O estado do Rio de Janeiro possui uma das economias mais fortes do Brasil, com grande força industrial e comercial, além de ser um importante polo turístico. Sua capital, a cidade do Rio de Janeiro, tem grande projeção turística internacional e sediou em 2016 os Jogos Olímpicos.
Aspectos físicos
Com uma área de 43 696 km2, o estado do Rio de Janeiro limita-se com Minas Gerais e Espírito Santo (ao norte); com o oceano Atlântico, a leste e a sul; e com São Paulo e Minas Gerais a oeste.
Paisagem e clima
Quanto à paisagem, subdivide-se em duas unidades principais: o planalto e a baixada. Nas áreas mais altas predomina o clima tropical de altitude e, nas porções litorâneas, o clima tropical. Na média, apresenta temperaturas anuais superiores a 22 °C e altos índices pluviométricos.
Vegetação
A vegetação sofreu modificações profundas em virtude das atividades econômicas. Originalmente, as terras fluminenses eram ocupadas por extensas áreas de matas tropicais, enquanto nas baixadas verificava-se a presença de manguezais com suas plantas dotadas de raízes aéreas.
No entanto, houve intensa devastação, principalmente durante o ciclo cafeeiro, que trouxe degradação ao solo e provocou o surgimento de Inúmeras áreas erodidas.
Hoje, há antigas áreas de floresta ocupadas com pastagens, mas também existem projetos consistentes de recuperação da Mata Atlântica, sobretudo no vale do Paraíba. A cidade do Rio de Janeiro abriga a maior floresta urbana do mundo, com área de 39,51 km2.
Relevo
O relevo é bastante diversificado: há presença de extensas áreas escarpadas junto ao litoral e também no interior, com as formações denominadas Mares de Morros. O ponto culminante do Rio de Janeiro situa-se na serra da Mantiqueira, uma área escarpada que atravessa também os estados de São Paulo e Minas Gerais: é o Pico das Agulhas Negras, com 2787 m de altitude,
Outra importante área do relevo é a serra do Mar, que recebe no estado diferentes denominações: Serra da Bocaina, Serra da Estrela e Serra dos Órgãos. Nesta última localiza-se a famosa formação denominada “Dedo de Deus”.
Bastante recortado, o litoral fluminense apresenta diferentes formações geomorfológicas, como baías, lagos, costões rochosos, dunas, restingas e praias planas.
Hidrografia
A principal bacia hidrográfica é a do rio Paraíba do Sul, cujos afluentes mais importantes são o Muriaé, o Paraibuna e o Piraí. As águas dessa bacia abastecem a capital do estado. Além desses cursos d’água, merecem destaque os rios Itabapoana, Macaé, Magé e Guandu.
A população fluminense
O estado do Rio de Janeiro apresentava em 2017 um total de 16,72 milhões de habitantes. A grande concentração populacional está na região metropolitana do Rio de Janeiro: com mais de 12.280.702 pessoas, é a segunda maior aglomeração urbana do país.
Etnicamente, a população é constituída por uma grande diversidade de grupos de origem europeia. Inicialmente, a presença mais significativa foi a dos portugueses. O primeiro grupo de imigrantes a criar núcleos em terras fluminenses foi o dos suíços, que fundaram em 1818, na região serrana, a colônia de Nova Friburgo.
O relevo acidentado da área e a alta incidência de malária tomaram essa ocupação extremamente difícil. Outros europeus também se fixaram no Rio de Janeiro, entre eles os finlandeses, estabelecidos principalmente na região de Penedo, distrito de Itatiaia situado no sul do estado.
Vale também destacar o importante afluxo de africanos, trazidos durante séculos como escravos. Até meados do século XIX, a maioria da população fluminense era negra ou mestiça.
Hoje, cerca de 96% da população fluminense vive em áreas urbanas, a maioria na capital. Também sobressaem os municípios de Niterói, Campos de Goytacazes, Macaé, Barra de Pirai, Resende, Magé, Duque de Caxias, Angra dos Reis, Nova Iguaçu, Petrópolis, Parati e Teresópolis.
As favelas
A elevada concentração populacional na cidade do Rio de Janeiro já seria um fator suficiente para acarretar a formação de áreas de moradia inadequada. Inicialmente, a população de baixa renda vivia em cortiços, mas no século XIX o poder público classificou este tipo de moradia como uma “agressão à ordem moral e social”, pois tais moradias abrigavam criminosos e, devido à insalubridade, favoreciam a transmissão de doenças.
As favelas cariocas tiveram origem na ocupação dos morros de Santo Antônio e da Providência, na área central da cidade.
Os cortiços são considerados os embriões das favelas, não só porque havia nessas construções barracões e casebres, mas também porque existe uma relação direta entre a destruição dos cortiços no centro da cidade e a ocupação dos morros pela população de baixa renda. Assim, no início do século XX, surgiu um novo espaço de reprodução da miséria no chamado Morro da Favella. O nome, mais tarde, se transformaria no substantivo que denomina esse tipo de ocupação habitacional.
Atualmente, centenas de milhares de pessoas vivem nas favelas que se estendem pelas encostas da cidade do Rio de Janeiro. Consideradas áreas violentas e dominadas pelo tráfico de drogas, as favelas expõem seus moradores a um terrível quadro de exclusão social e violência cotidiana, seja pelo controle exercido pelos traficantes, seja pela ação violenta da polícia. O Rio abriga uma das maiores favelas da América Latina, a Rocinha, que recebeu este nome porque era uma antiga área rural, onde havia roças de subsistência. Vivem nessa comunidade cerca de 130 mil pessoas.
A economia do Rio de Janeiro
O estado do Rio de Janeiro apresenta produção diversificada.
No setor primário, são importantes as atividades agropecuária, extrativo-mineral e energética. A atividade industrial também é forte no estado, assim como o turismo e a prestação de serviços. Embora continue importante, a agropecuária está perdendo cada vez mais seu papel de destaque na economia estadual, pois o setor não passou por uma significativa modernização. Há cultivos de cana-de-açúcar, junto ao município de Campos dos Goytacazes, e também de tomate, arroz, feijão, batata, milho, laranja e banana. Recentemente, a região serrana próxima à capital vem despontando na produção de hortifrutigranjeiros que abastecem a cidade. Há predomínio de pequenas e médias propriedades rurais com uso intensivo do solo agrícola.
O setor extrativo desempenha papel relevante na economia fluminense, com produtos que vão do sal marinho ao calcário, dolomita e mármore. Mas é o petróleo que constitui a grande riqueza. Liderando a produção nacional, a bacia de Campos, situada no nordeste do estado, detém a produção de cerca de 65% do petróleo obtido em território nacional. Explorados desde 1974, seus poços são chamados off-shore por estarem em áreas submarinas de grande profundidade.
Para explorá-los, o Brasil precisou desenvolver tecnologia de prospecção especial. Parte da produção é exportada para outros países.
A indústria é a atividade que mais gera empregos e salários no estado. Os setores mais importantes são o metalúrgico, o siderúrgico, o químico, o petroquímico e o naval, que responde pela produção de 95% dos navios do país. Também se sobressaem as indústrias alimentícia, de papel e celulose, editorial, gráfica e extrativo-mineral. Este último segmento concentra-se principalmente em três áreas do estado: a Grande Rio, o vale do Paraíba do Sul e a região serrana, com destaque para os municípios de Duque de Caxias, Arraial do Cabo, Volta Redonda e Resende. A capital vem investindo na construção de um importante complexo portuário na baía de Sepetiba.
Na cidade do Rio de Janeiro funciona a primeira bolsa de valores do país, fundada em 1845. Desde 2002, ela negocia somente títulos imobiliários e leilões. O controle da negociação de ações foi transferido para a bolsa de valores de São Paulo.
Turismo e cultura
Serras exuberantes e belas praias compõem a paisagem do estado do Rio de Janeiro, cuja capital permanece como o principal portão de entrada do turismo nacional.
Dona de um sítio urbano particular, encravado entre o mar e as montanhas, a cidade encanta a todos que a visitam. Fazem parte dos símbolos do Rio de Janeiro o Cristo Redentor, eleito uma das sete maravilhas atuais da humanidade, e o morro do Pão de Açúcar, do alto do qual é possível ter uma visão deslumbrante da cidade.
Há também inúmeras construções históricas importantes, que representam diferentes fases da história brasileira, da época da colônia até o período republicano.
Por: Paulo Magno Torres