Contabilidade

Custeio ABC – Custeio baseado em atividades

O sistema de custeio ABC permite melhor visualização dos custos através da análise das atividades executadas dentro da empresa e suas respectivas relações com os objetos de custos. Nele, os custos tornam-se visíveis e passam a ser alvos de programas para sua redução e de aperfeiçoamento de processos, auxiliando, assim, as organizações a tornarem-se mais lucrativas e eficientes.

Com seu poder de assinalar as causas que levam ao surgimento dos custos, o ABC permite aos gerentes uma atuação mais seletiva e eficaz sobre o comportamento dos custos da organização.

O ABC determina que atividades consomem os recursos da empresa, agregando-as em centros de custos por atividades. Em seguida, e para cada um desses centros de atividades, atribui custos aos produtos baseado em seu consumo de recursos. Com isso, é possível se determinar quais são os produtos subcusteados e quais são os supercusteados, possibilitando uma melhoria nas decisões gerenciais. O ABC permite ainda que se tome ações para o melhoramento contínuo das tarefas de redução dos custos, como a melhora dos serviços, avaliação das iniciativas de qualidade, corte de desperdícios, aprimoramento dos processos de negócio da empresa, entre outros

No sistema de custeio ABC a atribuição dos custos indiretos são feitos em dois estágios. No primeiro estágio, denominado de “custeio das atividades”, os custos são direcionados as atividades. No segundo estágio, denominado de “custeio dos objetos”, os custos das atividades são atribuídos aos produtos, serviços e clientes.

Assim como os demais sistemas de custeio, ele também tem suas restrições, e entre elas a de não ser aceito pelo fisco.

Pelas suas próprias características, o ABC tem como fortes candidatas a sua implantação as organizações que utilizam grande quantidade de custos indiretos no seu processo produtivo e que tenham significativa diversificação em produtos, processos de produção e clientes.

Embora suficientemente simples, o sistema de custeio ABC, tem contribuído para melhorar sensivelmente a tradicional metodologia de análise de custos. Seu objetivo é rastrear as atividades mais relevantes, para que se identifiquem as mais diversas rotas de consumo do recursos da empresa. Por meio dessa análise de atividades, busca-se planejar e realizar o uso eficiente e eficaz dos recursos da empresa. A atribuição de custos as atividades é feita de uma forma criteriosa de acordo as seguintes prioridades:

1) alocação direta: isto se faz quando há uma identificação clara, direta e objetiva de certos itens de custos com certas atividades;

2) rastreamento: é uma alocação com base na identificação da relação, causa, efeito, entre a ocorrência da atividade e a geração de custos. Essa relação é expressa através de direcionadores de custos de primeiro estágio, também conhecidos como direcionadores de custos e recursos;

3) rateio: o rateio é realizado quando não há a possibilidade de utilizar nem a alocação direta, nem o rastreamento.

A medida que as empresas utilizam tecnologia de produção mais avançadas os custos indiretos de fabricação aumentam e o valor da mão-de-obra direta diminui. Assim a distribuição dos custos indiretos proporcionalmente a mão-de-obra direta conduz a um custeio incorreto dos produtos. Nesse intenso movimento de mudanças o processo de gestão empresarial passa por novos desafios e os gestores, necessariamente, passam a trabalhar com novos modelos de decisão e esses novos modelos de decisão demandam novas informações. Não podemos esquecer que a informação é a matéria-prima do processo de tomada de decisões.

Para melhor entendimento apresentamos as vantagens e desvantagens da aplicação do método de custeio ABC.

Como vantagens podemos ressaltar:

  • informações gerenciais relativamente mais fidedignas por meio da redução do rateio;
  • adequa-se mais facilmente as empresas de serviços, pela dificuldade de definição do que seja custos, gastos e despesas nessas entidades;
  • menor necessidade de rateios arbitrários;
  • atende aos Princípios Fundamentais de Contabilidade;
  • obriga a implantação, permanência e revisão de controles internos;
  • proporciona melhor visualização dos fluxos dos processos;
  • identifica, de forma mais transparente, onde os itens em estudo estão consumindo mais recursos;
  • identifica o custo de cada atividade em relação aos custos totais da entidade;
  • pode ser empregado em diversos tipos de empresas;
  • pode, ou não, ser um sistema paralelo ao sistema de contabilidade;
  • pode fornecer subsídios para gestão econômica, custo de oportunidade e custo de reposição;
  • possibilita a eliminação ou redução das atividades que não agregam valor ao produto.

Por outro lado, pode-se enumerar como desvantagens:

  • gastos elevados para implantação;
  • alto nível de controles internos a serem implantados e avaliados;
  • necessidade de revisão constante;
  • leva em consideração muitos dados;
  • informações de difícil extração;
  • dificuldade de envolvimento e comprometimento dos empregados da empresa;
  • necessidade de reorganização da empresa antes de sua implantação;
  • dificuldade na integração das informações entre departamentos;
  • falta de pessoal competente, qualificado e experiente para implantação e acompanhamento;
  • necessidade de formulação de procedimentos padrões;
  • não é aceito pelo fisco;
  • maior preocupação em gerar informações estratégicas do que em usa-las.

O sistema de custeio ABC apresenta diversas vantagens que devem ser cuidadosamente analisadas pelas empresas, com o sentido de serem tirados proveitos de suas informações, colocando a entidade em uma posição privilegiada. Contudo a necessidade imposta pelo mercado, os custos de implantação e acompanhamento, o recurso humano necessário, os produtos envolvidos, as necessidades dos gestores, etc, devem ser analisados para que se dimensionem as vantagens e desvantagens para cada instituição.

Não se pretendeu ser finalista nos estudos sobre vantagens e desvantagens do ABC, visto que em cada entidade poder-se-ão numerar outros pontos. O que deve ocorrer é manter-se sempre pronto para as mudanças mercadológicas e estar sempre preparados para reorganizar o sistema de custeio ABC de maneira harmônica com cada momento da economia.

CONCLUSÃO

Ficou muito mais claro a ideia de Custo por Absorção e Custo Baseado na Atividade. Suas ideias básicas nos mostraram a eficiência de seus conceitos.

A ideia de que os custos são essenciais para a empresa é um fator determinante. Hoje em dia, todas as decisões empresariais devem ser tomadas com base nas informações fornecidas pelo custo. Nenhuma informação deve ser desprezada.

Ao analisar o sistema ABC, fica difícil exemplificar com dados numéricos a sua contabilização, isso pois, como já dissemos, é preciso ter um conhecimento único da empresa e de todo o seu sistema de informação e produção.

BIBLIOGRAFIA

• Contabilidade de Custos – Elizeu Martins
• Apostila de Custos II – Junio Kitahara
• Custos .Cálculos, Sistemas e Análises – José Geraldo Lima
• Contabilidade Empresarial – José Carlos Marion

Autoria: Silvio Fim Netto

Veja também: