidja.
Durante os anos em que trabalhou como caravaneiro, Maomé entrou em contato com vários povos e diversas religiões. Dessas, duas em especial o marcaram profundamente: o judaísmo e o cristianismo, cujo monoteísmo Maomé percebeu ser um elo entre os judeus e entre os cristãos.
Já casado, Maomé passou a fazer meditações no monte Hira e, em 610, recebeu a visão do anjo Gabriel, que lhe disse: “Maomé, tu és o enviado de Deus. Há um só Deus, Alá, e um só profeta, Maomé”.
A partir dessa revelação, Maomé iniciou sua pregação em uma crença monoteísta, convertendo, inicialmente, seus familiares.
A promessa de um Paraíso farto em alimentos, água fresca e belas mulheres atraiu muitos adeptos entre os árabes.
Em suas pregações, Maomé propunha a destruição dos ídolos da Caaba, enfurecendo a tribo dos coraixitas, guardiã do templo, e os comerciantes de Meca, que temiam o fim das peregrinações religiosas à cidade e a falência de seus negócios.
Em 622, os coraixitas tentaram assassiná-lo, mas, avisado a tempo, Maomé fugiu de Meca para Yatrib, num episódio conhecido como Hégira.
O ano 622 marca também o início do calendário islâmico.
Yatrib era um grande centro comercial e seus mercadores sentiam-se prejudicados com as peregrinações anuais a Meca.
Quando Maomé foi obrigado a abandonar Meca, os mercadores de Yatrib o acolheram de bom grado, vislumbrando, nesse fato, a oportunidade de enfraquecer Meca e de atrair os peregrinos para sua cidade.
A partir desse fato, Yatrib mudou seu nome para Medina, a “Cidade do Profeta” e Maomé iniciou sua pregação com apoio da cidade.
À medida que o número de adeptos crescia, Maomé iniciava seus ataques contra os comerciantes de Meca, incentivando a Jihad (ou Djihad), a “guerra santa”, contra os infiéis e condenando com vigor a idolatria.
Em 630, ele ocupou a cidade de Meca, invadiu o Templo da Caaba, destruiu todos os ídolos, deixando somente a Pedra Negra. No ano 630, nascia oficialmente o islamismo, responsável pela unificação árabe.
Características do islamismo
Religião monoteísta, fundada por Maomé, a partir das revelações do anjo Gabriel.
Islamismo significa “submissão à vontade de Deus” e seus seguidores são islâmicos ou muçulmanos, “aqueles que se submetem.”
Essa religião sofreu influências do monoteísmo judaico e cristão e do antigo politeísmo árabe.
O livro sagrado é o Corão ou Al-Corão – “A leitura” –, escrito pelos discípulos de Maomé, contendo revelações do anjo Gabriel e normas de conduta moral e social.
Outra fonte importante do islamismo é a Suna – “Tradição” –, que contém ensinamentos e fatos da vida de Maomé.
Morte de Maomé e a divisão do islamismo
Em 632, Maomé morreu na cidade de Medina e a unidade islâmica foi rompida com o surgimento de duas seitas: a xiita e a sunita.
Para os xiitas, o chefe político e religioso deve ser um descendente ou aparentado de Maomé. Não admitem outra fonte de ensinamento que não seja o Corão e são os mais radicais em relação à fé islâmica.
Os sunitas discordam dessa posição. Para eles, o chefe político e religioso deve ser alguém com sólidas qualidades morais, sem a obrigatoriedade de parentesco com Maomé. Além do Corão, eles seguem os ensinamentos contidos na Suna.
Por: Wilson Teixeira Moutinho