A Filosofia Antiga é a fase de origem da Filosofia, entendida como uma maneira de pensar totalmente nova que se originou na Grécia no final do século VII e início do século VI A.C.
Ela surge justamente da admiração e do questionamento de alguns pensadores gregos insatisfeitos com as explicações tradicionais da realidade. Até então, todas as indagações humanas acerca do mundo e da natureza tinham recebido respostas baseadas no misticismo, na magia e na religião.
A Filosofia Antiga pode ser dividida em três períodos, pré-socrática, socrática e pós-socrática.
Os pré-socráticos
A primeira fase da filosofia estende-se de cerca de 600 a.C. ao séc. VI d.C. A filosofia surgiu na Grécia, no período arcaico, com a Escola de Mileto.
Os primeiros filósofos gregos, como Tales, Anaxímenes e Anaximandro, estudaram a natureza, buscando explicações racionais para o mundo que superassem a compreensão dominante até então, baseada no misticismo, na magia e na religião.
Depois da Escola de Mileto, desenvolveu-se a Escola Pitagórica, que favoreceu o desenvolvimento da matemática, atribuindo aos números a essência do universo.
Mais tarde, os filósofos estudaram os problemas de conduta. Os sofistas, os mestres da Grécia, discutiam questões de moralidade e da natureza do Estado. Afirmavam que todo conhecimento é relativo e que as coisas são corretas ou incorretas apenas segundo a opinião das pessoas. Os sofistas sustentavam também que não há padrões absolutos de moralidade. Declaravam que a vontade dos que estão no poder determina o que as pessoas consideram certo ou errado.
Os socráticos
Indo do século V ao século IV a. C., o período socrático ou antropológico apresenta duas mudanças que marcaram significativamente toda a história da Filosofia:
- Primeiro, as colônias gregas da Ásia Menor e da Magna Grécia deixam de ser o palco principal do pensamento filosófico, palco este que passa a ser a cidade-estado de Atenas;
- Segundo, e principalmente por causa do pensamento de Sócrates, a natureza deixa de ser a principal fonte de reflexão, abrindo espaço para as discussões acerca da pólis e do homem enquanto cidadão.
Deriva dessa segunda mudança a própria designação desse período: socrático, porque é amplamente marcado pelo pensamento de Sócrates, um dos filósofos mais respeitados de toda a história, e antropológico, por colocar o homem como o centro das discussões e do pensamento filosófico.
Sócrates acreditava que a verdade poderia ser alcançada e desenvolveu o método socrático como um meio de chegar a ela. Por meio de uma série de perguntas e respostas e exemplos concretos, testava as afirmações que as pessoas aceitavam como verdadeiras. No campo moral, Sócrates acreditava que o conhecimento era a maior virtude.
Platão foi o grande discípulo de Sócrates. Apresentou sua filosofia em A República e em vários outros Diálogos. Platão acreditava que as ideias que se tem das coisas são mais reais do que as próprias coisas. Descreveu dois mundos: (1) o mundo das ideias eternas e imutáveis; e (2) o mundo da mudança. Platão considerava o conhecimento da matemática essencial ao conhecimento do mundo das ideias. Ele tratou também da imortalidade da alma. Acreditava que um Demiurgo, termo que em grego significa trabalhador, criou o mundo e formou a alma humana.
Aristóteles, discípulo de Platão, trouxe contribuições valiosas à lógica dedutiva e indutiva. Seus trabalhos vão da Biologia à Política e à psicologia. Em sua Metafísica, sustenta que o mundo dos sentidos, ou mundo material, é o real. Utilizando regras de lógica, Aristóteles procurou encontrar as relações de causa e efeito entre as coisas existentes no mundo. Acreditava na primeira “causa incausada”, ou Deus, e considerava a teologia a principal ciência.
Os pós-socráticos
Depois de Aristóteles, os estoicos e epicuristas preocuparam-se com as regras de conduta. Os filósofos romanos seguiram as linhas de pensamento gregas.
Por volta do séc. III a.C., o filósofo grego Pirro negou que as pessoas pudessem alcançar a verdade. Seu pensamento era fundamentado no ceticismo. Em seu sistema, os seres organizados renovam-se constantemente na natureza, sendo possível conhecer apenas as aparências das coisas.
Por: Wilson Teixeira Moutinho