A musculatura cardíaca se caracteriza pela sua contração involuntária, ou seja, não depende de nossa vontade para contrair-se. A frequência dessas contrações ou, em outras palavras, o número de batimentos por unidade de tempo é o que chamamos de frequência cardíaca.
A frequência dos batimentos do coração é coordenada pela atividade de um conjunto de células musculares cardíacas, que se localizam entre o átrio direito e a veia cava superior. Esse conjunto de células, chamado de marca-passo cardíaco ou nó sinoatrial, produz a cada segundo um sinal elétrico que se propaga por toda a musculatura cardíaca, fazendo com que o coração se contraia.
Para gerar o sinal elétrico que provoca a contração do coração, o nó sinoatrial precisa receber o estímulo do sistema nervoso autônomo. Tal sistema conta com um grande número de receptores por todo o corpo, capazes de identificar a demanda de oxigênio na corrente sanguínea. Assim, se houver maior necessidade de oxigênio, o sistema nervoso autônomo enviará estímulos ao nó sinoatrial para que sejam produzidos mais sinais elétricos, o que aumenta a frequência cardíaca. Com o aumento dos batimentos, o sangue circula mais rápido, levando mais oxigênio e nutrientes a todos os órgãos do corpo.
Ao longo do dia, o organismo apresenta diferentes necessidades de oxigênio, por isso, a frequência cardíaca passa por muitas oscilações. Durante uma atividade normal do dia a dia, sem grandes esforços físicos, a frequência cardíaca varia normalmente entre 70 e 80 batimentos por minuto (bpm). Por outro lado, enquanto dormimos ou estamos em repouso, o coração bate de 35 a 50 vezes por minuto. Esses números podem variar muito de acordo com a individualidade biológica de cada pessoa e outros fatores como a idade, as condições de saúde, o nível de estresse emocional e físico, o grau e o tipo de exercícios físicos realizados, entre outros.
Além de ser um dos sinais vitais, a frequência cardíaca é um ótimo indicador da atividade do coração, por isso, é muito importante que seja monitorada em determinadas situações. De modo muito simples, podemos medir os batimentos do coração manualmente: basta posicionar os dedos indicador e médio sobre o pulso esquerdo e contar o número de pulsações durante 1 minuto. O dedo polegar não deve ser utilizado nessa medição, pois ele tem uma pulsação arterial mais forte que pode atrapalhar a percepção.
Embora seja possível medir a pulsação de forma manual, é mais seguro obter a frequência cardíaca através de aparelhos específicos, denominados monitores cardíacos ou frequencímetros. O uso desses dispositivos durante treinos físicos mais intensos permite que o usuário adote o ritmo adequado para realizar as atividades e os intervalos entre elas.
Além da frequência cardíaca normal, as pessoas que fazem exercícios físicos também devem conhecer sua frequência cardíaca máxima, ou seja, o número máximo de batimentos por minuto que pode ser atingido durante uma atividade. É possível obter a própria frequência máxima efetuando o seguinte cálculo:
FCmáxima = 220 – idade
Logo, uma pessoa de 23 anos, por exemplo, tem uma frequência cardíaca máxima de 197 batimentos por minuto.
Na Medicina, a frequência cardíaca é medida através de um exame clínico muito preciso, denominado eletrocardiograma. Nesse exame, os sinais elétricos enviados pelo nó sinoatrial são captados por eletrodos e registrados sob a forma de gráficos. Com base nos dados obtidos através do eletrocardiograma é possível avaliar a atividade do coração e identificar alguns distúrbios, como a arritmia cardíaca.
Referências bibliográficas
AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia volume 1. São Paulo: Moderna, 2004.
Por: Mayara Lopes Cardoso