Devido à grande extensão longitudinal (leste-oeste), o Brasil apresenta mais de 1 fuso horário em seu território. Esses fusos estão atrasados em relação às áreas que estão a leste, inclusive o Meridiano de Greenwich.
Assim, se forem consideradas as ilhas oceânicas brasileiras, chega-se à conclusão de que o Brasil possui quatro fusos horários, todos atrasados em relação a Greenwich, já que o País está situado totalmente no hemisfério ocidental.
Organização dos fusos horários no Brasil
O primeiro fuso horário brasileiro, localizado no meridiano 30° oeste, pode ser chamado de fuso –2 GMT, pois está localizado para a esquerda, 30°, o que representa duas horas de atraso em relação a Londres e ao Meridiano de Greenwich (que é o fuso 0), onde está o GMT (Greenwich Meridian Time), meridiano de referência para organização do sistema de fusos. Esse fuso, de Fernando de Noronha, abrange as ilhas oceânicas Fernando de Noronha (pertencente ao estado de Pernambuco), Trindade e Martim Vaz, e os penedos de São Pedro e São Paulo, todos localizados a oeste do Meridiano de Greenwich (assim como todo o território brasileiro).
O segundo fuso horário brasileiro ou fuso -3 GMT é considerado o mais importante, sendo denominado “hora oficial do país” ou “hora de Brasília”, pois abarca a maioria dos estados brasileiros, abrangendo na totalidade as Regiões Sul, Sudeste e Nordeste; Goiás, Distrito Federal (Centro-Oeste); e Tocantins, Pará e Amapá (Norte). Esse fuso está três horas atrasado em relação à hora-padrão de Greenwich, portanto, nele está o meridiano 45° oeste.
O terceiro fuso horário brasileiro ou fuso -4 GMT atinge os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (Centro-Oeste); e Roraima, Rondônia, Amazonas e Acre (Norte). Seu atraso é de quatro horas em relação a Greenwich (portanto, 60° oeste), uma hora em relação à “hora oficial do país” e duas horas em relação ao fuso das ilhas oceânicas.
O quarto fuso horário ou fuso -5 GMT abrange o estado do Acre e o extremo oeste do Amazonas. Esse fuso voltou a vigorar em 10 de novembro de 2013, após ter sido incorporado ao terceiro fuso horário nacional em 2008. É o fuso horário mais atrasado do país, com cinco horas a menos em relação à hora do Meridiano de Greenwich.
Ao observar o mapa dos fusos horários brasileiros, é possível perceber um aspecto importante: o limite teórico e o limite prático dos fusos. Esse fato deve-se à correção de algumas distorções desnecessárias. Caso o limite teórico (real) fosse totalmente seguido, existiriam, por exemplo, cidades localizadas exatamente na linha imaginária do fuso, o que ocasionaria fusos horários diferentes nelas, gerando inconveniências. O mesmo fato aconteceria em estados, o que poderia provocar confusões em horários de partida de voos e de ônibus, entre outras.
Podemos observar que todos os fusos apresentam horários definidos em relação a Greenwich (GMT). Assim, se uma localidade estiver situada 3 fusos (45°) a oeste do GMT, estará com 3 horas atrasadas em relação ao horário de GMT.
Alteração nos fusos horários brasileiros
O Brasil passou a adotar o Sistema Internacional de Fusos a partir de 1914, quando se estabeleceu quatro fusos no Brasil.
No dia 24/4/2008, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, sem cortes, o Projeto de Lei que reduziu de quatro para três os fusos horários brasileiros.
A primeira alteração envolveu o estado do Pará, antes dividido em dois fusos (segundo e terceiro), que passou a pertencer totalmente ao segundo fuso. A segunda alteração envolveu o estado do Acre e o extremo oeste do Amazonas, que formavam o quarto fuso, extinto, isto é, as áreas citadas passaram a incorporar o terceiro fuso.
Em 2010, porém, a população acreana demonstrou, via referendo, insatisfação com a alteração do fuso horário, isto é, aproximadamente 60% das pessoas optaram pela volta do quarto fuso horário.
Em 2011, o Congresso aceitou o resultado do referendo, mas faltou o senado apreciar o processo, pelo qual o Acre, bem como o sudoeste do Amazonas, voltaria para o horário antigo, ou seja, cinco horas atrasadas em relação ao horário de Greenwich.
Por fim, em 2013, foi aprovado o retorno do quarto fuso.
Por: Renan Bardine