Nascido em 18 de janeiro de 1689, em uma nobre família francesa. A visão crítica de Montesquieu começou a ser notada por seus familiares já muito precocemente, sempre sendo lembrado de suas obrigações para com os pobres.
Sua educação iniciou-se aos 11 anos de idade, onde foi enviado a Juilly, uma escola mantida pela congregação da Oratória, escola reservada para a classe nobre e futuros formadores de opinião. Entre 1705 e 1709, ele estuda leis in Bordeaux. Nesse período, ele tem contato com alguns dos pensadores mais avançados para a época, como Fredet, e Boulainvilliers. Em 1716, Montesquieu ganha uma cadeira no Parlamento de Guyenne, herança de seu falecido tio, mas ele não gosta do serviço oferecido, uma vez que acreditava que o parlamento era necessário para o controle do Monarca.
Em 1721, Montesquieu publica suas Cartas Persas, cujo trabalho iniciou enquanto estudava em Bordeaux. O livro torna-se um sucesso, levando rapidamente o pensador a cair nas graças do público.
Nessa obra, ele nos mostra o quanto era relativo os valores dos franceses, contando uma história narrada através de cartas entre dois aristocratas persas viajando pela Europa. Os aristocratas satirizam, assim, os políticos franceses, as condições sociais, os enganos do clero, e a literatura. Este foi uma das primeiras obras do movimento que mais tarde seria conhecido como Iluminismo, tecendo críticas sátiras sobre as instituições francesas, sob os olhos da Monarquia de Bourbon, ajudando a influenciar a Revolução Francesa.
Seu estilo de livro agradou também toda uma leva de escritores a copiarem suas técnicas literárias.
Montesquieu executou um excelente trabalho, fazendo graça com os valores europeus. Nessa época, ele realmente acreditava na imoralidade das práticas europeias. Esse livro foi à raiz dos argumentos e ideias de Montesquieu.
Em 1728, com a ajuda de suas conexões parisienses, ele é eleito para a Academia Francesa. Nos próximos 3 anos viaja pela Europa, visitando a Alemanha, Hungria, Inglaterra, Holanda, Áustria e Itália. Não foi surpresa que, o país que mais lhe impressionou ao término da viagem foi à Inglaterra, pelo seu modo de governo. Durante sua estada na Inglaterra, foi eleito como Membro do Royal Society.
Durante este período, ele escreve sua segunda obra significativa, “Considerações sobre as Causas da Ascensão e Queda de Roma”, em 1734, um dos primeiros trabalhos em história da filosofia. Nessa obra, ele utiliza os fatos da história de Roma, para provar algumas de suas ideias sobre as razões para a ascensão e queda das civilizações. Ele tenta demonstrar que tal fato pode acontecer única e exclusivamente por causas e efeitos, efeitos esses influenciados pelo homem, e não pela “fortuna”, conforme acreditava Maquiavel. Neste livro, Montesquieu deixa clara sua antipatia pela democracia. Ele argumenta que na Sociedade Democrática, o conflito entre os grupos era essencial, pois cada pequeno grupo buscava seu próprio interesse. Ele escreveu que a divisão do Império Romano, e sua decadência foram causadas pela excessiva rivalidade entre os diversos blocos. Por outro lado, ele se opunha a sistemas de governo onde classes sociais oprimissem classes que não apresentassem resistência.
Por: Renan Bardine
Veja também:
- O Espírito das Leis – A mais importante obra de Montesquieu
- Iluminismo
- Formas de Governo e Formas de Estado
- História das Ideias Políticas
- Liberalistas e Iluministas