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História e Geografia de Goiás

Com economia baseada na agropecuária, Goiás segue uma trajetória de industrialização crescente e busca divulgar suas riquezas naturais, artísticas, culturais e humanas.

A história de Goiás

A ocupação do território que hoje corresponde ao estado de Goiás teve início com as expedições de bandeirantes paulistas. Dentre as primeiras levas de aventureiros, destacou-se a bandeira de Bartolomeu Bueno da Silva, o Anhanguera, que seguia em busca de ouro.

Relatos sem comprovação histórica dão conta de que ele teria ameaçado secar os rios e as nascentes se os índios não lhe mostrassem de onde tiravam os metais usados para confeccionar seus artefatos e adornos, O que se sabe, com certeza, é que as primeiras jazidas foram encontradas no final do século XVII.

Quando as notícias sobre a descoberta de ouro começaram a se espalhar, muitas expedições rumaram para Goiás. Assim, em 1726, formou-se o primeiro núcleo de povoamento da região, denominado Arraial da Barra. A atividade aurífera chegou ao auge na segunda metade do século XVIII. Em 1744, Goiás tomou-se uma capitania autônoma – até então, permanecera vinculada a São Paulo.

Outra atividade econômica fundamental para a ocupação de Goiás foi a pecuária. Mais uma vez, os aventureiros saíram de São Paulo, só que seus objetivos eram diferentes daqueles dos garimpeiros: tudo o que eles queriam eram boas terras para seus rebanhos.

Surgia assim a vocação goiana para o setor agropecuário, que se fortaleceu a partir de 1860, quando a mineração entrou em decadência. A necessidade de escoar a produção fez surgirem estradas e estimulou a navegação a vapor, sobretudo no final do século XIX.

A capital do estado, Goiânia, foi construída no século XX. Em 1988, o território goiano foi desmembrado para dar origem ao estado do Tocantins.

Aspectos físicos

Situado no planalto Central do Brasil, o estado de Goiás abrange um território de 340086698 km2. Limita-se ao norte com o estado do Tocantins, a sudeste com Minas Gerais, a leste, com a Bahia e Minas Gerais, a sudoeste, com Mato Grosso do Sul, e a oeste, com o estado de Mato Grosso.

Mapa de Goiás.
Goiás

Seu relevo caracteriza-se pela presença de terrenos cristalinos sedimentares antigos e pelas áreas de planaltos trabalhadas pela erosão, que se alternam com chapadas, como a dos Veadeiros, que apresenta altitudes superiores a 1200 m, e a serra dos Pireneus, que atinge 1395 m.

Os principais rios que cortam o estado são o Tocantins (que nasce a 1000 m de altitude, no planalto de Goiás), o Paranaíba (um dos formadores do rio Paraná) e o Araguaia. Com 2600 km de extensão, o Araguaia é o principal tributário do Tocantins e abriga a maior ilha fluvial do mundo, a ilha do Bananal, com cerca de 20 mil km2 de extensão.

O clima de Goiás é tropical, quente e chuvoso no verão, quente e seco no inverno. A temperatura média anual ultrapassa os 20 °C, e as precipitações vão de 1000 a 1500 mm/ano.

A vegetação predominante é o cerrado, que apresenta árvores e arbustos de galhos tortuosos, cascas grossas e raízes profundas. A diferença essencial entre esse tipo de vegetação e a caatinga é a abundância de água no subsolo.

No entanto, os terrenos do cerrado não são muito férteis, pois o alto teor de alumínio acarreta acidez. Embora pequena, merece destaque a área de floresta tropical conhecida como Mato Grosso de Goiás.

A população goiana

Em 2017, estimava-se que 6.778.772 pessoas vivam no estado de Goiás, concentradas principalmente na região metropolitana da capital (com população superior a 2 milhões e 25% do PIB do estado) e no entorno de Brasília (cerca de 3 milhões).

Etnicamente, essa população compõe-se de pardos (47,9%), brancos (46,6%), negros (5,3%) e indígenas (0,2%). Estes últimos encontram-se em quatro áreas mais ou menos específicas, que ocupam cerca de 39781 hectares. Três delas já estão demarcadas pela Fundação Nacional do Índio (Funai).

A economia de Goiás

A base econômica de Goiás é a agropecuária. Segundo produtor de leite do país, é o terceiro em número de rebanhos, dos quais os mais importantes são o bovino e o suíno.

Na agricultura, os cultivos principais são o arroz, o feijão, o milho, a soja (destinada sobretudo à exportação), o café, o sorgo, o trigo, o algodão herbáceo, a cana-de-açúcar e o tomate.

No setor industrial, destacam-se os segmentos de mineração, alimentício, têxtil, de mobiliário, metalúrgico e madeireiro. Incentivos governamentais têm ajudado a atrair investidores das áreas farmacêutica, calçadista e de tecnologia. O município de Catalão também é destaque, com seu polo automobilístico.

A atividade extrativista tem como principais produtos a água mineral, o amianto, o calcário, o fosfato, o níquel, o ouro, a cianita, o manganês, o nióbio e a vermiculita.

Turismo e cultura

O estado de Goiás não figura entre os principais destinos de quem viaja pelo Brasil, mas já existem esforços para promover as belezas naturais, a gastronomia e as atividades culturais da região – que tem se destacado como “celeiro” de artistas sertanejos.

Fruto da miscigenação de índios, africanos e portugueses, passando pelas influências dos fluxos migratórios oriundos de vários estados brasileiros, a cultura goiana é rica e diversificada. Dela fazem parte manifestações folclóricas, como a Festa do Divino Espírito Santo e as Cavalhadas, e a culinária, que tem como característica marcante o uso de temperos fortes e do fogão a lenha.

Nas cidades mais antigas, sobressai a arquitetura de inspiração barroca. Merece destaque a antiga Vila Boa de Goyaz, atual Cidade de Goiás, berço da poeta Cora Coralina (1890-1985) e tombada como Patrimônio Histórico e Artístico Mundial pela Unesco.

E para quem aprecia turismo ecológico e de aventura, o estado oferece cachoeiras, fontes de águas termais, “esculturas” naturais feitas em pedras, cavernas e fauna e flora exuberantes.

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