Ecologia

Reciclagem

A reciclagem de materiais, entre eles metais, vidro, papéis e plásti­cos, visa não só ao reaproveitamento de insumos e a economia de ener­gia.

Ela contribui também para uma diminuição da quantidade de lixo, incinerado ou despejado em aterros sanitários, e de seu impacto sobre o meio ambiente. Além disso, a coleta de material reciclável constitui um fator socioeconômico considerável. Tanto isso é verdade que existem várias cooperativas e associações de catadores de lixo em todo o país.

A participação de condomínios, empresas e clubes na coleta de material reciclável tem sido crescente ao longo dos anos, o que confir­ma que a população está cada vez mais consciente de sua parcela de responsabilidade com o meio ambiente.

Reciclagem

Por que Reciclar?

  • Diminuímos a quantidade de lixo e, portanto reduzimos os problemas trazidos por ele;
  • Poupamos dinheiro, pois obter plástico, vidro, papelão ou metal a partir de matéria-prima natural custa mais do que já existe;
  • Economizamos energia, pois gasta se menos energia na reciclagem do que na obtenção a partir de fontes naturais; e
  • Conservamos os recursos naturais como às árvores (usadas para fabricar papel) o petróleo (matéria-prima para o plástico) e os minérios (para obter metais).

O que podemos reciclar:

Metais

Símbolo de reciclagem do alumínioO Brasil é o líder mundial de reciclagem de latas de alumínio e, segundo a Associação Brasileira do Alumínio (Abai), o país recicla cerca de 95,7% das latas. O símbolo ao lado identifica as latinhas de alu­mínio reciclável.

A bauxita é o minério bruto do qual se extrai o alumínio. A reciclagem de latas de alumínio gera uma economia de mais de 600 mil toneladas de bauxita. Nos anos 1990, quando as latas de alumí­nio começaram a ser fabricadas no Brasil, eram produzidas 64 latas com 1 kg de alumínio. Atualmente já é possível fabricar 74 latas com a mesma quantidade da matéria-prima. Além disso, para a sua reciclagem gastam-se apenas 5% da energia que seria utilizada na produção da mesma quanti­dade de alumínio primário. Para se ter uma ideia da economia alcançada, basta dizer que com a reciclagem de uma única latinha de alumínio economiza-se energia suficiente para manter ligada uma TV por 3 horas.

Existem no país muitas pessoas que trabalham exclusivamente como coletoras de latinhas de alumínio. Elas ga­nham, em média, de dois a quatro salários mínimos por mês. Esse tipo de atividade pode contribuir para a diminuição do desemprego. Some-se a isso o Projeto Escola, programa instituído por fabricantes de latas de alumínio e voltado para escolas, clubes e restaurantes, que trocam latinhas por utensílios e equipamentos.

Vidro

Símbolo de reciclagem do vidro A reciclagem de vidro no Brasil atingiu um índice de 45% em 2003, e a adição de 10% de caco de vidro à mistura para a fabricação de vidro gerou uma economia de 4% na energia que seria necessária para a fusão. No caso dos vidros, devemos fazer uma distinção entre a reutilização e a reciclagem. A reutilização é mantida por garrafas, as retornáveis, que entregamos nos supermercados e postos de venda e que são reaproveitadas pelos fabricantes. A reciclagem é feita nas fábricas de vidro com material que já foi utilizado.

O vidro que pode ser reciclado é aquele utilizado, por exemplo, em garrafas de refrigerantes, suco e água, frascos de molho e condimentos, potes de produtos alimentícios, frascos de medicamentos, perfumes e cacos de qualquer dessas embalagens.

Pela lista pode-se concluir que nem todo vidro é reciclável. O vidro que não pode ser reciclado é aquele utilizado em espelhos, vidros de janelas e box de banheiro, vidros de automóveis, produtos de cerâmica e louças, potes de barro, cristal, lâmpadas, fôrmas e travessas de vidro temperado, utensílios de mesa de vidro temperado, tubos e válvulas de televisão e ampolas de medicamentos.

Papel

Símbolo da reciclagem do papelCom o advento da informática muitos cientistas acreditaram e até chegaram a prever o fim do uso do papel. Entretanto, o consumo mun­dial de papel tem aumentado, e muito. O balanço de uma empresa, por exemplo, que antes era datilografado em algumas folhas de papel sulfite é agora impresso em metros de formulário contínuo.

Cerca de 95% da matéria-prima fibrosa usada na fabricação de pa­péis é constituída por madeira. No Brasil, a madeira preferida pela indústria de papel é o eucalipto; mas são necessários cerca de 12.000 pés por dia, derrubados em regiões de reflorestamento, para dar conta da demanda brasileira por papel em uma única grande indústria. Essa mes­ma indústria, em 1990, plantou 20 milhões de mudas de eucalipto que demorariam cerca de 7 anos para atingir a altura ideal para o abate. É evidente que, se reaproveitarmos a celulose de papéis já usados, esta­remos contribuindo, pelo menos em parte, para reduzir o impacto ambiental que esse tipo de indústria traz consigo. A reciclagem de 1 to­nelada de pasta celulósica, obtida a partir de papel já usado, evita o abate de 34 eucaliptos com 12 metros de altura.

No Brasil eram reciclados cerca de 38% do papel e 60% do papelão produzido, bem menos do que, por exemplo, no Japão, Alemanha e França (dados de 2001). O alto índice de reaproveitamento do papelão deve-se ao fato de, na maioria das vezes, ele ser colocado na rua separado do resto do lixo devido à dificuldade de acondicioná-lo em sacos plásticos. Naturalmente isso facilita o trabalho de coleta por particulares, muitas vezes realizado por caminhões destinados apenas para esse fim.

Dentre os papéis passíveis de reciclagem, além do papelão, pode­mos citar o papel jornal, o papel branco utilizado em computadores, cadernos, fotocópias não brilhantes, papéis usados em escritório (des­de que sem etiquetas, janelas de plástico, selos, clipes, grampos e fitas colantes) e papel colorido de revistas.
Mas nem todo tipo de papel pode ser reciclado. Dentre os não-recicláveis podemos listar os papéis plastificados e os metalizados, o papel carbono, o papel vegetal, papel para fax e fotocópias brilhantes, papel para fotografias, papel de bala, fita-crepe, papel com cola (adesi­vo) e os papéis sujos (como papel higiênico, guardanapo, fraldas descar­táveis e tocos de cigarro).

Plásticos

Símbolo da reciclagem dos plásticosOs plásticos, devido à sua durabilidade e resistência à ação do ar e de agentes químicos, tomaram-se um grande problema de poluição ambiental quando descartados. Eles não são biodegradáveis e, por esse motivo, estima-se que podem durar centenas de anos quando abando­nados no meio ambiente. Sua incineração, por outro lado, pode liberar gases tóxicos e poluir o ar.

Em 2001, o Brasil reciclava apenas 15% do plástico produzido no país. Cada quilograma de plástico reciclado representava uma economia de energia equivalente a 1 litro de petróleo.

A maior dificuldade para a reciclagem dos plásticos é a grande di­versidade de tipos produzidos pela indústria, exigindo sua separação, em uma coleta seletiva. A classificação dos tipos é feita de acordo com um código internacional, que deve vir estampado no fundo da embala­gem plástica.

Dentre os plásticos que não são recicláveis podemos citar os cabos de panela, as tomadas de eletricidade, a baqueiite e os poliuretanos e poliacetatos de etileno vinil (usados em solados de calçados).

Restos de Alimentos

Existe também uma quinta opção de reciclagem que é a compostagem. Há uma grande quantidade de restos alimentares no lixo que podem ser transformados em adubo. O composto serve para ser colocado no solo que é muito usado pela agricultura. Durante a compostagem é produzido também uma quantidade apreciável de gás metano (combustível).  Esse combustível serve para produzir energia.

Conclusão

A reciclagem, além de uma necessidade, é um ato de cidadania. Todos devemos nos conscientizar de que apenas com a participação de toda a sociedade é que os movimentos de uso racional de energia e de matéria podem dar certo, de maneira a melhorar as condições de vida em nosso planeta.

Por: Renan Bardine

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