O estoicismo é uma das linhas mais fecundas da filosofia helenística. A doutrina estoica estende-se ao longo de seiscentos anos, entre os séculos IV a.C. e II d.C. Seu fundador foi Zenão de Cítio (c. 335-263 a.C.), que nasceu na ilha de Chipre.
O estoicismo pode ser dividido em três períodos: antigo, médio e romano. No antigo destacaram-se Zenão de Cítio (c. 335-263 a.C), Cleanto de Assos (c. 331-232 a.C.) e Crisipo de Solis (c. 280-207 a.C.). No médio, Panécio de Rodes (c. 185-109 a.C.) e Posidônio de Apameia (c. 135-51 a.C). Os nomes mais importantes da época romana foram Sêneca de Córdoba (c. 4-65), Epiteto de Hierápolis (c. 55-135) e Marco Aurélio (c. 121-180).
A lógica estoica
Ao lado do Organon, de Aristóteles, a lógica estoica é uma das contribuições de grande interesse no desenvolvimento da lógica contemporânea. A diferença é que, para Aristóteles, trata-se mais de uma lógica de termos, ao passo que os estoicos desenvolvem uma lógica proposicional, baseada não tanto em nomes, mas no modo de dizê-los nas proposições.
Eles diferenciavam o signo ou significante (semainon), a coisa significada (semainómenon), e o significado (lekton) ou aquilo que se diz. O significante e a coisa são materiais, mas o significado é imaterial, algo entre a realidade das coisas e a realidade das palavras.
A ética: eudaimonia
A ética estoica estabelece a felicidade ou eudaimonia como princípio fundamental.
A expressão maior da virtude é viver conforme a natureza e isso é motivo de felicidade. Essa concordância é racional e coincide com a razão ou logos da vida e da natureza, entendida como o universo inteiro, com sua harmonia e plenitude (Diógenes Laércio, VII, 87).
Esse ponto marca uma importante diferença entre estoicismo e epicurismo. Enquanto este último afirma o sentido da vida, aceitando exclusivamente as condições do “aqui e agora”, o estoicismo defende uma identificação com um logos que reside além da natureza humana. A concordância é feita envolvendo o indivíduo em uma harmonia universal.
A felicidade, assim, é estabelecida em níveis mais teóricos do que a concreta projeção nos limites do próprio corpo, como os epicuristas pretendiam. Ser feliz é, pois, ser virtuoso e entender o momento supremo do homem na adequação com o logos, a razão universal, isso proporciona autonomia. Quem a consegue é sábio. O homem independente entende o além das coisas e contrapõe-se ao ignorante.
A física estoica
Uma das ideias centrais do estoicismo é a unidade do real. A natureza e a razão são uma só coisa. O desenvolvimento da vida e da natureza está cheio de racionalidade e coerência, mas somente é real o que tem corpo, mesmo que haja um pneuma ou sopro universal que tudo preenche e que pode identificar-se com a divindade.
Períodos e nomes:
Estoicismo antigo
- Zenão de Cítio (c. 335-263 a.C.)
- Cleanto de Assos (c. 331-232 a.C.)
- Crisipo de Solis (c. 280-207 a.C.)
Estoicismo médio
- Panécio de Rodes (c. 185-109 a.C.)
- Posidônio de Apameia (c. 135-51 a.C.)
Estoicismo romano
- Sêneca de Córdoba (c. 4-65 d.C.)
- Epiteto de Hierápolis (c. 50-135 d.C.)
- Marco Aurélio (c. 121-180 d.C.)
Por: Roberto Braga Garcia
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