A radiação infravermelha consiste em ondas eletromagnéticas com comprimentos de onda entre 1um (1 • 10-6 m = 1 milionésimo do metro) e 1.000um = 1mm. Esses limites são arbitrários, porque as características da radiação variam nas proximidades dos extremos do intervalo.
A descoberta da radiação infravermelha é atribuída ao astrônomo anglo-germânico William Herschel, que, usando um prisma, dispersou a luz solar em suas componentes e mostrou que a região invisível abaixo da luz vermelha era mais quente. Em 1847, os físicos franceses Armand Fizeau (1819-1896) e Jean Foucault (1819-1868) mostraram que a radiação infravermelha, apesar de invisível, comportava-se como luz quanto à capacidade de produzir efeitos de interferência.
A radiação infravermelha é originada da agitação térmica das partículas que constituem os corpos. Devido a essa agitação, as cargas elétricas dos átomos e moléculas oscilam e emitem radiação eletromagnética, geralmente associada com calor.
Nas proximidades de uma fogueira, por exemplo, percebemos a radiação infravermelha como calor porque nossos corpos absorvem essas ondas eletromagnéticas, Muitos materiais, na verdade, absorvem infravermelho numa larga faixa de comprimentos de onda, o que provoca um aumento na sua temperatura. Qualquer corpo com temperatura acima do zero absoluto (-273 °C) emite radiação infravermelha. Mesmo objetos incandescentes emitem normalmente mais infravermelho que luz visível; cerca de 60% da radiação emitida pelo Sol, por exemplo, situa-se na faixa do infravermelho.
A radiação infravermelha pode ser usada para detectar a temperatura de objetos distantes e, por esse motivo, tem muitas aplicações na Astronomia. No campo militar, mísseis podem ser programados para seguir uma determinada fonte de calor, como, por exemplo, as turbinas de um avião inimigo. Em laboratórios, a espectroscopia por infravermelho é um importante método para a identificação de substâncias químicas desconhecidas.
Fotografias obtidas com infravermelho (fotografias térmicas) revelam informações que não são detectadas com a luz visível. Um de seus usos, a termografia médica, permite identificar condições patológicas invisíveis a olho nu ou que não podem ser detectadas por raios X. O uso desse método tem se revelado de grande auxílio no diagnóstico de doenças inflamatórias, como artrite e distensões musculares, que provocam aumento de temperatura dos tecidos. O bloqueio de vasos sanguíneos, como na aterosclerose, também pode ser identificado em uma termografia, pois a região mal irrigada torna-se um pouco mais fria e passa a ser facilmente visualizada. Outra revelação permitida por infravermelho é a de que um fumante apresenta baixa emissão de calor nos dedos, devido a uma diminuição da circulação sanguínea nessas regiões; a circulação permanece em níveis baixos até 1,5 hora após o indivíduo fumar um único cigarro. Nas fotografias térmicas, as regiões alaranjadas correspondem a áreas mais quentes e as azuis, a áreas mais frias.
Atualmente temos contato diário com um equipamento que se utiliza da radiação infravermelha: os controles remotos de equipamentos eletrônicos. Nessa aplicação, uma fonte de raios infravermelhos, localizada no controle remoto, envia uma série de flashes (representando um comando em linguagem binaria) ao detector, localizado no aparelho que está sendo controlado, que decodifica o comando e executa a função por ele determinada.
Por: Renan Bardine