Resumo – A espécie Peltophorum dubium (Canafístula) apresentam sementes de coloração marrom, alongadas, duras, oblongas, achatadas, com superfície lisa brilhante e com forte dormência tegumentar. A quebra de dormência em ambientes naturais é ocasionada pelo aumento repentino da temperatura do solo por ocasião da abertura de clareiras na floresta. Para verificação laboratorial acelerou-se o procedimento da ruptura do tegumento e sua consequente germinação. Isolando sementes em placas de Petri esterilizadas, forradas com algodão e contendo diferentes tratamentos de escarificação manual, escarificação química e água fervente divididas em seis lotes contendo 20 unidades cada um, procurou-se observar quais dos tratamentos apresentariam maior eficácia com menor intervenção.
INTRODUÇÃO
A Canafístula (Peltophorum dubium) é uma espécie arbórea nativa de florestas semidecíduas brasileiras, com altura entre 15 e 25 m, estando incluída entre as espécies consideradas em extinção. É frequentemente usada em programas de recomposição ou como árvore ornamental. Sua madeira oferece a possibilidade de múltiplos usos e é de longa durabilidade.
Árvore muito abundante e frequente nas matas da Bacia do Rio Paraná, sendo empregada em construções civis e navais, pisos, parques, carrocerias, móveis entre outros usos. Esta espécie pertence à família das leguminosas, apresenta sementes com dormência devido à impermeabilidade do tegumento a água.
A dormência de sementes é um processo caracterizado pelo atraso da germinação, quando as sementes mesmo em condições favoráveis (umidade, temperatura, luz e oxigênio) não germinam. Algumas espécies arbóreas possuem algum tipo de dormência- dentre elas a Canafístula. Comumente as plantas se utilizam desse para germinarem na estação mais propícia ao seu desenvolvimento, buscando através disto à perpetuação da espécie ou colonização de novas áreas. Diante deste fato há a necessidade de conhecermos como superar esse estado de dormência utilizando outros meios para superar essa defesa sem alterar qualquer característica.
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Os diversos tratamentos usados para superar esse tipo de dormência baseiam-se no princípio de dissolver a camada cuticular cerosa ou formar estrias/perfurações no tegumento das sementes, pois a sua ruptura é imediatamente seguida de embebição, o que propicia o início do processo germinativo
Entre os tratamentos utilizados com sucesso para superação da dormência tegumentar de espécies florestais, destacam-se as escarificações manual e química. Notou-se que a eficiência desses tratamentos depende do grau de dormência.
Em sementes de Peltophorum dubium diferentes tratamentos podem ser utilizados para a dissolução do tegumento, contudo para melhor observação foram utilizados apenas seis diferentes formas: água destilada sem qualquer alteração, água destilada fervente a 100ºC por 5 minutos, ácido sulfúrico (H2SO4) por 30 minutos, hidróxido de sódio (NaOH) por 30 minutos, água oxigenada (H2O2) por 60 minutos e escarificação manual com lixa.
Diante do exposto, este trabalho teve como objetivo testar a eficiência de tratamentos de quebra da dormência em sementes de Canafístula para testes de germinação.
MATERIAL E MÉTODOS
Para verificação laboratorial foram utilizadas sementes de Peltophorum dubium (Canafístula) coletadas e fornecidas pelo Docente Responsável da disciplina de Fisiologia Vegetal no 3º ano de Ciências Biológicas das Faculdades Integradas Regionais de Avaré- Professor Doutor José Luís Chiaradia Gabriel.
Para superar a impermeabilidade do tegumento das sementes foram testados os métodos de escarificação manual, escarificação química e imersão em água quente.
As sementes abordadas não foram submetidas ao fator importante da verificação de umidade, porém todos os tratamentos se mostraram eficazes ao favorecimento do amolecimento do tegumento, o que demonstra a necessidade de utilização de tratamentos para quebra da dormência em sementes de Canafístula.
Realizaram-se os experimentos em placas de Petri ainda sem algodão dividindo em seis lotes contendo 20 sementes cada um, realizados de forma sequencial, posteriormente a utilização dos tratamentos para quebra de dormência, as sementes foram lavadas em água corrente e colocadas nas placas de Petri esterilizadas e forradas com algodão umedecido, seguindo das seguintes maneiras:
As sementes do primeiro lote não receberam tratamento específico, somente a água destilada colocadas as 20h00 e retiradas as 20h08, semelhantes as do segundo lote, que foram colocadas em água fervente a 100ºC por 5 minutos, esse último observa-se a perda de tonalidade adquirindo o tom amarelo claro, maleabilidade que permitia um certo dobramento, tendo seu tamanho se altera após o contato com o algodão úmido.
Através da escarificação química, as sementes do terceiro lote receberam tratamento contendo ácido sulfúrico com concentração de 0,98% ficando submersas durante 30 minutos (iniciados as 20h01), esse ácido começa a agir com 3 minutos, e após 10 minutos nota-se que há um certo desbotamento, aos 20 minutos enrugam, e ao final do tempo condicionado sua tonalidade é amarela-clara com difícil desprendimento do fundo da placa, observando-se uma tonalidade escura.
O quarto lote recebe a adição de hidróxido de sódio com concentração de 1N (normal) permanecendo por 30 minutos (a partir das 20h01) as sementes demonstram certo enrugamento sem maiores alterações.
No quinto lote adicionou-se água oxigenada de concentração de 10 volumes pelo período de uma hora (contados a partir das 20h01), não se modificando grandiosamente.
A escarificação manual (lixamento das sementes na região oposta do eixo embrionário), foi o tratamento usado no sexto lote e que de antemão não apresentaria notabilidade.
O desenvolver da pesquisa seria acompanhado diariamente anotando qualquer espécie de modificações, desde o romper do tegumento visando a germinação das sementes, possibilitando especificidade da pesquisa e controle de possíveis erros.