O handebol é um esporte coletivo. Ele é praticado com a participação de sete jogadores, sendo um goleiro e seis jogadores de linha.
História do handebol
Atualmente, o handebol é um esporte muito praticado dentro das escolas, mas o que pouca gente sabe é que a história dessa modalidade começou a ser escrita há milhares de anos. Existem sinais de práticas parecidas com o handebol em diversas civilizações, como na Grécia e China antigas, e também entre os egípcios, os incas e os romanos.
Ao longo do tempo, diversas pessoas ajudaram a moldar o esporte que hoje chamamos de handebol, mas foi a partir de sua regulamentação, no século XX, que a modalidade começou a tornar-se cada vez mais popular. Alguns nomes foram fundamentais nesse processo, como o do dinamarquês Holger Louis Nielsen e o dos alemães Max Heiser e Karl Schelens.
No Brasil, o handebol ganhou força principalmente a partir da década de 1970. De lá pra cá, vem se consolidando cada vez mais. Um bom exemplo disso é a marca histórica alcançada pela seleção brasileira feminina de handebol em 2013, ano em que conseguiu o inédito título de campeã mundial, derrotando países com grande tradição no esporte.
No handebol masculino, o Brasil ainda não conseguiu um título de grande expressão, entretanto também é nítida a evolução que a seleção masculina vem alcançando.
Entendendo o jogo
O handebol é um esporte de invasão em que o contato físico não é totalmente proibido. Além disso, ao contrário de outros esportes de invasão, a área do goleiro não pode ser usada por jogadores de linha. Ou seja, para marcar gols, os jogadores devem arremessar de fora da área ou ter seu corpo projetado de fora para dentro da área do goleiro (saltando) e realizar o arremesso na fase aérea.
Cada jogador tem uma função específica no time. O goleiro é responsável pela defesa do gol; o armador central é o articulador das jogadas; meias (direita e esquerda) são jogadores que fazem a progressão das jogadas cantadas pelo armador e também têm papel defensivo; os pontas (direita e esquerda) são responsáveis pelas jogadas realizadas nas extremidades laterais da quadra; o pivô é o jogador que joga de costas para o gol com responsabilidade de abrir espaço na defesa adversária.
Fundamentos do handebol
Empunhadura
É um dos fundamentos mais básicos no handebol. Consiste no ato de segurar a bola de maneira correta com uma das mãos.
Recepção
Também fundamento básico, mas não menos importante, a recepção é o ato de receber a bola e conseguir dominá-la. Normalmente, é realizada com as duas mãos, porém, dependendo do nível técnico do atleta e da situação da partida, essa recepção também pode ser feita com apenas uma das mãos.
Passe
Normalmente treinado em conjunto com o fundamento anterior, o passe é um dos fundamentos mais importantes da modalidade. É a ação de lançar a bola para um companheiro de equipe sem deixar que o adversário faça a interceptação.
Arremesso
É a ação que finaliza a jogada criada pela equipe e tem como intuito atingir a baliza adversária para marcar o gol.
Finta
Ação feita com a bola na mão, a finta consiste em realizar movimentos e mudança de ritmo rapidamente, com a intenção de confundir a defesa adversária e, assim, conseguir espaços para avançar em direção ao gol.
Drible
Resume-se ao ato de quicar a bola no chão, em progressão, sem perder o domínio dela. O drible tem como objetivo ludibriar a marcação adversária seja nas ações coletivas, seja nas individuais. É também uma forma de tentar encontrar o melhor ângulo para o arremesso.
Passada trifásica
A passada trifásica, ou ritmo trifásico, é o número de passos permitidos que podem ser dados antes de driblar (quicar a bola no chão). Também, após o drible, o jogador pode executar outra passada trifásica (realizando uma dupla passada trifásica). A passada trifásica, atualmente, independe da sequência de movimentação dos pés, podendo ser “direita, esquerda, direita”, ou até mesmo repetindo um dos pés (por exemplo, direita, direita, esquerda).
Regras do handebol
Quadra
As partidas oficiais são realizadas em uma quadra retangular com 40 metros de comprimento por 20 metros de largura, e as balizas – popularmente chamadas de “gols” – têm 2 metros de altura por 3 metros de largura.
Tempo de jogo
O jogo de handebol é constituído por dois tempos de 30 (trinta) minutos com 10 (dez) minutos de intervalo entre eles, nas olimpíadas em Atlanta 1996 foi permitida a utilização do tempo, como no voleibol.
Número de jogadores
Em torneios oficiais, permite-se a participação de até 14 jogadores por partida, mas, em quadra, no momento da disputa, é obrigatório que cada equipe tenha um goleiro e seis jogadores de linha.
As substituições são livres, podendo um jogador reserva entrar em quadra a partir do momento em que o jogador substituído sair.
Posse de bola
Diferentemente de outras modalidades, no handebol existem duas regras básicas para quem está com a bola: segurá-la por, no máximo, três segundos – mesmo que ela esteja no solo; dar, no máximo, três passos com a bola na mão.
Área do goleiro
Durante o jogo, nenhum jogador de linha pode pisar na linha ou entrar na área do goleiro. Caso essa invasão aconteça, a equipe que está atacando perde a posse de bola.
Entretanto, ao realizar um movimento de ataque, por exemplo, é permitido que o jogador cometa essa invasão, mas somente se pular de fora para dentro na área e soltar a bola enquanto estiver no ar.
Tiro de 7 metros
O tiro de 7 metros é o pênalti do handebol, é cobrado quando há alguma agressão em uma clara chance de gol. Na cobrança, os jogadores de defesa e de ataque ficam fora da linha dos 9 metros e o goleiro pode movimentar-se livremente até a linha dos 4 metros.
Tiro Livre
O tiro livre no handebol ocorre quando há faltas em geral. É cobrado no local onde a falta se originou a não ser que ela ocorra dentro da linha tiro livre (linha pontilhada até a linha da área), se a falta ocorrer dentro dessa área a cobrança deve ser realizada antes da linha pontilhada, em local próximo.
Penalidades
Agressões, condutas anti-desportivas e irregulares podem ser passíveis de advertências, cartões, expulsões e arremessos livres com barreira ou cobrados na linha de 7 m, sendo essa a penalidade máxima. Dois cartões amarelos para o mesmo jogador ou um cartão amarelo após o quarto cartão amarelo da equipe inteira resultam em dois minutos de exclusão do jogador, não podendo ocorrer sua substituição nesse período, deixando o time com um a menos até o fim da penalidade.
Posições dos jogadores
Conheça as posições dos jogadores de handebol.
Goleiro
Peça fundamental em uma equipe de handebol, é o responsável por defender a baliza dos arremessos adversários e iniciar os contra-ataques de sua equipe. Os goleiros costumam ter enorme flexibilidade e podem usar qualquer parte do corpo para realizar as defesas.
Pivô
Jogador que atua infiltrado no meio da defesa adversária com o objetivo de criar espaços para os jogadores que chegam ao ataque. Os pivôs de handebol são jogadores muito fortes e explosivos, pois, muitas vezes, um movimento de ataque exige, além de técnica, muita força.
Pontas
Como o próprio nome sugere, são jogadores que atuam nas extremidades da quadra. Os pontas apresentam papel muito importante nos movimentos de ataque da equipe.
Meias
São jogadores que atuam do meio para as pontas da quadra e também têm papel defensivo muito grande. Ao contrário dos pontas, que costumam ser jogadores mais velozes e rápidos, os meias tendem a ser jogadores mais fortes e mais altos, justamente para conseguir cumprir o papel defensivo.
Armador central
Assim como no basquete, o armador, no handebol, é considerado o cérebro do time, ou seja, o jogador que melhor consegue organizar as jogadas da equipe. São jogadores técnicos, que possuem raciocínio rápido, muitas vezes visualizando a jogada antes mesmo de ela acontecer.
Sistemas táticos do handebol
Sistemas ofensivos
O jogo de handebol ocorre quase sempre em uma metade do campo, sendo caracterizado por uma equipe que fica próxima à linha da área de seu goleiro, em posição de defesa, e outra um pouco mais afastada, que tenta se infiltrar no campo da equipe adversária e fazer o gol. Dentre os sistemas ofensivos, cabe destaque a três: 3-3, 4-2 e 2-4.
O 3-3 recebe esse nome pelo posicionamento dos jogadores na linha defensiva do adversário. A vantagem desse esquema são as muitas variações que podem acontecer, resultando em oportunidades de gol.
No 4-2, o armador se movimenta para a linha de defesa adversária e faz função de segundo pivô, enquanto os meias e pontas que estão atacando se reposicionam para o interior da quadra, como uma movimentação para compensar o espaço que o armador ocupava. Outro jogador que pode se deslocar e fazer função de segundo pivô é um ponta. Nesse caso, a organização de quadra também é manipulada para compensar o espaço que o ponta deixou na extremidade lateral da quadra. Essa estratégia facilita as jogadas pelas laterais da quadra, uma vez que os jogadores defensivos tendem a marcar dois pivôs e, consequentemente, acabam abrindo mão da marcação nas extremidades laterais.
O 2-4 visa, além da colocação de dois pivôs, à aproximação dos pontas na linha de defesa adversária, deixando apenas dois jogadores mais afastados responsáveis pela armação das jogadas. Nesse esquema, é interessante que o time faça uma substituição e coloque mais um armador em quadra, permitindo que a organização do ataque continue conservada. Essa tática favorece o predomínio do jogo em largura e profundidade. A mudança repentina de posição entre os atacantes pode gerar várias situações de finalização.
Sistemas defensivos
A organização tática defensiva pode ser feita por zona, individualmente e combinada. Assim como o sistema individual preconiza que cada jogador marque um jogador, dando uma pressão maior de defesa na tentativa de roubar a posse de bola o mais rápido possível – como acontece também no futsal –, os outros sistemas buscam organizações estratégicas menos desgastantes para a retomada da posse de bola.
Nos sistemas de zona existem as táticas 6-0, em que os jogadores defensivos permanecem próximos da área do goleiro, estratégia boa para evitar infiltrações, porém dando oportunidades de arremessos de longa distância. As táticas 5-1, 4-2 e 3-3 apresentam jogadores mais próximos da linha de defesa, porém deixam um ou mais jogadores avançados para conter a movimentação do armador e dos meias. Apesar disso, os jogadores de ponta têm mais liberdade para finalização.
As marcações combinadas ou mistas são organizações que visam à marcação por zona e individual ao mesmo tempo. A tática mais conhecida dessa categoria é a 5+1.
Por: Wilson Teixeira Moutinho