Deve-se reconhecer que, infelizmente, as informações contábeis não podem reproduzir o patrimônio da empresa com total fidelidade e certeza. A Contabilidade utiliza avaliações e, como todo sistema de mensuração, tem limitações – inclusive de custo-benefício -, pois deve conciliar a utilidade da informação com os requisitos da praticabilidade e objetividade.
O fato de a Contabilidade se concentrar na avaliação monetária apresenta um grande aspecto positivo, mas também enseja limitações, posto que é impossível a quantificação monetária de todos os eventos econômicos. O processo de avaliação é agravado pelo problema da flutuação de preços, que impacta de forma definitiva a avaliação do patrimônio líquido e do resultado ao longo do tempo. Portanto, a informação do lucro líquido não deveria ser a única medida de avaliação do sucesso de uma empresa durante um período.
O resultado exato de uma empresa – ou seja, a variação do patrimônio investido pelos proprietários – somente poderá ser apurado no final de sua vida, quando os ativos da empresa forem liquidados. Entretanto, a Contabilidade, para proporcionar informações úteis, tem a missão de calcular o resultado a intervalos regulares de tempo.
Para aprimorar essa informação é preciso introduzir, na quantificação do lucro, variáveis não monetárias de mensuração subjetiva, como custo de oportunidade, inovação tecnológica, qualidade de produtos, satisfação da clientela, investimentos sociais, ambientais e treinamento de empregados.
Entretanto, um aspecto fundamental deve ser esclarecido.
O controle através das informações contábeis é imprescindível para todas as empresas, e na avaliação da gestão da empresa, a longo prazo, o conceito de Lucro é superior ao de Caixa, apesar de este ser uma informação contábil de grande utilidade.
O conceito de lucro é obtido por meio do Princípio da Competência dos Exercícios, que representa a alocação lógica e racional do fluxo de caixa ao longo da vida da empresa.
Assim sendo, a diferença entre o conceito de lucro e de caixa é apenas temporal, visto que, no final da vida da empresa, esses conceitos são idênticos.
Uma outra limitação de que devemos estar cientes decorre da influência tributária sobre as demonstrações contábeis. Almejando o planejamento tributário – redução lícita da carga tributária -, muitas empresas utilizam práticas que não correspondem à essência verdadeira da operação e, desta forma, as Demonstrações Contábeis podem não refletir a completa realidade.
Por: Renan Bardine