Saúde

Vacina

A imunização contra uma determinada doença pode ser provocada (artificial) introduzin­do-se antígenos em um organismo por meio de uma vacina.

O desenvolvimento das vacinas pode ser considerado um dos grandes avanços da Ciência porque, por meio da vacinação, é possível preparar antecipadamente o organismo de uma pes­soa contra o ataque dos microrganismos.

Como as vacinas funcionam

As vacinas são produzidas com microrganismos mortos ou vivos, porém previamente enfraquecidos, isto é, tratados de modo a não causarem doenças, ou então a partir de toxi­nas que eles produzem. Quando introduzidos em alguém, esses agentes não têm condições de provocar a doença, mas são capazes de estimular o sistema imunitária a produzir anti­corpos.

As vacinas, portanto, desencadeiam no organismo vacinado uma resposta imunitário, deixando-o “preparado”. Caso seja invadido novamente pelo microrganismo contra o qual foi imunizado, esses invasores serão destruídos antes mesmo que apareçam os sintomas da do­ença.

Essa imunização pode ser permanente – é o caso da vacina contra a poliomielite – quando a criança recebe todas as doses necessárias, ou então temporária, como a vacina contra o té­tano, que deve ser reforçada periodicamente.

Bebê recebendo vacina.
Criança recebendo vacina oral contra a poliomielite. A ampla e extensiva campanha de vacinação contra essa doença impediu que novos casos da doença surgissem desde 1989.

Todavia não são todas as viroses que podem ser prevenidas com eficácia por meio de uma vacina. Um exemplo é a gripe, doença respiratória que mais acomete a população, causada pelo vírus influenza.

O Ministério da Saúde iniciou as campanhas de vacinação contra a gripe em 1991. Desde o início, a vacinação é gratuita para todas as pessoas com mais de 60 anos. Idosos, crianças de 6 meses a 2 anos, gestantes, indígenas e profissionais de saúde devem ser vacinados anualmente contra a gripe.

Entretanto, como esse vírus muda suas características muito rapidamente, uma vacina não protege contra os vírus novos que, frequentemente, surgem.

É por isso que, de tempos em tempos, surgem novos surtos de gripe, atingindo grande parte da população.

A vacinação é obrigatória e os pais devem respeitar essa obrigatoriedade. Mas cabe ao governo a responsabilidade de fornecer as vacinas para a população em geral, em qualquer época do ano, não apenas nas datas programadas oficialmente para as campanhas.

Toda criança deve ter sua carteira de vacinação, para que haja um controle das vacinas já tomadas e daquelas que ainda deverão ser aplicadas.

História da vacina

A primeira vacina foi criada em 1798 pelo britânico Edward Jenner, que observou a proteção duradoura contra a varíola humana produzida pelo vírus da varíola bovina inoculado em pessoas. Em 1881, Pasteur demonstrou ser possível produzir imunidade contra o antraz ou carbúnculo, mediante a injeção de uma cultura atenuada do bacilo causador da doença, comparativamente inofensiva. Quatro anos depois, Pasteur produziu a vacina contra a raiva.

Seguiu-se então uma pesquisa ampla e exaustiva de novas vacinas, que conseguiram controlar antigas pestes. A varíola, por exemplo, foi erradicada mundialmente na década de 1980, após um amplo programa de vacinação. Já as vacinas contra a poliomielite, a difteria, a coqueluche, o sarampo e a rubéola conseguiram controlar a disseminação dessas doenças nos países desenvolvidos. Também foram descobertas vacinas eficazes contra a febre tifoide, a cólera, a peste bubônica, a tuberculose, a febre amarela, o tétano, o tifo e a hepatite, entre outras doenças.

No fim do século XX, criaram-se novos tipos de vacinas com a ajuda de avançadas técnicas de laboratório. No caso de um agente infeccioso, os pesquisadores puderam identificar os componentes bioquímicos que estimulam a resposta imunológica do organismo agredido. Esses componentes bioquímicos podem então ser sintetizados em laboratório e depois administrados a seres humanos, nos quais atuam como qualquer outro tipo de vacina.

A tecnologia do ADN recombinante representou um grande avanço para esse método, pois permite inserir no ADN de um microrganismo dado — o vírus da varíola bovina — o gene que codifica a produção do componente bioquímico causador da imunidade de outro microrganismo.

O vírus geneticamente alterado pode então ser injetado em seres humanos e estimular a produção de anticorpos contra ele mesmo e contra o agente infeccioso cujo gene foi a ele incorporado. Essa técnica permitirá que o vírus da varíola bovina, acrescido de fragmentos genéticos dos principais agentes infecciosos, atue como uma vacina viva contra diversas doenças.

Soro

Como vimos, as vacinas são importantes, pois atuam no organismo de forma preventiva, contra as doenças, estimulando a produção de anticorpos. No entanto, em situações em que uma pessoa já tenha contraído um organismo causador de uma doença, ou toxinas, a maneira mais eficaz de combatê-lo é por meio de soro − uma solução que contém anticorpos prontos –, que atua rapidamente e de maneira curativa. Isso porque até as células de defesa do indivíduo produzirem anticorpos contra o agente causador da doença ou certas toxinas, a pessoa pode morrer.

São exemplos de soro: o antirrábico, o antitetânico e o antiofídico, respectivamente, usados contra a raiva, o tétano e as toxinas inoculadas com o veneno das picadas de cobra.

Por: Renan Bardine

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