Saúde

Dislexia

Muitas pessoas convivem com a dislexia sem que saibam disso, o que pode gerar diversos constrangimentos e até mesmo traumas. O diagnóstico é muito importante e deve ser conduzido por especialista.

O que é?

A dislexia pode ser considerada como a dificuldade de compreender as letras e, por isso, a leitura e a escrita para uma pessoa com dislexia é mais difícil e tende a demorar mais para se desenvolver.

No cérebro de uma pessoa que não apresenta dislexia, várias áreas trabalham em conjunto, identificando as letras, dando significado às palavras, interpretando toda a informação e dando sentido ao texto. Já em uma pessoa com dislexia, as áreas cerebrais que identificam as letras e dão significado às palavras não são muito ativas, causando dificuldades. Entretanto, é muito comum que essas pessoas apresentem as áreas cerebrais relacionadas às artes mais desenvolvidas que a média.

Aluna com aparente problema de entendimento na leitura de um livro.

Diagnóstico

Um teste simples para o diagnóstico do transtorno, que deve ser conduzido por especialistas, consiste em pedir para que a pessoa leia um pequeno texto e, em seguida, explique o que foi lido sem novas consultas.

Se houver êxito, provavelmente o diagnóstico é negativo. Se houver muita dificuldade, é possível que o diagnóstico seja positivo. Nesse segundo caso, se o texto for relido em voz alta pelo especialista e for solicitado à pessoa sob diagnóstico para que explique o que ouviu, é provável que ela consiga explicar o texto com êxito.

Causas

Estudos recentes têm apontado a possível causa física (anatômica) do transtorno. Em pessoas normais, o fundo dos olhos (retina) possui uma leve assimetria. Isso faz com que o cérebro interprete as imagens corretamente. Já, na pessoa com dislexia, o fundo dos olhos é simétrico, causando problemas no momento da interpretação da imagem, gerando confusão na leitura. Isso é o que aponta o estudo da Universidade de Rennes, na França.

A dislexia também deve ter causas hereditárias e deve ser tratada, para evitar traumas psicológicos maiores. Sem saber que têm o transtorno, muitas pessoas desenvolvem problemas emocionais, que podem se transformar em baixa autoestima, e, se agravados, em depressão.

Como lidar com a dislexia

Com certas adaptações, as pessoas com dislexia podem ter uma vida normal, seguindo a carreira profissional escolhida e tendo sucesso em todas as áreas da vida. Como tudo, a dislexia possui dois aspectos e podemos olhar também para o lado positivo. Uma pessoa com este transtorno tem grande facilidade de estruturar ideias de maneira visual (chamado de “visual think”), sendo muito boas para elaborar mapas mentais, criar novas histórias e resolver problemas. A sensibilidade artística pode ser mais facilmente desenvolvida.

Muitos artistas famosos conviveram com esse transtorno: Pablo Picasso, Michelangelo, Leonardo Da Vince, Robin Williams e Tom Cruise. Os últimos, como são atores, usam o recurso da escuta do texto para decorar suas falas em filmes. Nos primeiros, o diagnóstico foi realizado com base em textos históricos.

Uma pessoa com dislexia possui alguns direitos durante avaliações, tais como maior tempo, um acompanhante que faça a leitura da prova, letras maiores, entre outros. O mesmo vale para as provas de vestibular.

Conclusão

Aceitar a diversidade do ser humano é o primeiro passo para lidarmos com transtornos como a dislexia. Cada ser humano é único, precisando ser tratado da mesma forma. Quando a cooperação e a empatia forem valores humanos amplamente desenvolvidos em todos nós, lidaremos com esse tipo de transtorno de maneira mais leve e fácil.

Referências:

Por: Wilson Teixeira Moutinho

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