O nome floresta ombrófila (origem grega: ombros – “chuva”; philos – “amigo”, “amigo das chuvas”) é utilizado para descrever as florestas nativas de regiões com alto índice de pluviosidade, como as florestas equatoriais na Amazônia, na Indonésia, florestas do sul da Índia ou da África Central . A vegetação nessas regiões tem como característica uma cobertura perene e folhas largas e vistosas em geral.
Existem três tipos de florestas ombrófilas quanto à fisionomia: densa; aberta e mista.
Floresta ombrófila densa (FOD)
Esse tipo de vegetação é caracterizado por fanerófitos, lianas e epífitas em abundância, com espécies perenifólias (folhagem de árvores perenes). Essas florestas ocorrem em regiões com temperaturas médias anuais ao redor de 25ºC e pluviosidade alta, que ocorre na maior parte do ano (clima com média de 60 dias secos).
No Brasil, podemos observar esse tipo de vegetação na região amazônica, a Floresta Amazônica, e na região litorânea, a Mata Atlântica, em boa parte da sua extensão. Essas florestas são matas fechadas de grande biodiversidade e geralmente recobrem grandes bacias hidrográficas – até pela frequência das chuvas.
Essa categoria de vegetação pode variar conforme as diferentes microrregiões, conforme altitude. Por exemplo, a Floresta Amazônica, em sua porção brasileira, cobre sobretudo a bacia hidrográfica do Rio Amazonas, ou seja, está em planícies. Contudo, no estado de Roraima, assim como em partes da floresta localizadas na Venezuela, Peru e Colômbia, a cobertura vegetal amazônica atinge altitudes extremas.
- FOD aluvial, que ocupa as margens de corpos d’água
- FOD das terras baixas, que ocupa as planícies litorâneas, com muitas árvores altas e lianas
- FOD submontana, presente nas encostas das serras
- FOD montana, ocorrente no alto dos planaltos e serras
- FOD altomontana, no cume das altas montanhas
A Floresta Amazônica é certamente a maior das florestas ombrófilas densas do mundo, porém está longe de ser a única. A Floresta Equatorial do Congo, na África Central, recobre parte relevante do território de Camarões, Gabão, Guiné Equatorial, Congo, República Democrática do Congo (antigo Zaire) e República Centro Africana.
A floresta costeira de Sundarbans, que lembraria um “mangue equatorial”, ocupa boa parte do território de Bangladesh, no delta do Rio Ganges, e quase 40% do Leste da Índia.
Floresta ombrófila aberta (FOA)
A floresta ombrófila aberta (FOA) é típica das áreas de transição entre a FOD da região amazônica e as áreas extra-amazônicas. Ou seja, são florestas que não se caracterizam necessariamente como equatoriais ou tropicais, em similaridade à Floresta Amazônia ou à Mata Atlântica, mas estão em regiões de divisa com essas coberturas. Seu período de seca é pouco maior que os 60 dias anuais sem chuvas registrados nas ombrófilas densas.
Nessa formação são encontrados muitos cipós, algumas palmeiras, bambus e uma planta peculiar chamada sororoca, também conhecida popularmente como banana-brava-da-mata. Ou seja, são florestas ainda típicas de regiões quentes, porém mais esparsas.
No Brasil, uma floresta com essa tipificação é a Mata dos Cocais. Em suas partes mais baixas, a Mata dos Cocais possui arbustos e uma vegetação similar à dos mangues, e em terras um pouco mais altas e secas mostra uma prevalência de espécies de palmeiras e cocais.
Outros exemplos ao redor do mundo incluem as “Lowland Forests”, na costa leste de Madagascar, e a região de Brahmaputra, próxima da divisa da Índia com Butão.
Floresta ombrófila mista (FOM)
Esse tipo florestal faz parte do bioma Mata Atlântica e é encontrado, principalmente, nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, sendo conhecido popularmente como Mata de Araucárias.
Nessas regiões, o clima é quente e úmido no verão, apresentando inverno mais rigoroso que a média brasileira. Assim, é comum verificar a presença da araucária (Araucaria angustifolia), conhecida como pinheiro-do-paraná, uma árvore adaptada às baixas temperaturas. Em outros lugares do mundo, há exemplos de florestas semelhantes.
No sul do México, o Cinturão Vulcânico Trans-Mexicano apresenta vastas florestas de coníferas semelhantes às matas de araucárias no Brasil. A região tornou-se mundialmente famosa, por abrigar as árvores para onde migram as borboletas monarcas.
Por: Carlos Artur Matos