Os solos de todo o planeta estão sujeitos a forças destruidoras que causam erosão, ou seja, o desgaste do solo e das rochas meteorizadas. A erosão do solo pode provocar perda de solos férteis e chegar ao ponto de convertê-lo em um deserto.
Causas
A superfície da Terra sofre constantes modificações resultantes da meteorização. As montanhas e regiões altas são erodidas pela ação dos elementos do clima, e os fragmentos de rochas arrastados são depositados nas áreas baixas.
Durante a erosão, o transporte desses materiais – submetidos a uma série de forças, como o atrito, as fricções e os choques que os desgastam – modifica, aos poucos, o relevo. O clima atua, assim, como o principal agente erosivo externo.
Porém, um dos fatores que afetam o solo é a erosão gerada principalmente pelo desmatamento, que o deixa à mercê desses agentes geológicos externos (principalmente a água e o vento).
Tipos de erosão
Erosão glacial
Em regiões polares, quando há o aumento da temperatura, o gelo glacial derrete fazendo imensos blocos de gelo avançarem sobre a superfície, quebrando rochas desfiladeiro abaixo.
Esse processo escava profundas fendas que acabam formando os vales.
Erosão fluvial
Nas regiões temperadas e úmidas, a erosão é provocada pelas águas que escorrem na superfície, formando enxurradas e tornando os rios mais caudalosos ou devastando grandes áreas por meio de violentas inundações.
Se as margens dos rios estiverem desprotegidas, sem vegetação, a correnteza poderá escavá-las de tal maneira que ocorrerá a formação de grandes gargantas, conhecidas como cânions.
Erosão pluvial
Quando as águas das chuvas chegam ao solo e este apresenta uma cobertura vegetal, a água que cai nas folhas escorre para o solo com menor força. Assim, as raízes facilitam a penetração da água no solo, evitando que as substâncias orgânicas e minerais sejam levadas.
Em áreas desmatadas, quando o solo é atingido por chuvas muito intensas, a matéria orgânica é a primeira a ser levada pelas águas. Isso empobrece o solo rapidamente. A falta de vegetação permite que grandes massas de solo íngreme desmoronem, acumulando-se nas margens dos rios, assoreando-os. Os rios tornam-se mais rasos, dificultando a sobrevivência dos peixes e de outros seres vivos aquáticos, além de alterar e destruir o curso dos rios.
O mesmo acontece em terrenos íngremes e sem vegetação, como morros ou locais onde estradas foram construídas, o que pode provocar a queda de barreiras.
Os barrancos são facilmente destruídos pela ação da velocidade das águas e, quando a umidade do solo excede certo limite, fazem-nos desmoronar. O resultado é a formação de regiões áridas e pobres em nutrientes para o desenvolvimento de vegetação.
Outro fator que facilita a erosão e o desmoronamento de barrancos é a própria gravidade, força capaz de atrair todo tipo de material em direção ao solo, principalmente após o desgaste pela meteorização. A modificação e a falta de equilíbrio dos fragmentos de rocha fazem com que, lentamente, parte da estrutura original vá sendo modificada.
Erosão marinha
Na região costeira, os mares exercem forte ação erosiva por meio das ondas e das marés. A água do mar, movida por fortes ventos, forma ondas cujos movimentos são capazes de desgastar e escavar o solo, arrastando sedimentos e provocando a erosão conhecida como abrasão marinha.
Esses movimentos nunca param e, por isso, são capazes de produzir desgaste e modificar as rochas em areias de diferentes tamanhos.
Erosão eólica
Nas áreas desérticas e subdesérticas, onde a vegetação é muito escassa, o vento torna-se uma potente força erosiva, capaz de desfazer grandes estruturas de rocha ou desgastar grandes rochas, dando-lhes formatos interessantes.
Em outras regiões, como o litoral nordestino do Brasil, os ventos modificam a paisagem, transferindo a areia que, ao se depositar mais adiante, forma inúmeras dunas.
Como evitar a erosão
A fim de evitar a erosão do solo deve-se dar a ele um uso adequado e realizar intervenções que não o degradem. É adequado que o solo mantenha a sua vegetação.
Em terras agrícolas é conveniente utilizar lavouras que sejam apropriadas às características do terreno e, na área restante, convém realizar o reflorestamento com espécies vegetais autóctones.
Veja outros cuidados:
- A plantação em terrenos em declive deve ser feita com o emprego de curvas de nível e terraceamento. Esses terrenos devem ser usados para reflorestamento e formação de pastagens. Nunca devem ser usados para culturas anuais (milho, feijão etc.).
- As culturas anuais, que exigem aração anual, devem ser feitas em terrenos planos.
- Nunca deixar o solo nu. Quando se fazem as capinas, as plantas devem ser roçadas, e não arrancadas do solo. Deixar o solo com a cobertura morta (palhada). Dessa maneira, a vegetação morta forma um acolchoado protetor do solo, procurando imitar a natureza.
- Fazer rotação de culturas. Cada tipo de cultura tem exigências diferentes de nutrientes minerais. Na rotação, as culturas alternam-se no mesmo terreno, evitando um desgaste exagerado do solo. Está provado também que a rotação elimina muitas pragas de insetos.
- Uso adequado e controlado das máquinas agrícolas, evitando que o excesso venha a facilitar a erosão.
- Plantio de grama nos taludes das estradas e muros contenção quando houverem encontas.
