A predação ou predatismo é uma relação ecológica muito comum na qual um indivíduo (predador) consome todo ou parte de outro. Nesta relação, normalmente, o predador se beneficia, prejudicando o outro ser pela redução do seu crescimento, sua fecundidade e sua sobrevivência.
A maioria dos predadores forrageia (procura alimento) deslocando-se em seu hábitat em busca de alimento (presa), consumindo muitos indivíduos ao longo de sua vida. Dentre eles, existem predadores generalistas, que consomem diversas espécies, e os especialistas em predar uma ou poucas espécies.
A predação pode ser mais complexa que a competição, pois envolve diferentes modalidades. O parasitismo, por exemplo, pode ser considerado um tipo de predação, no qual o parasita, como bactérias, vírus e vermes, consome partes dos hospedeiros sem que estes morram a curto prazo. A herbivoria também é um tipo de predação, na qual animais pastejadores, como bovinos, lagartas e gafanhotos, consomem partes de diferentes presas, normalmente plantas, sem que estas morram.
Na predação, podem-se incluir animais carnívoros que estão no topo da cadeia alimentar e são bem conhecidos pela população em geral, como leões, ursos-cinzentos, aves de rapinas e tubarões. Também incluem aranhas que se alimentam de insetos; joaninhas que se alimentam de pulgões; plantas insetívoras que se alimentam de insetos; e até lagartas, que comem raízes de plantas as quais morrem após o ataque.
Efeitos da predação
Os efeitos da predação sobre uma população são complexos, pois dependem de uma série de condições dessa população: como ela está estruturada, quais são as outras espécies competidoras, como está a abundância de recursos no ambiente etc. De forma geral, existe uma tendência de as populações de predadores e presas exibirem um ciclo de abundância, no qual a fartura de predadores reduz a quantidade de presas, o que, posteriormente, proporcionará escassez de alimento aos predadores, que serão reduzidos, e isso aumentará a população de presas.
Esse ciclo tende a manter o equilíbrio entre as espécies ao longo do tempo. Além disso, é bastante comum que os alvos mais frequentes da predação sejam aqueles indivíduos que não estão se reproduzindo, ou seja, que não contribuem para o crescimento da população de presas, como é o caso de indivíduos muito jovens, idosos ou que estejam doentes.
Já os parasitas, por consumirem partes específicas do hospedeiro (presa), geralmente não as matam a curto prazo. Ao longo de sua vida, os parasitas se associam a poucos ou mesmo a apenas um hospedeiro.
Como exemplos, temos os vermes parasitoides que vivem no interior dos intestinos de animais, vírus que atacam plantas, carrapatos que sobrevivem sugando o sangue de outros animais, vespas que botam ovos no tecido vegetal de plantas, que serão o alimento das larvas, entre outros.
Os parasitas, em geral, deixam o hospedeiro mais suscetível a outras doenças, o que pode abreviar sua existência. Entretanto, como a sobrevivência do parasita depende da sobrevivência do hospedeiro, em geral os prejuízos causados tendem a não ser muito graves. Em alguns casos, os hospedeiros podem desenvolver mecanismos de defesa, tornando-se mais resistentes aos danos causados pelos parasitas.
No caso dos animais pastejadores, eles não matam suas presas, e, em ambiente equilibrado, eles causam efeitos menos severos do que imaginamos a elas. As plantas, inclusive, podem apresentar maior crescimento após serem atacadas, o que compensa os efeitos da herbivoria.
Por: Wilson Teixeira Moutinho