Gêmeos verdadeiros
A gravidez de gêmeos monozigóticos (univitelinos, idênticos ou verdadeiros) forma-se através de um único óvulo fecundado por um único espermatozoide, mas, em vez de originar apenas um embrião, o zigoto origina dois ou mais. Isso porque as células formadas nas fases iniciais do desenvolvimento (até oito dias depois da fecundação) se separam em dois ou mais grupos independentes e cada grupo origina um embrião completo. Esses gêmeos são geneticamente iguais entre si e, portanto, são sempre do mesmo sexo
Se a separação ocorrer cedo (dois a três dias depois da fecundação), formam-se gêmeos com dois âmnios, dois córions e duas placentas (se a implantação no útero for próxima, o córion e a placenta podem fundir-se). O mais comum, porém, é a separação ocorrer depois e formarem-se duas massas celulares internas, que compartilham o mesmo trofoblasto. Nesse caso, os gêmeos vão compartilhar o córion e a placenta, mas cada um estará em uma cavidade amniótica.
Quando a separação ocorre mais tarde, depois do nono dia, os embriões dificilmente sobrevivem ou, se a separação não for completa, podem surgir gêmeos verdadeiros presos por uma parte comum do corpo e compartilhando órgãos; são os irmãos siameses ou xifópagos. Em certos casos, dependendo dos órgãos que tenham em comum, é possível separá-los cirurgicamente.
Gêmeos falsos
Na população humana ocorrem cerca de quatro gêmeos univitelinos em cada mil nascimentos. A maioria dos casos de gêmeos (sete em cada mil nascimentos) ocorre de outra forma: são lançados na tuba uterina dois ou mais óvulos no mesmo ciclo, e cada um é fecundado por um espermatozoide.
Como esses gêmeos se desenvolvem de células-ovos distintas, que vieram da união de gametas com genes diferentes, eles não são tão parecidos quanto os idênticos. Podem ter ou não o mesmo sexo, por exemplo. De fato, podem ser tão diferentes quanto dois irmãos não gêmeos. Por isso são chamados de gêmeos fraternos, falsos ou, como vieram de zigotos diferentes, dizigóticos (ou plurizigóticos) ou bivitelinos (ou plurivitelinos). Há sempre dois âmnios e dois córions, com duas placentas (se eles se implantarem em regiões próximas, pode haver fusão dos córions e das placentas).
A formação de trigêmeos, quadrigêmeos, etc. é bem mais rara e pode resultar da separação de vários conjuntos de blastômeros, de uma ovulação múltipla ou de ambos os fatores.
A identificação do tipo de gêmeo pode ser feita por meio de um teste de DNA: somente os gêmeos verdadeiros terão exatamente o mesmo material genético.
Em alguns animais, como o tatu, é usual nascerem de quatro a oito gêmeos verdadeiros em uma ninhada, fenômeno chamado de poliembrionia.
Por: Renan Bardine
Veja também:
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