Diabetes Gestacional é uma patologia que acomete subitamente as mulheres não diabéticas que engravidam. No diabetes Gestacional, a mulher desenvolve o Diabetes somente durante a gestação porque produz uma quantidade insuficiente de insulina para ela e seu bebê.
Ao término da gestação, a mulher retorna ao seu estado normal de produção de insulina. Isso ocorre porque a placenta produz substâncias que bloqueiam a ação da insulina, proporcionando uma elevação na glicose.
Os sintomas são: urinar muito, sede exagerada, comer muito, perda ou aumento exagerado de peso, cansaço, fraqueza e desânimo. O Diabetes Gestacional pode estar presente mesmo sem que a mulher apresente quaisquer desses sintomas.
O que é Diabetes Gestacional?
É a diabetes que aparece durante a gravidez e geralmente desaparece depois do nascimento do bebê. Uma análise do sangue é o único meio para saber se a paciente tem ou não Diabetes Gestacional. Por isso, todas as mulheres grávidas devem ser analisadas. As mulheres que possuem diabetes em suas famílias têm maiores possibilidades de terem Diabetes Gestacional, outros fatores podem ser:
1. Ter sobrepeso.
2. Haver tido Diabetes Gestacional anteriormente.
3. Haver tido um bebê que faleceu antes de nascer.
4. Ter mais de 25 anos de idade.
O açúcar no sangue se eleva quando a comida escolhida para comer se converte em açúcar rapidamente. E todo o açúcar que provem das refeições, não está sendo utilizado pelas células, o que vai provocando sua concentração no sangue. Além disso, o corpo da paciente não fabrica insulina suficiente.
No período da gravidez, a placenta (órgão responsável pela nutrição do feto) produz algumas substâncias (hormônios) em grande quantidade. Embora imprescindíveis para o desenvolvimento do bebê, os hormônios criam resistência à ação da insulina no organismo materno. Todas as mulheres grávidas têm algum grau de resistência insulínica, mas as mulheres com Diabetes Gestacional apresentam uma resistência mais exagerada. O Diabetes Gestacional costuma aparecer por volta da vigésima quarta semana de gravidez, exatamente quando a placenta começa a produzir grandes quantidades de hormônios.
O que ocorre com o bebê?
O bebê utiliza açúcar da mãe para obter energia e cresce até nascer. Quando o açúcar da mãe está elevado, assim será o de seu bebê e então o bebê produz insulina para diminuir a quantidade de açúcar em seu sangue. O bebê pode utilizar o açúcar da mãe, mas não pode utilizar sua insulina, pois a insulina não pode atravessar a placenta.
O açúcar que bebê não utiliza é armazenado por ele em forma de gordura. E é por isso que o bebê engorda e fica muito grande. Isso é conhecido como macrossomia. Se o bebê é muito grande, a mãe pode ser lastimada ou o bebê durante o parto pode ser lastimado ou necessitar de uma cesárea.
Se o açúcar da mãe estiver elevado no momento do parto, seu bebê produzirá uma grande quantidade de insulina e uma vez que nasça não utilizará mais açúcar da mãe. Do mesmo modo terá excesso de insulina em sua corrente sanguínea. Por essa razão, algumas vezes, os bebês podem ter o nível de açúcar muito baixo, conhecido como hipoglicemia. Depois do parto, o bebê deverá ser observado cuidadosamente para detectar um possível baixo nível de açúcar no sangue.
Além disso, o bebê pode nascer com a cor da pele amarelada (icterícia). Isso dura pouco tempo e requererá o uso de lâmpada infravermelha para fazer a pele do bebê voltar a normalidade. Apenas em casos muito raros, pode ocorrer morte prematura. Para prevenir a morte prematura é importante que a mulher grávida evite fumar, ingerir bebidas alcoólicas ou usar drogas para garantir a saúde do bebê.
Para saber se o bebê está bem
Todas as mulheres grávidas (que tenham ou não Diabetes Gestacional) devem ser bem examinadas em cada visita ao médico, e ele deverá observar seu peso, pressão arterial e em algumas ocasiões realizar exames de sangue e urina. Outras provas que deverão ser realizadas são:
1. Ultra-sonografia, que permite ver uma imagem de seu bebê sem usar raios-x.
2. Um exame que cheque as batidas do coração do bebê durante movimento.
3. Um exame que determine o tamanho do bebê, sua respiração, seus movimentos e o tono muscular durante contrações suaves.
Há outras provas que servem para detectar possíveis defeitos no nascimento. Os defeitos de nascimento durante o parto não são provocados pela Diabetes Gestacional. Todas as mulheres grávidas correm um pequeno risco de ter bebês com defeitos de nascimento. Comumente se utilizam de exames para detectá-los:
1. Um AFP (alfa feto proteína), que é uma análise do sangue.
2. Uma amniocentésis, que é uma amostra que se tira do líquido que rodeia o bebê. Esse exame também indica se os pulmões do bebê estão preparados e maduros para o parto.
Deve-se controlar o nível de açúcar do sangue da mãe, por ela e pelo bebê. Controlar significa tratar de manter o nível de açúcar no sangue entre 80mg/dl e 150mg/dl a maior quantidade de tempo possível. O médico pode alterar um pouco esses números. Existem cinco maneiras para ajudar a manter controlado o açúcar no sangue:
1. Fazer sua própria análise de glicose no sangue (monitoramento de glicemia)
2. Seguir um plano de alimentação específico.
3. Fazer exercícios regularmente.
4. Se necessário, injetar insulina.
5. Ter apoio emocional.
O nível de açúcar no sangue do bebê é analisado imediatamente depois do nascimento. Isso se faz para saber se o nível de açúcar está baixo (hipoglicemia). Se esse nível estiver normal, não farão nada ao bebê. Caso contrário, se o nível estiver muito baixo, o bebê necessitará de tratamento. É possível que mantenham o bebê em observação durante algumas horas.
Insulina na gravidez
Nem sempre a causa do elevado nível de açúcar no sangue se encontra na alimentação, a tensão o estresse, as infecções e alguns medicamentos podem também elevar o açúcar no sangue. E frequentemente a gravidez provoca a elevação do açúcar.
Se a paciente necessitar de insulina, não significa que tudo o que ela fez fracassou. Significa que ela necessita de mais ajuda para manter o açúcar de seu sangue em níveis normais. A aplicação de insulina será por um período curto durante a gravidez, não haverá danos nem a mãe nem a criança.
Amamentação
Não haverá transmissão de diabetes ao bebê através do leite materno. A mãe deve manter uma boa saúde e comer as mesmas comidas que estão no programa de comidas da gravidez.
Logo que terminar de amamentar, a mãe deve fazer o necessário para perder todo o peso extra. E perder peso pouco a pouco da seguinte maneira:
1. Realizar exercícios físicos.
2. Evitar os açúcares simples e comidas ricas em gordura.
3. Observar com cuidado a quantidade de comida ingerida.
4. Comer três vezes ao dia.
5. Tomar bastante água.
Conclusão
São poucas as mulheres que seguem tendo com Diabetes depois do parto. Aproximadamente 2% das mulheres com Diabetes Gestacional continuarão tendo Diabetes depois do parto.
Após o nascimento do bebê, a mãe necessitará de outra análise de seu sangue para assegurar que sua Diabetes desapareceu. Essa análise deve ser realizada entre a segunda e sexta semana do nascimento do bebê.
E o mais importante, se a paciente já foi acometida de Diabetes Gestacional, ela pode ter outra vez em sua próxima gravidez. E se voltar a ficar grávida, a paciente precisará informar ao médico que já fora acometida de Diabetes em sua gestação anterior. O médico novamente irá analisá-la para saber se há Diabetes Gestacional e deverá seguir as mesmas orientações e cuidados que teve anteriormente.
Bibliografia
www.diabetesaldia.com
www.diabetes.org.br
Por: Carlos Souza