Drogas

Santo Daime

O chá utilizado no culto do Santo Daime é um alucinógeno, conhecido ainda como huasca ou ayahuasca, cuja base pode ser o tronco ou a raiz do cipó Banisteriopsis caapi (conhecido como mariri ou jagube), ou as folhas do arbusto Psychotrya virides (conhecido como chacrona ou rainha). Entre as substâncias encontradas neste chá estão a harmina, harmalina e o DMT (dimetril triptamina).

Sobre o histórico deste culto, é um culto brasileiro de caráter católico popular, fundado pelo mestre Raimundo Irineu Serra. Em 1912, nos seringais amazonenses da fronteira com a Bolívia, ele conheceu a bebida huasca, da qual teria recebido a força e a revelação para fundamentar a doutrina do Santo Daime.

A huasca ou ayahuasca é um chá de uso milenar na cultura indígena andina. Segundo os índios, a huasca lhes permitia ver o mundo real, já que o cotidiano seria apenas uma ilusão. Caapi e Chacrona são as duas plantas alucinógenas com as quais se faz o chá que é tomado durante as maratonas religiosas, que duram até 10 horas. Durante esse tempo, entre cânticos e monótonos bailados, as pessoas ficam expostas às “mirações”, isto é, às visões que o chá provoca. No ritual, as “mirações” são “conduzidas” para as dimensões espirituais da vida, especialmente ao amor entre os homens e à perfeita harmonia com as forças da natureza.
A huasca não está catalogada como alucinógeno e seu consumo não é proibido, já que não há provas de que ela cause dependência. Existem relatos de jornalistas que foram participar do ritual do Santo Daime para experimentar as “mirações”; eles não sentiram nada, só passaram mal fisicamente.

Provavelmente, o chá huasca é parte de uma cultura cujas visões são induzidas por um mestre, como num ritual religioso qualquer. Assim, os não-iniciados, não tendo vivenciado essa cultura, não conseguem “viajar” com o chá.