Os cnidários são responsáveis pelas formações rochosas conhecidas como recifes de corais, um dos mais importantes ambientes dos mares que ocorre, geralmente, em regiões de águas relativamente quentes.
A importância dos recifes de corais é que eles proporcionam o habitat ideal para o desenvolvimento de grande parte da vida marinha. A biodiversidade presente neles só é comparada às florestas tropicais em terra firme. Variedades de peixes, moluscos e uma quantidade incontável de algas e crustáceos vivem e se reproduzem no ambiente proporcionado pelos corais.
Estudos recentes revelaram, no entanto, que a maioria dos recifes de corais está ameaçada e que pode deixar de existir em um prazo relativamente curto, cerca de 100 anos, pois o processo de destruição vem se acelerando nos últimos tempos.
Muitas são as causas que têm contribuído para a destruição dos recifes coralíneos: a poluição costeira (esgoto doméstico, vazamento de petróleo), o turismo descontrolado, a pesca predatória de peixes, crustáceos e moluscos realizada pelo homem, que rompe elos das cadeias alimentares do ecossistema, provocando um desequilíbrio que leva à morte dos corais. Com a morte dos corais, as demais formas de vida desaparecem dos recifes. Várias comunidades humanas, que vivem da pesca e coletas de animais marinhos, também serão prejudicadas.
A maior formação de recifes de corais do mundo, com mais de 400 espécies, e também uma das maiores reservas ecológicas é a grande Barreira de Recifes, situada a 150 km a nordeste da Austrália, com 2.012 km de extensão. Está seriamente ameaçada, em virtude da poluição e do turismo predatório. Se não houver um controle, os cientistas acreditam que ela ficará incrivelmente reduzida em 2050, podendo desaparecer até 2100.
Um dos grandes responsáveis pelos estragos nos recifes de corais é um fenômeno chamado branqueamento, que acontece com a perda de minúsculas algas, chamadas zooxantelas, que vivem entre os tecidos dos corais realizando fotossíntese e produzindo alimentos que são utilizados por eles. Em troca, as zooxantelas sobrevivem, recebendo dos corais certas substâncias indispensáveis à sua sobrevivência. São elas as responsáveis pelo colorido exuberante que alguns desses seres apresentam. Sem elas, os corais ficam brancos e, se o fenômeno for prolongado, os recifes morrem.
Várias são as causas atribuídas ao mecanismo de branqueamento: o excesso de radiação ultravioleta, a baixa luminosidade, o depósito de sedimentos sobre as colônias, a poluição etc. Porém, nos últimos anos, a principal causa do branqueamento é atribuída às mudanças climáticas, quer seja pelo aquecimento global do planeta, que pode ser provocado, por exemplo, pela queima de combustíveis, que leva ao aumento do efeito estufa, ou, então, pelo aquecimento das águas superficiais.
Um aumento de 1°C acima da média anual máxima de temperatura, por algumas semanas, pode desencadear um processo de branqueamento, levando os corais à morte. Uma solução possível, que cabe ao homem fazer para a preservação dos recifes de corais, é a criação de zonas internacionais de proteção em que o acesso humano seja controlado, dando aos corais o tempo de que necessitam para seu restabelecimento.
Por: Paulo Magno da Costa Torres