1) SUBLINHAR
Costuma-se sublinhar uma palavra ou expressão quando se quer chamar a atenção do leitor para aquele trecho ou para enfatizar um termo ou frase. Usa-se, também, para se referir a algum termo que está sendo usado de maneira inadequada ou pouco adequada etc.
Portanto use o sublinhamento com moderação, uma vez que, se esse meio de marcar o texto for muito utilizado, acaba esgotando sua função.
1.1 Noções gerais
A leitura informativa ou leitura de estudo, através da técnica de sublinhar, auxilia a aprender os conteúdos e significados do texto.
O alicerce de toda aprendizagem é a ideia fundamental contida em cada texto, capítulo, subdivisão ou parágrafo. É necessário separar os fatores textuais menos essenciais, para não perder a unidade de pensamento. Por isso, sublinhar com traços verticais às margens, usar cores e marcas diversas para cada parte importante analisada contribui para uma boa leitura.
O desenvolvimento da técnica de sublinhar passa por algumas etapas, então algumas noções básicas de sublinhar são essenciais, conforme segue abaixo:
- a primeira leitura serve para a compreensão do assunto e como forma de esclarecimento das dúvidas que surgiram na leitura, nesta fase é preferível não sublinhar, no entanto se ideias importantes foram encontradas, coloque à margem um sinal convencional: “x”, “*”, “(.)”, “I” etc.
- reler o texto e identificar a ideia principal, os detalhes importantes, os termos técnicos, as definições, as classificações, as provas;
- o leitor deve habituar-se a sublinhar depois que releu um ou dois parágrafos, para saber exatamente o que irá sublinhar. Usar como ajuda, os sinais colocados à margem, para escolher o que sublinhar com mais segurança;
- sublinhar as ideias centrais, utilizando dois traços para as palavras-chaves e um para os detalhes mais importantes;
- nos tópicos mais importantes deve-se assinalar, à margem do texto, com uma linha vertical. E nos argumentos discutíveis deve-se assinalar um ponto de interrogação, também a beira do texto;
- cada palavra não compreendida deve-se consultar o dicionário e, se necessário anotar o significado para melhor entendimento do texto;
- ler o que foi sublinhado, para verificar se há sentido assim cada parágrafo deve ser reescrito a partir das palavras destacadas;
- E por fim, deve-se reconstruir o texto, em forma de esquema ou resumo, baseando-se nas palavras sublinhadas.
1.2 Necessidade de sublinhar
Esta necessidade consiste em conseguir compreender, ao reler o que foi sublinhado, a estrutura sintética e entender o significado do que se leu.
Para isto, deve-se ler o texto, fazer uma releitura e procurar as principais ideias, assim mostrando os detalhes importantes, termos técnicos e definições. E sublinhar apenas algumas palavras e frases que considerem essenciais e nunca a oração toda, por isso não é aconselhável sublinhar muitas palavras por parágrafo.
1.3 Técnicas para sublinhar
Sublinhar é uma técnica indispensável tanto para elaboração de esquemas e resumos quanto para destacar as ideias importantes de um texto.
Para que se possam identificar estas ideias importantes deve-se ter como requisito fundamental a compreensão do assunto, mas para que a técnica de sublinhar seja realmente eficiente algumas normas devem ser respeitadas, como nunca sublinhar parágrafos ou frases inteiras.
Para que a técnica tenha maior utilidade e praticidade, há sugestões que podem ser seguidas:
- sublinhar com lápis preto macio, para não danificar o texto;
- sublinhar com dois traços as ideias principais e com um traço as secundárias;
- dependendo do gosto pessoal, usa-se caneta hidrocor, em várias cores, podendo-se estabelecer um código particular:
- vermelho (ou verde) = ideias principais;
- azul (ou amarelo) = detalhes mais importantes;
- as anotações à margem do texto podem ser feitas com um traço vertical para trechos importantes e dois traços verticais para os importantíssimos.
E para analisar se a técnica teve eficiência desejada, é recomendado “no final do trabalho, fazer uma leitura comparando-se o texto original com o que foi sublinhado”.
2) ESQUEMATIZAR
Para Rauen “esquema é um tipo de produção textual que explicita a linha diretriz do autor de um documento de base”.
Assim esquema é a apresentação do texto, colocando em destaque os elementos de maior importância. Sua finalidade é difundir mais amplamente as informações facilitando para o leitor sua compreensão. Utiliza-se o esquema como meio facilitador para a memorização e a explicação do texto, usam-se muito pra tal feito linhas, setas, círculos colchetes, entre símbolos diversos.
2.1 Características do esquema
Na elaboração de esquemas, para que não fujam de seu projeto principal que é simplificar ao leitor a compreensão do texto, algumas características devem ser ressaltadas e observadas. Segundo Salomon:
- Fidelidade ao texto original: deve conter as ideias do autor, sem modificação ou pontos de vistas pessoais;
- Estrutura lógica do assunto: partir sempre da ideia principal, depois para seus respectivos detalhes;
- Adequação ao assunto estudado e funcionalidade: o esquema deve ser flexível, adaptado ao tipo de matéria a ser estudada. Os assuntos mais profundos com mais detalhes e os mais fáceis apenas com palavras chaves;
- Utilidade de seu emprego: o esquema deve facilitar a pesquisa assim como sua revisão, deixando em evidencias seus pontos chaves;
- Cunho pessoal: cada pessoa tem seu próprio jeito de fazer esquemas, portanto, um esquema feito por alguma pessoa raramente ira servir á outra.
2.2 Utilidade do esquema
É resumir textos muito grandes e densos para que o leitor o entenda sem que aja uma leitura completa do texto. Muito utilizado em estudos para provas, matéria a ser dada por professores, métodos para a realização de trabalhos técnicos, entre outros.
2.3 Elaboração de esquema
Existem várias maneiras para elaboração de um esquema. Porém, é necessário que o esquema expresse palavras que contém a ideia principal.
Um esquema deve estar de acordo com a realidade. Deve-se sintetizar o tema e não modificá-lo, desenvolvendo o esquema de acordo com o tema.
Enfim, para elaboração de um esquema, são necessárias várias leituras do tema. Destas leituras precisa-se marcar um ponto de partida, destacar a ideia principal e seguir uma linha de fatos ligados entre si. Estes fatos devem conter as expressões principais.
2.3.1 Recomendações para elaboração de esquemas
a) Captar a estrutura da exposição do autor quer se trate de um livro, de uma seção, de um capítulo. Pode-se obter o esboço inicial a partir dos títulos, subtítulos e das epigrafes. Estas funcionam como guias e indicadores.
b) Colocar os títulos mais gerais numa margem e os subtítulos e divisões nas colunas subsequentes e assim sucessivamente, caminhando da esquerda para a direita.
c) Utilizar o sistema de numeração progressiva (1, 1,1, 1,2, 1.2.1, 2 etc.) ou convencionar o uso de algarismos romanos, letras maiúsculas, minúsculas, números, etc., para indicar as divisões e subdivisões sucessivas.
d) Usar alguns símbolos convencionais e convencionar abreviaturas para poupar tempo e facilitar a captação rápida das ideias. Assim, por exemplo:
- → para indicar: “produz”, “decorre”, “por conseguinte”, “conduz a”, “resulta” etc.
Ex.: grupo minoritário → marginalização; - ♂ para indicar sexo masculino — homem;
- ♀ para indicar sexo feminino — mulher;
- ☺ para indicar sujeito — indivíduo, homem etc.
2.4 Exemplo
O industrialismo tem como imperativo máximo à conquista do velho pelo novo; e está forçando a humanidade a marchar através da história a um ritmo cada vez mais rápido. Porém, fixa somente a direção geral dessa marcha. A natureza geral do caminho define muitos caracteres específicos que de outra maneira aparecem como mistos e inclusive acidentais. Outra questão é porque um caminho ou outro é escolhido ou aceito pelos homens, ou imposto a eles. O industrialismo é introduzido por elites nativas ou estrangeiras, grupos de homens que pretendem conquistar a sociedade através da superioridade dos novos meios de produção. A nova sociedade, ao longo do tempo e sob um ou outro auspício, está sempre destinada a ganhar. A grande questão dramática não é se o industrialismo haverá de obter a supremacia, mas qual será seu enfoque conceitual da organização da industrialização.
2.4.1 Esquema do exemplo
Industrialismo
- Conquista do velho pelo novo;
- Fixa a direção geral da marcha.
Caminho
- Define muito dos caracteres específicos;
- Por que um ou outro é escolhido?
Elite
- Deseja conquistar a sociedade;
- A nova é destinada a ganhar;
- Como organizará a industrialização.
REFERÊNCIA
- LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 3. ed.; rev. e ampl. São Paulo: Atlas, 1991.
- MARCANTONIO, Antonia Terezinha; SANTOS, Martha Maria dos; LEHFELD, Neide Aparecida de Souza. Elaboração e divulgação do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1993.
- ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: elaboração de trabalhos na graduação. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1999.
- SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. 10 ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
- SIMIÃO, Daniel Schroeter. et al. Organizando a Informação: esquema, fichamento, resumo. Disponível em: <http://www.ucb.br/prg/comsocial/cceh/normas_organinfo_esquema.htm>. Acesso em: 25 de nov. 2006, 18:30:30.
- NUNES, Luiz Antonio. Manual da monografia jurídica: como se faz uma monografia, uma dissertação, uma tese. 5. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2007.
- RAUEN, Fábio José. Roteiros de investigação científica. Tubarão: Ed. UNISUL, 2002.
Por: Renan Bardine
Veja também:
- Como Interpretar um Texto
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