A gordura saturada é um triglicerídeo cujas moléculas são compostas por ácidos graxos saturados, ou seja, todos os carbonos da cadeia são unidos por ligações simples. As substâncias desse grupo são sólidas em temperatura ambiente e costumam apresentar um aspecto viscoso quando aquecidas.
De acordo com o número de carbonos, os ácidos graxos saturados são classificados em dois grupos: cadeia média, quando a cadeia é composta por 8 a 12 átomos de carbono; e cadeia longa, quando apresenta 13 ou mais átomos de carbono. Tanto as cadeias médias quanto as cadeias longas de ácidos graxos apresentam uma estrutura linear (“reta”), o que faz com que as moléculas se tornem mais próximas umas das outras, formando um empacotamento mais denso e, portanto, sólido.
Geralmente, as gorduras saturadas estão presentes em alimentos de origem animal, como carnes, ovos, leite e derivados, pele de frango, banha de porco, sebo de boi e em alguns de origem vegetal, como o óleo de côco, a palma, a manteiga de cacau e o azeite de dendê. Quando consumimos tais alimentos, as gorduras saturadas são metabolizadas pelo organismo, e armazenadas numa camada localizada embaixo da pele (camada adiposa), que serve como reserva de energia e atua como isolante térmico, ajudando a manter a temperatura do corpo.
Embora as gorduras saturadas desempenhem funções importantes no organismo, é necessário consumi-las de formada moderada. A ingestão de grandes quantidades desse nutriente provoca o aumento dos níveis do chamado colesterol ruim (LDL), que se acumula na parede das artérias, podendo levar à obstrução (aterosclerose). Quando o entupimento ocorre nas artérias coronárias _aquelas que irrigam o coração_ o indivíduo se torna mais propenso a desenvolver infartos e outras doenças cardiovasculares.
As indústrias de alimentos frequentemente produzem um tipo de gordura saturada através da hidrogenação de gorduras insaturadas, que passam, então, a ser chamadas de gordura trans. Esse processo melhora o sabor, a aparência e a durabilidade de diversos alimentos, como bolos, tortas, salgadinhos, sorvetes, biscoitos recheados, pães, margarinas, bacon, chocolates, massas, entre outros. A gordura trans, entretanto, é ainda mais prejudicial à saúde, pois, além de aumentar os níveis de colesterol ruim, também diminui a taxa de bom colesterol (HDL) no sangue.
Considerando as necessidades do organismo e os riscos do consumo excessivo de gorduras saturadas, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a ingestão desse nutriente numa dieta diária seja menor que 10% do valor calórico total. Logo, uma dieta de 2.000 calorias por dia deve conter, no máximo, 20 gramas de gorduras saturadas.
Para identificar a quantidade de gorduras saturadas que um produto contém, basta verificar o quadro de informações nutricionais no seu rótulo. Segundo a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), a quantidade de gorduras saturadas de um alimento é considerada elevada quando é igual ou superior a 5 g numa porção de 100 gramas, ou 2,5 g numa porção de 100 mL desse alimento. Em 100 gramas de bacon, por exemplo, há 10 gramas de gorduras saturadas, por isso, trata-se de um alimento com quantidade elevada de gordura saturada.
Referências bibliográficas
- AMABIS, José Mariano, MARTHO, Gilberto Rodrigues. Biologia volume 3. São Paulo: Moderna, 2004.
- http://portaldocoracao.uol.com.br/tags/gorduras-saturadas
- http://globoesporte.globo.com/eu-atleta/nutricao/noticia/2014/03/gordura-saturada-x-gordura-trans-maleficios-que-elas-causam-saude.html
- http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/cao_consumidor/propostas/CONSULTA%20ANVISA%20N%2071.htm
Por: Mayara Lopes Cardoso
