Animais

Planária

A Planária é um verme de corpo mole pertencente ao filo dos Platelmintos, classe Turbellaria, ordem Seriata, subordem Tricladida, com várias famílias ocorrentes, sendo os gêneros mais comuns a Bipalium, Orthodemus e Geoplana.

Características

Não há distinção entre a cabeça e o resto do corpo. O animal é achatado dorso-ventralmente e quanto maior for o tamanho, maior o grau de achatamento. Não apresentam cutícula sobre a pele e, por isso estão sujeitas a dessecação. Ao invés disso está presente uma camada de cílios e glândulas mucosas. Em geral, a coloração é escura, sendo principalmente os matizes de preto, marrom e cinza.

O tamanho de uma planária é bastante variável, sendo de alguns milímetros a até mais de 60 cm. São hermafroditas, ou seja, o mesmo indivíduo apresenta os sexos masculino e feminino.

São animais comumente tropicais, mas com algumas espécies viventes em regiões temperadas.

Há poucos estudos a respeito da biologia do animal. São vermes terrestres, confinados a ambientes muito úmidos, escondendo-se embaixo de troncos e do folhiço. É um animal de hábitos noturnos, escondendo-se durante o dia para evitar a dessecação e saindo à noite para se alimentar.

Planária

Alimentação

A dieta é baseada em outros invertebrados terrestres e rastejantes, como caracóis-de-jardim (Bradybaena similaris), minhocas (gêneros da família Enchitraeidae) e tatuzinhos-de-jardim (isópodos terrestres). A boca da planária serve tanto para a ingestão como para a egestão do alimento, já que o ânus está ausente. Geralmente a boca está localizada na superfície ventral do corpo.

O alimento é capturado vivo. A planária enrola-se na presa e envolve-a com uma substância viscosa prendendo-a ao substrato por meio de órgãos adesivos. Eles então ingerem a presa inteira por meio de sucção ou de bombeamento. Algumas espécies apunhalam a presa com o pênis, que termina num estilete duro e se projeta pela boca.

Reprodução

A reprodução das planárias pode se dar de maneira assexuada através de fissão transversal ou sexuadamente pela reprodução cruzada.

A reprodução assexuada por fissão transversal ocorre de maneira simples e frequente. Em determinada época o animal apenas se parte, em geral, atrás da boca e a separação é dependente da locomoção. A parte posterior do animal se fixa ao substrato enquanto que a metade anterior continua a mover-se para frente até que o verme repentinamente se quebra em dois. Cada parte se regenera e forma dois indivíduos novos e pequenos.

A reprodução sexuada se dá de maneira cruzada entre dois indivíduos. Mesmo sendo hermafrodita, a autofecundação é muito difícil. Quando dois vermes se encontram as extremidades anteriores se entrelaçam e ocorre a introdução recíproca do pênis. Sempre um dos vermes fica com o dorso voltado para o substrato. Após a introdução do pênis, os animais permanecem imóveis nesta posição por aproximadamente 40 – 50 minutos (já foi observado uma cópula com até 2 horas de duração em exemplares grandes).

Após algum tempo após a cópula (de 5 a 49 dias) ocorre a postura dos casulos que são envoltos em uma espuma branca que os prende ao substrato. A eclosão dos casulos se dá em tempo variável, em torno de 18 a 43 dias (em média 29 dias) dependendo da umidade e da temperatura. Nascem indivíduos com aproximadamente 0,3 a 0,4 cm de comprimento.

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