As conhecidas libélulas, ou lavadeiras, são insetos pertencentes a ordem Odonata. No Brasil há apenas duas subordens com várias famílias ocorrentes.
Estrutura
O corpo destes insetos é dividido em três partes: cabeça, tórax e abdome. A maior parte da cabeça é ocupada pelos grandes olhos compostos. O tórax é relativamente pequeno e compacto. O abdome é fino e longo. São predadores e alimentam-se de outros insetos e por isso seu aparelho bucal é do tipo mastigador. Possuem um par de antenas minúsculas, filiformes e setáceas junto a cabeça. Apresentam dois pares de asas membranosas e rígidas (devido a rica nervação que apresentam) ligadas ao tórax. As patas estão ligadas ao tórax em número de seis (três pares); são curtas e fortes.
Características
Chegam a medir de 2 cm a 16 cm de comprimento e envergadura. No entanto, a maior libélula que já existiu, viveu a 250 milhões de anos atrás, e é conhecida apenas em estado fóssil. Chegava a atingir perto de 70 cm de envergadura. A metamorfose é do tipo gradual ou incompleta (hemimetábolos).
Estes insetos são facilmente reconhecíveis devido a característica peculiar da posição das asas, da grande cabeça móvel, e dos padrões de coloração bem diferentes. Estas mantém-se perpendicular ao corpo seja em repouso ou em voo, ou seja, não se dobram ao longo do comprimento do corpo como ocorre nos outros insetos. São muito velozes devido a forma que batem as asas o que também lhes permite voar para trás ou permanecer parados em pleno voo. Podem ser encontrados nas proximidades de lagoas, riachos ou fontes d’água.
Alimentação
Alimentam-se de moscas, besouros, abelhas, vespas e outros insetos que capturam com bastante habilidade e devoram com notável rapidez. Muitas vezes, outras libélulas são tidas como presas. Podem comer a presa enquanto voam ou podem pousar para comer. Normalmente, só aceitam presas que se movem mas, se capturados e mantidos em cativeiro, podem comer qualquer coisa, inclusive o próprio abdome.
São predadores por excelência, pois desde a fase larval estas se alimentam de presas capturadas. Os odonatos botam os ovos na água ou perto delas. Em algumas espécies, no momento da postura dos ovos pela fêmea, o macho permanece por perto e repele outros machos que se aproximam. Uma fêmea não protegida pode ser, enquanto põe os ovos, interrompida por outro macho, que a agarra e sai voando com ela tentando copular.
Desenvolvimento
As larvas são aquáticas e alimentam-se de diversos tipos de pequenos organismos aquáticos, incluindo larvas de outros insetos, besouros, e até girinos e pequenos peixes. Em geral, ficam quietas esperando pela presa sobre uma planta ou mais ou menos enterradas no lodo. A larva respira por brânquias, geralmente localizadas na extremidade caudal. Algumas ninfas utilizam estas brânquias para nadar, através de ondulações do corpo, analogamente a cauda de um peixe. Quando a ninfa para de crescer, esta se arrasta para fora da água, geralmente nas primeiras horas da manhã, fixa-se a um substrato (o caule de uma planta ou a superfície de uma pedra) e sofre a muda final. Saindo desta última pele de ninfa, o inseto estende suas asas e já pode voar assim que estas ficam totalmente distendidas. No entanto, este voo é muito fraco e o animal pode ser facilmente capturado.
A fase adulta de algumas espécies duram poucas semanas por ano, enquanto que outras podem ser vistas ao longo de todo o ano. Nas regiões temperadas, a maioria das espécies apresenta apenas uma geração por ano, passando o inverno na forma de ovos ou de ninfas. Algumas espécies maiores podem passar até dois ou três anos na forma de ninfa.