Grupo de espécies vegetais dotadas da capacidade de digerir proteínas de origem animal, as plantas carnívoras absorvem os produtos da digestão e obtém assim conteúdo em sais minerais.
Essas plantas possuem órgãos especiais com os quais capturam os insetos, e glândulas que secretam um suco digestivo para tornar o alimento assimilável. Algumas plantas carnívoras têm flores coloridas que, a distância, aparentam o aspecto ou o cheiro de carne em decomposição. É isso que atrai os insetos.
Os pratos principais desse grupo são pequenos crustáceos, insetos e, mais raramente, anfíbios ou pequenos mamíferos.
Muitas vivem em rios, charcos, lagos ou em ambientes sombrios que tenham alta umidade.
Existem cerca de 700 espécies, agrupadas em 19 gêneros. Medem de 1 a 3 cm, mas algumas chegam a medir 50 cm (com diâmetro de 30 cm). São atraentes, delicadas, com diversas formas e cores.
Como as plantas carnívoras digerem suas presas?
As plantas carnívoras apresentam enzimas que digerem proteínas, reduzindo-as a moléculas menores que podem ser absorvidas pelas folhas. Neste aspecto, o processo é similar ao que ocorre no tubo digestivo humano, onde as proteínas são digeridas e absorvidas pela parede do intestino.
Essas enzimas geralmente são produzidas pela própria planta e, quando isto não acontece, as plantas dependem de bactérias que fazem essa digestão.
As plantas carnívoras, como outra planta qualquer, obtêm seu alimento a partir da fotossíntese. As presas que elas digerem constituem apenas um complemento alimentar para compensar a falta de nutrientes que não podem ser obtidos pelas raízes, já que elas vivem em solos muito pobres.
Mecanismos de captura
Geralmente as plantas carnívoras têm folhas que imitam, na forma, cor e odor, as flores. Algumas plantas refletem luz ultravioleta em quantidades diferentes, só visível para o inseto. Com esses artifícios, elas atraem pequenos insetos que, uma vez em contato com a armadilha, são capturados de diversas formas diferentes.
Substância pegajosa
Uma das formas mais comuns de captura é a secreção de um líquido viscoso com aparência de gotículas de orvalho, no qual o inseto fica grudado.
Depois, ao se debater, o inseto ativa um sistema químico e um mecânico. O mecânico é ativar as outras folhas, que se inclinam e prendem o inseto. O químico é a liberação de líquidos digestivos para absorver as proteínas do inseto e digeri-las.
Um exemplo de planta que possui o mecanismo químico é o da Drosera glanduligera. Já o gênero Drosophyllum, não possui o sistema mecânico e o inseto fica apenas grudado na folha.
Armadilha de sucção
Outra forma é a da Utricularia, que pode ser aquática ou terrestre. As armadilhas são minúsculas folhas modificadas, que se assemelham a pequenas bolas, e bombeiam o ar e a água que têm dentro para fora, formando um vácuo entre suas paredes. A presa chega perto da bola, toca os pelinhos existentes na abertura e é sugada para dentro, onde é digerida.
Armadilha do tipo “poço”
Um dos sistemas de captura mais elaborados é o do gênero Heliamphora que tem folhas em forma de vasos. Nesses vasos, elas acumulam água da chuva e enzimas que a planta secreta, os insetos se afogam e são digeridos.
Nas plantas do gênero Nepenthes, as paredes internas dos vasos são lisas, revestidas com cristais serosos e, no fundo, há um líquido produzido pela planta: o inseto atraído pousa na abertura, escorrega e cai, molhando as asas no líquido.
Ao perceber que está em perigo, ele tenta escapar, escalando as paredes do jarro, mas, quando chega próximo à abertura, os cristais serosos dessa região se quebram. O inseto cai novamente. Depois de três ou quatro tombos, ele acaba afundando e termina por morrer afogado.
Existe uma tampinha sobre a entrada do jarro, seu objetivo é apenas o de impedir a entrada da chuva, que diluiria as enzimas presentes no líquido. A tampa não tem participação do processo de captura da presa.
O gênero Sarracenia possui folhas ocas, cheias de pelinhos que se voltam para o lado interno, com uma tampinha. Esses pelos impedem o animal de sair.
O gênero Darlingtonia possui um esquema parecido com o do gênero Sarracenia, porém na parte superior da folha oca, ela tem uma linguinha que produz néctar, que atraem os insetos, servindo, também, como pista de pouso para os alados.
Armadilha do tipo “ratoeira”
A mais popular das plantas carnívoras, a Dionaea, tem um sistema de ratoeira. A ratoeira é composta de duas partes da folha que possuem, nas faces internas, pelos sensíveis, que ao serem tocados, fecham a armadilha. A planta começa a secretar as enzimas, restando apenas a carcaça do inseto.