Filosofia

Metafísica

Metafísica ou ontologia é considerada o ponto de partida de uma investigação para os primeiros filósofos. A metafísica se ocupa de questões primordiais e primeiras para nós – o que é o homem ou o ser humano, o significado da própria vida e a existência ou não de Deus, entre outros. Ela parte de questões existencialistas e essenciais para a compreensão de tudo mais.

O que é metafísica

O termo metafísica surgiu na Antiguidade, com a organização das obras de Aristóteles por Andrônico de Rodes. A partir dessa organização, inúmeros tratados de Aristóteles foram classificados e formou-se um grande tratado do tema.

Os livros de metafísica de Aristóteles tratavam da filosofia primeira — ou seja, um estudo que buscava resposta para todas as perguntas originais que dariam explicação à própria realidade e existência. O metafísico, logo depois, passou a ser utilizado para designar todas aquelas questões que estão “além do físico” – e que não poderiam, desse modo, ser explicadas pela simples observação.

Aristóteles com um pergaminho na mão.
Escultura que representa Aristóteles.

A obra dos filósofos pré-socráticos é exemplo de reflexão metafísica, visto seu empenho em identificar e explicar os fundamentos últimos de toda a realidade física. As próprias ciências na Grécia Antiga, como a geometria ou a matemática, possuíam um caráter metafísico e existencial, no sentido em que atendiam e respondiam a algumas dessas perguntas formuladas da filosofia.

A própria realidade como a vemos, ou o physis, seria resultado da atuação de um princípio metafísico, denominado arché. A transformação e a modificação desse princípio metafísico criaria a realidade que presenciamos.

As questões existenciais e metafísicas são a própria base do pensamento filosófico. A metafísica é explorada no estudo da ética e da política, por exemplo, ou das noções e do entendimento de estética.

A metafísica ainda é muito presente no contexto religioso. A análise filosófica das forças e da existência ou não de Deus. Através desse pensamento, é possível conceder lógica à crença. Desde a Idade Média, a metafísica em muitos campos ganhou um sentido teológico. Descartes ou Espinoza, entre outros filósofos, estabeleceram linhas de pensamento metafísicas que contrariaram dogmas e fundamentos do cristianismo da época – dando apoio a visões cristãs distintas, como o calvinismo ou o luteranismo.

É difícil definir a metafísica de uma forma sintética – em teoria ela pode e deve tratar de tudo. Porém, pode-se dizer que ” como tudo tem uma natureza, tudo pode ter sua natureza investigada”. A metafísica busca a explicação do que são as coisas – e não “de que tipo” são. Isso pauta questões simples, como “o que é um carro”. Uma explicação física diria que é um meio de transporte. O discurso metafísico analisa a coisa de um modo diferente: de que maneira o carro influiu para a vida humana e como a modificou, porque surgiu do modo que conhecemos e não de outra maneira qualquer e qual o significado dele para todos e para cada um. Essa óptica explica ou visa explicar, ainda se mantendo no exemplo do carro, o porquê esse objeto é, para alguns, de fato apenas um meio de transporte, enquanto que para outros é na verdade um troféu ou manifestação de status, ou um desejo, quase sexual às vezes.

Saindo a análise de simples objetos, a metafísica repete essa lógica com as questões existênciais que afligem a humanidade. Quem somos e de onde viemos, e o porquê de estarmos aqui. Tenta responder do mesmo modo o que é a vida, a morte, o pensamento.

Por: Carlos Artur Matos

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