Ainda que não possamos ver nem sentir o seu cheiro, nós vivemos rodeados pelo ar atmosférico. Podemos senti-lo quando o vento levanta nosso cabelo, por exemplo, ao andar de bicicleta.
O ar está presente em nosso corpo e permite a vida da maior parte dos seres vivos. Ele penetra no interior de qualquer corpo poroso, preenchendo os espaços vazios.
Faça a experiência: Se você puxar o êmbolo de uma seringa vazia e mergulhá-la em um recipiente com água e empurrar o êmbolo até o fim, o que irá acontecer?
Muitas bolhas de ar sobem da água em direção à superfície. Isso mostra que o ar que preenchia o “vazio” da seringa foi colocado para fora.
Demonstramos a existência do ar de várias formas e sem complicações, porque o ar está em toda parte da superfície terrestre.
A atmosfera é a camada de ar que envolve o planeta e tem espessura de 1.000 km aproximadamente, porém a maior parte dos gases que a constituem está concentrada entre 0 e 16 km acima da superfície terrestre.
- Aprenda mais sobre a atmosfera.
Composição do ar atmosférico
O ar atmosférico, uma mistura de gases, é o material de que está constituída a atmosfera. Trata-se de algo exclusivamente terrestre: no Sistema Solar parece não haver nenhum outro planeta cuja atmosfera seja formada por ar.
Os gases mais abundantes no ar da Terra são: nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). A esses seguem o argônio, o dióxido de carbono e o vapor de água, e outros gases numa proporção bem baixa, como o hélio e o argônio.
A origem de alguns desses gases é geológica: eles vêm da formação do planeta ou das emissões vulcânicas (como é o caso de parte do dióxido de carbono). De qualquer forma, na Terra, uma parte considerável dos gases atmosféricos deve-se à existência de vida.
A concentração de oxigênio na atmosfera terrestre não seria possível se não fosse pela participação dos seres fotossintetizantes, que produzem esse gás e o liberam no meio ambiente. Da mesma forma, não seria possível a existência de uma camada de ozônio se na atmosfera não existisse oxigênio.
Os gases do ar
Nitrogênio (N2): Gás mais abundante na atmosfera e muito estável na natureza. É um gás inerte para os seres vivos. Não tem função química na respiração.
Oxigênio (O2): Fundamental para a respiração dos seres vivos. Vem, primordialmente, dos organismos capazes de realizar a fotossíntese (plantas e algas). Portanto, pode-se dizer que, provavelmente, se não existisse vida no planeta, não haveria oxigênio na atmosfera; e, se a atmosfera carecesse de oxigênio, não seria possível a vida. O oxigênio que respiramos é formado por dois átomos de oxigênio unidos.
Ozônio (O3): Forma-se a partir do oxigênio; de fato, é uma molécula com três átomos de oxigênio unidos (O3). Gás muito conhecido por sua importância para os seres vivos: graças à sua presença na estratosfera (na camada de ozônio) são retidos muitos raios ultravioleta procedentes do Sol, os quais seriam letais para os seres vivos.
Dióxido de carbono (CO2): É o gás que se desprende na respiração dos seres vivos, animais e vegetais, e é utilizado pelas plantas e pelas algas para a fotossíntese. Também tem origem nas erupções vulcânicas.
O dióxido de carbono é um dos gases que causam o efeito estufa, fenômeno natural que mantém a temperatura da Terra. Apesar disso, o aumento da concentração de dióxido de carbono na atmosfera, por causa da poluição, pode provocar um aquecimento excessivo do planeta.
Hélio: Gás muito leve, utilizado para encher bexigas e balões dirigíveis, gás engarrafado para mergulho, útil para testar vazamentos, laser.
Neônio: Também conhecido por gás neon, seu uso mais conhecido é na confecção de letreiros luminosos para propaganda, tubos de TV, laser, líquidos para refrigeração, teste para tensão elétrica.
Argônio: Entre os gases nobres, é o mais abundante e utilizado nas lâmpadas incandescentes (lâmpadas comuns), gás para solda, laser.
Criptônio: Tubos de luz, lâmpadas fluorescentes, laser ultravioleta.
Xenônio: Lâmpada ultravioleta, luz para bronzeamento, lâmpada de projeção, lâmpadas de flash, laser ultravioleta.
Radônio: Utilizado na medicina e na produção de sismógrafos.
Quanto “pesa” o ar
O ar atmosférico, como qualquer matéria, tem massa e ocupa um volume. A densidade do ar na superfície da Terra é de aproximadamente 1 kg/m3. Isso quer dizer que 1 metro cúbico de ar (volume equivalente a 1.000 litros) pesa aproximadamente 1 quilograma.
A densidade do ar não é a mesma em toda a Terra. Ela diminui com a altitude, sendo menor nas montanhas que no nível do mar e ainda menor nas camadas mais altas da atmosfera. Dizemos que, em muitas zonas elevadas, o ar é rarefeito e não é muito próprio para a respiração. Ainda assim, em muitos casos, é possível se adaptar à respiração em grandes altitudes.
Na área andina, por exemplo, assim como no Himalaia, muitas populações encontram-se a mais de 3.500 m acima do nível do mar. Pessoas que moram nesses lugares têm maior capacidade pulmonar que a média e em seu sangue há mais hemoglobina, a proteína transportadora de oxigênio.
Os dois fatos são claras adaptações à respiração do ar rarefeito, pobre em oxigênio, característico das zonas em que vivem essas pessoas.
Se uma pessoa qualquer procedente de um lugar de menor altitude viajar para essas zonas elevadas, sentirá dificuldade para respirar, além da sensação de enjoo e de fadiga ao realizar atividades físicas. Consequentemente, é necessário um período de aclimatação para os alpinistas que se dedicam a escalar os picos mais altos.
Por: Wilson Teixeira Moutinho