A célula é um microambiente delimitado e diferenciado por uma estrutura microscópica muito fina, com cerca de cinco nm (nanômetros) de espessura: a membrana plasmática ou celular.
Esta, além de ser uma estrutura que marca a fronteira da célula, seleciona o que entra ou sai do meio celular, por possuir a capacidade denominada de permeabilidade seletiva. Isso faz o meio intracelular ser adequado às necessidades de cada tipo de célula.
Estrutura da membrana plasmática
Visualizando-se uma célula ao microscópio óptico, nota-se a existência de um limite bem estabelecido entre uma célula e outra. Apesar disso, não é possível a observação direta da membrana plasmática, por ser uma estrutura muito delgada. Somente quando visualizada ao microscópio eletrônico, é possível notar alguns aspectos morfológicos da membrana.
A membrana plasmática possui duas camadas de lipídios, com as porções hidrofóbicas das suas moléculas voltadas umas para as outras e as porções hidrofílicas direcionadas para as superfícies interna e externa da membrana.
Associadas às moléculas de lipídios da membrana plasmática estão proteínas, ora expostas na face interna, ora expostas na face externa, ou em ambas as faces. Neste último caso, denomina-se proteínas transmembranas.
Esse modelo molecular, denominado mosaico fluido, proposto por S. Jonathan Singer e Garth L. Nicholson, em 1972, explica muitas das propriedades físico-químicas e biológicas das membranas celulares, além de apresentar correspondência com a observação microscópica.
Pode-se entendê-lo pensando que as moléculas de fosfolipídios dispõem-se lado a lado, como pessoas aglomeradas em uma multidão, havendo deslocamentos constantes, sem perder o contato uns com os outros.
Nas células animais, a membrana apresenta uma estrutura denominada glicocálix, formada por glicoproteínas e por glicolipídios. O glicocálix, além de ser uma proteção contra agressões físicas e químicas do ambiente externo, funciona como uma malha de retenção de nutrientes e enzimas, mantendo um microambiente adequado ao redor de cada célula. Ele confere às células, ainda, a capacidade de reconhecimento, uma vez que células diferentes têm glicocálix formado por glicídios diferentes, e células iguais tendem a ter glicocálix iguais.
Especializações da membrana plasmática
Existem especializações na membrana plasmática com funções específicas. As principais são as microvilosidades e as junções celulares.
Microvilosidades
As microvilosidades são expansões da membrana celular com forma de dedos de luvas. Sua função é aumentar a superfície de absorção das células. Elas podem ser encontradas nas células que revestem o intestino, principalmente o delgado.
Junções celulares
As células de revestimento de superfícies do organismo (tecidos epiteliais) mantêm-se unidas umas às outras por meio de estruturas especializadas, genericamente chamadas junções celulares. As principais são as interdigitações e os desmossomos.
Interdigitações
Em certas superfícies do organismo, as células que se encontram juntas, uma ao lado da outra, podem apresentar dobras em suas membranas, que se encaixam e aumentam a aderência mútua. São observadas nas células epiteliais.
Desmossomos
Os desmossomos (do grego, desmos, ligação, e somatos, corpo) são placas arredondadas formadas entre células vizinhas, de onde partem substâncias colantes, denominadas desmogleínas, que atravessam as membranas e grudam as células nessa região.
Por: Wilson Teixeira Moutinho