Durante a vida estudantil – desde o ciclo de alfabetização até a universidade, qualquer aluno tem de produzir dezenas, senão centenas de trabalhos de pesquisa escolar. As tarefas exigidas são inúmeras: procurar o significado de palavras no dicionário, buscar referências para matérias que vêm sendo dadas, consultar bibliografia para produzir ensaios, redações, dissertação e até mesmo desenhos, mapas e ilustrações. Os trabalhos de pesquisa podem ainda envolver entrevistas com pessoas para uso dos dados coletados.
Um trabalho de pesquisa escolar, qualquer que seja, é algo que pode ser desenvolvido em 5 etapas distintas. Em relação a nossos pais, mudamos completamente a forma com que pesquisamos e analisamos informações. O processo em si segue similar, mas mudaram ferramentas e procedimentos.
1. Delimitação do tema
Pesquisas escolares precisam ser específicas e cumprir o tema proposto. Muitas vezes professores delimitam o tema da pesquisa, porém alguns dos trabalhos exigem que o aluno especifique o escopo do seu trabalho. Em temas mais abertos, a não delimitação pode criar pesquisas confusas e sem objetivo.
Por exemplo, se um professor dá um trabalho “livre” de pesquisa sobre o Brasil Império, o melhor é ser mais específico. É possível falar sobre o reinado de D. Pedro I ou de D. Pedro II, sobre o período regencial, sobre o fim do império antes da Proclamação da República, e muito mais.
Inclusive na faculdade, em monografias, dissertações ou testes, trabalhos de conclusão de curso funcionam desse mesmo modo: primeiro é preciso delimitar.
2. Escolha do suporte
Cada tema ou tipo de pesquisa possui um suporte mais adequado. Por suporte, deve-se entender o conjunto de ferramentas que nos auxiliam a obter informação, dados e recursos para a pesquisa escolar. Em geral, falávamos em bibliografia. Atualmente, a maioria dos alunos utiliza a internet. Mas há formas de fazer isso e ferramentas para cada tipo de trabalho. Por exemplo:
- Se o professor exige citações e referências bibliográficas específicas, use o Google Scholar;
- Se o professor quer entrevistados para a pesquisa escolar, você pode começar enviando formulários de perguntas criados no Google Forms para seus amigos nas redes sociais;
- Se entrevistas pessoais precisam ser feitas com especialistas, você pode entrar em contato e procurar marcar uma videoconferência com esses experts. Algumas ferramentas, como o Zoom, permitem inclusive gravar as conferências.
3. Exame de outra fonte
Embora esta etapa pareça uma repetição da anterior, não se trata disso. Dependendo do tema da pesquisa escolar, fontes de informação diferentes podem ter conteúdos distintos, ou até contrariar uma à outra.
Além disso, todo professor valoriza uma riqueza maior de fontes, especialmente quando variamos o tipo de recurso: bibliografia, internet, entrevistas, vídeos e áudios, etc.
4. Seleção das informações
Uma vez que todo o material foi obtido, todas as fontes relacionadas e o conteúdo estruturado, é hora de organizar tudo, “compilar”, editar e utilizar apenas o necessário. Citações podem enriquecer um trabalho, mas simplesmente copiar e colar texto, além de não produzir boas pesquisas, é cópia e em alguns casos pode levar a problemas de direitos autorais.
Em uma pesquisa com entrevistas, sempre tentamos transformar entrevistas em dados, estatísticas e conclusões. Não basta simplesmente colocar as respostas de todo mundo, sem sequência e planejamento.
A ideia é manter, dentre todo o material obtido, aquele que de fato responde às perguntas da sua pesquisa e explica o ponto de vista que você quer defender.
5. Atribuição dos devidos créditos para evitar o plágio
Com base no que vimos anteriormente, incluir créditos é uma parte importante de qualquer trabalho escolar. Citações precisam vir acompanhados da referência de quem disse. Entrevistas podem ser anônimas, mas é necessário incluir na pesquisa uma referência de como as entrevistas foram feitas, onde e quando.
O mesmo se aplica a livros – mesmo quando não usamos trechos ou copiamos partes do texto, é sempre de bom tom citar o livro. Existe um padrão específico para incluir citações de livros e não só: também de sites, eventos, material audiovisual, etc.
Ainda na escola, o plágio – ou seja, o ato de publicar algo de outra pessoa como se fosse de sua autoria – apenas pega mal. À medida que vamos para a universidade e chegamos ao mercado de trabalho, plagiar material de outras pessoas é algo que fere direitos autorais e pode levar inclusive a processos judiciais, multas, suspensões e desqualificações de uma pesquisa.
Em geral, créditos e referências seguem o padrão da Associação Brasileira de Norma Técnicas (ABNT), , mas antes de aplicar, melhor verificar com os seus professores.
Por: Carlos Artur Matos