Os folhetos embrionários, também conhecidos por folhetos germinativos, são tecidos ou camadas celulares formadas durante o desenvolvimento dos embriões nos vertebrados e invertebrados.
A partir desses folhetos, desenvolvem-se posteriormente outros órgãos e tecidos. importantes, a partir dos quais se desenvolvem todos os outros tecidos e órgãos do organismo.
Cada espécie tem características próprias e os folhetos embrionários podem ser dois (nos animais diblásticos) ou três (nos triblásticos).
Formação
Quando um embrião começa o seu desenvolvimento, nas primeiras divisões celulares por mitose, alguns tecidos embrionários são formados.
Até a fase de gastrulação, formam-se os tecidos de ectoderme e endoderme. Além das duas camadas, uma cavidade interna é formada – o arquêntero – que posteriormente abrigará a cavidade do aparelho digestório.
Nos animais triblásticos, um terceiro e último folheto é formado em outro estágio, a neurulação. A partir desse ponto, forma-se a mesoderme. Na maioria dos grupos animais, o mesoderma forma um espaço oco em seu interior, o chamado celoma. Esse compartimento interno, nos animais adultos, irá abrigar alguns órgãos, como o coração e os pulmões.
Passados os estágios de formação dos folhetos, o embrião – agora chamado blástula – passa pelo processo da organogênese, ou seja, cada folheto será responsável pela formação de tecidos e órgãos específicos.
Diferenciação celular e organogênese
Em um animal adulto, há muitos tipos diferentes de células. Alguns tecidos, embora originados a partir de um mesmo folheto, possuem características e funções completamente distintas. Na espécie humana, por exemplo, são identificados mais de duzentos tipos de células. Todas as células, apesar de diferentes, são formadas a partir de um dos três folhetos. Por razões óbvias, o processo que dá origem a células completamente distintas a partir de um mesmo tipo celular denomina-se diferenciação celular.
Primeiramente essas células diferenciadas organizam-se em tecidos, que em seguida darão origem aos vários órgãos no organismo adulto. Os órgãos são criados inicialmente de forma rudimentar, até se desenvolver e alcançar o seu formato final – é o processo da organogênese.
Os órgãos, tecidos e sistemas que se originam dos folhetos embrionários:
O ectoderme, através do tubo neural, ficará responsável pelo desenvolvimento de todo o sistema nervoso (encéfalo, medula espinhal e nervos). Ao mesmo tempo, a ectoderme formará a epiderme – a pele – e demais tecidos externos, como unhas, garras, cascos, chifres e afins, as mucosas oral, anal e nasal, a esmaltação dos dentes, tecidos do sistema visual, como retina, cristalino e córnea e algumas glândulas, como a hipófise.
O mesoderme, por sua vez, origina o esqueleto e estruturas similares nos invertebrados, além do tecido conjuntivo da derme, os tecidos musculares todos e órgãos como os rins, gônadas e canais do aparelho excretor. Também dará origem à pleura pulmonar, o pericárdio e o peritônio – ou seja, tecidos envoltórios nos órgãos internos.
Já́ a endoderme é responsável pelo surgimento dos alvéolos pulmonares, órgãos como o fígado e todo o aparelho digestório, incluindo o pâncreas, o estômago e os intestinos e todo o tubo, exceto pelas extremidades da boca e do ânus. Os pulmões também originam-se aqui, como boa parte de aparelho respiratório.
Os animais diblásticos e triblásticos
Embora a maioria dos animais, vertebrados ou invertebrados tenha sua diferenciação celular originada a partir de três folhetos, existem seres que são constituídos apenas por dois desses folhetos. São os chamados animais diblásticos ou diploblásticos. Somente se formam a endoderme e a ectoderme. Nesse caso, encontramos os cnidários – tais como a medusa, anêmonas, alguns corais e animais similares.
Os demais animais apresentam ectoderme, mesoderme e endoderme em sua formação embrionária e são denominados triblásticos ou triploblásticos. Nesse caso, encontramos todos os demais grupos de animais pluricelulares, ou seja, platelmintos, nematelmintos, anelídeos, moluscos, artrópodes, equinodermos e cordados.
Por: Carlos Artur Matos