A bacia do rio São Francisco é a mais importante bacia fluvial genuinamente brasileira, pois se encontra totalmente dentro do nosso território. Ela se estende pelos Estados de Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe e, ainda, pelo Distrito Federal. Sua área é de 631.133 km2 (mais de 7% do território brasileiro).
O rio São Francisco nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais e corre na direção norte-nordeste, atravessando todo o Estado da Bahia. É a fronteira natural entre a Bahia e Pernambuco, Bahia e Alagoas e Alagoas e Sergipe. Deságua no Atlântico, com uma extensão percorrida de 3.161 km.
Sendo um rio típico de planalto, o São Francisco possui barragens e cachoeiras bem aproveitadas na produção de eletricidade. As usinas de Paulo Afonso e Sobradinho, na Bahia, a de Três Marias, em Minas Gerais, a de Xingó, na divisa de Alagoas e Sergipe, a de Itaparica, em Pernambuco, e a de Moxotó, em Alagoas, são suas principais hidrelétricas.
Mesmo caracterizando o sertão baiano, a Bacia do São Francisco tem um regime tropical, isto é, tem uma cheia anual. Esse regime tropical deve-se, sobretudo, às chuvas que ocorrem na parte sul da bacia, no Estado de Minas Gerais.
Apesar de ser rio de planalto, o São Francisco é navegado numa boa parte do seu curso. É o trecho que se estende de Pirapora (MG), até o binômio urbano de Juazeiro (BA)-Petrolina (PE).
O “Velho Chico” banha grande parte do Estado de Minas Gerais, que vive um momento de excepcional expansão industrial. Ao lado de todos os benefícios que o rio proporciona com o potencial hidrelétrico, a navegação e a irrigação existe o risco ambiental.
A indústria, a mineração e a agricultura são as principais emissoras de poluentes tóxicos nas águas. Entre as substâncias poluidoras estão minerais; derivados de petróleo, mercúrio, chumbo – descarregados pelas indústrias e atividades de mineração -; fertilizantes, pesticidas e herbicidas – utilizados pela agricultura e arrastados com as chuvas para os rios.
Já existem leis, no Brasil, que obrigam as empresas a fazer relatórios de impacto ambiental, apresentando planos de recuperação de áreas degradadas.
Quanto ao tratamento de esgotos, essa é uma questão que depende de recursos públicos e vontade política. Para se ter uma ideia do tamanho do problema, basta lembrar que em 1997 o IBGE calculou que em 27,5% das moradias brasileiras há apenas fossas sépticas ou os dejetos são lançados diretamente em valas, rios, lagos ou no mar.
Por: Renan Bardine