Evolução

Seleção Natural

Em 1858 foi apresentada uma teoria da evolução que mudaria o rumo da ciência, a teoria da seleção natural, descrita pelos naturalistas ingleses Charles Darwin (1809-1882) e Alfred Wallace (1823-1913).

A teoria demonstra que o ambiente seleciona os seres vivos mais adaptados. Isso significa que os seres vivos que têm características que lhes permitem sobreviver a determinada condição ambiental irão transmiti-las a seus descendentes.

História

Antes que Darwin e Wallace propusessem sua teoria da evolução pela seleção natural, já havia muitos evolucionistas. Considerando como são semelhantes algumas espécies, eles pensavam que as espécies evoluíam, de modo que uma espécie podia dar origem a outra ao longo do tempo.

Até Darwin, quando viu as diferentes espécies que habitavam Galápagos, ficou convencido de que a evolução era um fato. Seu problema, como o de outros cientistas, era que não imaginava um mecanismo capaz de produzir a evolução. Desde que Darwin fez sua famosa viagem com o navio Beagle até sua publicação de A origem das espécies passaram-se muitos anos, nos quais ele concebeu e refinou sua teoria.

Darwin dedicou muitos anos de sua vida aos estudos da história natural, os quais serviram de base para a formulação da teoria da evolução, amplamente aceita pela comunidade científica atual. No entanto, Wallace e Darwin trocaram cartas, e em algumas delas Wallace apresentou uma teoria praticamente idêntica à de Darwin, que fora desenvolvida por ele de forma independente.

Os dois naturalistas concordaram então em apresentar seus trabalhos em uma única publicação, em 1858. Um ano depois, Darwin publicou o livro A origem das espécies, consolidando a teoria da evolução por seleção natural.

Como ocorre a seleção natural

A teoria da evolução proposta por Darwin e Wallace tem como ideia central a seleção natural. Segundo os naturalistas, o ambiente é um fator limitante para a sobrevivência das espécies.

Aqueles indivíduos de uma população mais adaptados ao meio têm mais chances de sobrevivência do que aqueles que estão menos adaptados. Os mais bem adaptados deixam número maior de descendentes. Então, dizemos que foram “selecionados” pelo ambiente.

A seleção natural está fundamentada em quatro princípios básicos. O primeiro deles se refere à variabilidade de indivíduos de uma população. Darwin observou que os indivíduos de uma determinada espécie não são todos idênticos, mas apresentam variações em suas características.

O segundo princípio é sobre reprodução. Todos os organismos podem se reproduzir para formar novas gerações, ou seja, todos têm capacidade potencial de produzir descendentes, apesar de apenas alguns deles chegarem à idade adulta.

O terceiro princípio se refere à hereditariedade. De acordo com o naturalista, as características biológicas seriam transmitidas de uma geração para outra, ou seja, os descendentes (filhos) herdariam características de seus progenitores (pais). No entanto, Darwin não sabia como essas características seriam herdadas.

Já o quarto princípio se refere à variação na aptidão. Alguns indivíduos têm maior probabilidade de sobreviver, crescer e se reproduzir, isto é, maior aptidão que outros. Os organismos são capazes de produzir prole maior do que o ambiente é capaz de suportar. Por isso, há uma constante competição pelos recursos do ambiente, que são limitados.

Segundo a teoria da seleção natural, nem todos os indivíduos de uma espécie apresentariam características propícias a sua sobrevivência no meio em que vivem. O ambiente selecionaria os indivíduos mais aptos, ou seja, aqueles portadores de características favoráveis à sobrevivência e à reprodução. Isso resultaria em adaptação, entendida como características favoráveis que resultam da ação da seleção natural, que agiu sobre a variabilidade genética da espécie.

Exemplo de seleção natural

Tomemos como exemplo o tamanho da orelha dos coelhos.

Em determinado momento do passado, deve ter existido uma população de coelhos com indivíduos com diferentes tamanhos de orelhas, que variavam entre curtas e longas. Chamaremos esta população de ancestral.

Os coelhos de orelhas mais longas, provavelmente, tinham a percepção auditiva mais desenvolvida do que aqueles de orelhas mais curtas, sentindo mais rapidamente a presença de seus predadores. Essa característica permitiu que os coelhos de orelhas mais longas pudessem sobreviver e deixar mais descendentes, diferentemente dos coelhos de orelhas mais curtas, que eram presas mais fáceis.

Com o passar das gerações, os coelhos de orelhas mais longas tornaram-se mais recorrentes, reproduzindo-se mais do que os coelhos de orelhas curtas. Dessa maneira, a característica “orelhas longas” teria sido selecionada e transmitida às futuras gerações.

Exemplo de seleção natural

Por: Paulo Magno da Costa Torres

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