Doenças

Câncer de Próstata

O Câncer da próstata é uma doença que pode surgir com o envelhecimento do homem, a partir dos 40 anos. À medida que o homem vai envelhecendo, a incidência dessa doença vai aumentando. Quanto mais cedo essa doença atinge o indivíduo, mais grave ela será.

Quanto mais tarde se fizer o diagnóstico, mais difícil será a cura. No Brasil, apesar das estatísticas não serem muitos fiéis, já caminha para a primeira causa de mortes por câncer. Com os progressos da Medicina e de outras áreas que interferem com a saúde, espera-se para as próximas décadas uma população cada vez maior de homens atingindo faixas etárias bem superiores àquela.

Conclui-se, portanto, que mais casos de Câncer de Próstata serão diagnosticados. Atualmente, existem no país diversas campanhas de detecção precoce dessa neoplasia.

A PRÓSTATA E SUA FUNÇÃO

A próstata é uma glândula localizada próximo à bexiga cercando a uretra na sua porção inicial. As secreções prostáticas são o maior componente do líquido seminal (ou esperma). Só os homens possuem próstata e o seu desenvolvimento é estimulado pela testosterona, o hormônio sexual masculino produzido pelos testículos.

É um órgão glandular que produz uma substância que, juntamente com a secreção da vesícula seminal e os espermatozoides produzidos nos testículos, vai formar o sêmem ou esperma. Sem o líquido produzido pela próstata, os espermatozoides não viveriam até atingir o óvulo no momento da fecundação. Além de conferir proteção, contém alimentos para o espermatozoide, na sua longa caminhada ao encontro do óvulo.

CAUSAS

Todo homem nasce programado para ter câncer da próstata, pois todos carregam em seu código genético os chamados “proto-oncogens”, que dão a ordem para uma célula normal se transformar em outra maligna. Isto só não ocorre indiscriminadamente porque a função dos proto-oncogens é antagonizada por outro grupo de gens protetores, chamados de “supressores”, dos quais os mais conhecidos são o p53 e o p21. Estes gens promovem o suicídio das células toda vez que elas sofrem um processo de degeneração maligna, num fenômeno conhecido como apoptose.

O câncer da próstata surge porque as múltiplas divisões celulares, que ocorrem em todos os seres vivos, acompanham-se de discreta fragmentação dos cromossomos, que vão se privando de parte do seu material genético. Com o decorrer dos anos acumulam-se perdas dos gens supressores, que libera a atividade dos proto-oncogens e permite a degeneração das células prostáticas.

FATORES DE RISCO

Homens com antecedentes familiares de câncer da próstata tem maior chance de desenvolver a doença. Os riscos aumentam de 2,2 vezes quando um parente de 1° grau (pai ou irmão) é acometido pelo problema, de 4,9 vezes quando dois parentes de 1° grau são portadores do tumor e de 10,9 vezes quando três parentes de 1° grau têm a doença. Nos casos hereditários, o câncer se manifesta mais precocemente, muitas vezes antes dos 50 anos. Por isto, os homens com história familiar devem realizar exames preventivos a partir dos 40 anos e não dos 50 anos, como se recomenda habitualmente.

DESENVOLVIMENTO

A origem do Câncer de Próstata é desconhecida, entretanto, presume-se que alguns fatores possam influenciar o seu desenvolvimento.  Entre eles, o fator genético, visto a incidência desta neoplasia ser maior em familiares portadores da doença. A presença de CP em parentes do primeiro grau aumenta a probabilidade de diagnóstico desse câncer em 18%. O fator hormonal é bastante importante, pois essa neoplasia regride de maneira significativa com a supressão dos hormônios masculinos (por exemplo, castração).

Pesquisas feitas em ratos tratados cronicamente com testosterona mostraram o desenvolvimento do câncer de próstata nesses animais. A testosterona não é indutora de câncer, entretanto, em homens já com a neoplasia ou com predisposição, a testosterona estimularia o seu crescimento. Por outro lado, o CP não ocorre em eunucos.

Ultimamente, tem se dado muita atenção ao fator dieta. Dietas ricas em gordura predispõem ao câncer e as ricas em fibras e tomate diminuem o seu aparecimento. Baseados em levantamentos epidemiológicos em áreas geográficas de maior incidência de CP notou-se que dietas ricas em gordura aumentam os riscos de seu aparecimento. Talvez por interferência no metabolismo dos hormônios sexuais, várias outras substâncias estão sob investigação como as vitaminas, o cádmio, o zinco. Doenças venéreas não tem relação com o CP embora o herpesvírus tipo II e o citomegalovírus induzam transformações carcinogenéticas em células embrionárias de hamster (pequeno animal de experimentação).

O fator ambiental é alvo, também, de investigação. Populações de baixa incidência de CP, quando migram para áreas de alta incidência, apresentam um aumento na ocorrência de casos. Fumaça de automóveis, cigarro, fertilizantes e outros produtos. 

SINTOMAS

Nas fases iniciais nada se sente. O tumor somente é detectado em exames clínicos e laboratoriais de rotina que são: Nos casos de CP sintomático, o paciente se queixa de dificuldade para urinar, jato urinário fraco, O paciente pode manifestar dores ósseas como sinal de uma doença mais avançada (metástases). Anemia, perda de peso, adenopatias (ínguas) no pescoço e na região inguinal podem também ser a primeira manifestação da doença.

TUMOR BENIGNO DA PRÓSTATA

Também conhecido como adenoma de próstata, é a doença que mais incide na próstata. Consiste em um crescimento das glândulas prostáticas e, consequentemente, de toda a próstata. Como a próstata é atravessada pela uretra, esta passa a ser comprimida, dificultando a passagem da urina.
Sintomas:

  • O jato urinário vai se tornando cada vez mais fraco e fino.
  • A pessoa urina muitas vezes durante a noite.
  • Após urinar, logo sente vontade de urinar de novo, e urina mais um pouco.
  • Sensação de não esvaziar bem a bexiga, ou seja, sintomas de obstrução urinária.
  • Pode sentir forte vontade e ter que sair correndo para urinar, podendo até fazer na roupa ou na cama.

TUMOR MALIGNO DA PRÓSTATA

O grande problema é que, na grande maioria das vezes, o câncer de próstata, na sua fase inicial, não apresenta nenhum sintoma. Numa fase adiantada, começará a obstruir a urina, como ocorre com o tumor benigno, mas o tratamento curativo já é mais difícil. O tumor maligno da próstata pode estar associado ao tumor benigno, logo, os sintomas podem ser os mesmos.

O câncer da próstata, quando avança, pode se disseminar (espalhar-se) pelo corpo, vindo a atingir outros órgãos, e principalmente os ossos. Uma dor na coluna vertebral num indivíduo na idade de risco pode ser até uma disseminação do tumor. Pode também atingir as costelas, bacia, fêmures, etc. muitas vezes o indivíduo tem uma fratura espontânea do fêmur, sem qualquer trauma, o que poderá ser uma fratura patológica, provocada pela disseminação do tumor.

O paciente pode manifestar dores ósseas como sinal de uma doença mais avançada (metástases).  Anemia, perda de peso, adenopatias (ínguas) no pescoço e na região inguinal podem também ser a primeira manifestação da doença.

EXAMES PREVENTIVOS

Toque retal – O indivíduo do sexo masculino, a partir dos 40 anos, deve realizar o exame de toque retal pelo menos uma vez por ano. Neste exame, o médico pesquisa o tamanho, consistência, pontos endurecidos dolorosos e mobilidade. O reto é a única via natural de acesso por ter sua parede intimamente ligada à próstata. O grande problema é que os latinos, de um modo geral, têm grande preconceito com esse exame.

Este toque serve para se fazer o diagnóstico precoce do tumor, mesmo quando não há sintomatologia, o que, na maioria das vezes, após tratamento cirúrgico, leva à cura. Todo o homem a partir dos 40 anos deve realizar o toque retal e dosagem do PSA, principalmente aqueles com história familiar de CP (e de câncer de mama), independentemente de sintomas.

Em caso de toque anormal e ou PSA elevado, o paciente deverá ser submetido a uma ecografia transretal com biópsia prostática. Os fragmentos obtidos serão levados ao exame anátomo-patológico. Uma vez confirmado o diagnóstico, o tumor deverá ser estagiado. Isto significa que exames deverão ser solicitados a fim de que se possa saber se o tumor está confinado à próstata ou se já invadiu órgãos adjacentes (bexiga, vesículas seminais, reto) ou se já enviou metástases. A cintilografia óssea é o exame mais útil nessa fase e nos dá informações quanto à metástases no esqueleto. Outros exames eventualmente pedidos são: fosfatase alcalina, tomografia computadorizada de abdômen, radiografias de tórax, radiografias do esqueleto.

PSA – Significa ántígeno prostático específico”, e é medido através do sangue do indivíduo. Trata-se de um antígeno específico da próstata, podendo estar normal ou aumentado tanto no adenoma benigno da próstata quanto no câncer da próstata, sendo que neste último, na maioria das vezes, etá aumentado. logo, o PSA por si só, sem o toque retal, não elimina a possibilidade  do câncer.

CONCLUSÃO

Levando-se em consideração as evidências científicas até o momento e partindo-se do preceito ético que o conjunto das estratégias de detecção precoce e tratamento de um câncer deva resultar em mais benefício do que dano, tanto na perspectiva do indivíduo quanto da população, recomendamos sensibilizar a população masculina para a adoção de hábitos saudáveis de vida (dieta rica em fibras e frutas e pobre em gordura animal, atividade física e controle do peso) como uma ação de prevenção do câncer, orientar os homens com idade entre 50 e 70 anos que procuram os serviços de saúde por motivos outros do câncer da próstata sobre a possibilidade de detecção precoce deste câncer por meio da realização dos exames do toque retal e da dosagem PSA total, informando-os sobre as limitações, os benefícios e os riscos da detecção precoce do câncer da próstata.

BIBLIOGRAFIA

Programa Nacional de Controle do Câncer da Próstata

Instituto nacional do câncer  ( inca)

Autoria: Edirlene